23.12.08

Votos de um Santo Natal, com imensa paz e harmonia.
A economia russa está em agonia.
Há afirmações que valem exactamente pelo valor das palavras utilizadas e outras que valem pelo peso dessas palavras e pelas entrelinhas.
A afirmação de Putin em relação ao preço do gás inclui-se, claramente, na segunda categoria.

19.12.08

Cenário para 2009...

Cenários para 2009:
(1) debacle do sistema económico e financeiro como o conhecemos;
(2) agitação social;
(3) desemprego massivo;
(4) perigo de guerra.

Sinais necessários....

É urgente que os bancos não esperem pelos períodos consagrados contratualmente, para revisão das taxas sobre o crédito à habitação em Portugal, fazendo reflectir imeditamente o abaixamento da euribor nas prestações mensais.
É necessário prever mecanismos de suspensão do serviço da dívida - a exemplo do que irá ser feito em Itália - por forma a aliviar o orçamento das famílias e permitir o consumo de bens. O dinheiro pode não entrar na forma de pagamento dos empréstimos habitação, mas entra na forma de depósitos das empresas. É pior se as famílias estiverem exauridas e não pagarem por um lado e, por outro, também não consumirem. Estes sim são sinais de confiança que se podem passar para o mercado.
O Citi bank tem um passivo não recuperável de cerca de 35 mil milhões de dólares.
O Citi vai para a falência.
A pergunta que fica: quem irá arrastar?
A resposta mais óbvia: todos!
Por mero conselho, que vale o que vale, sempre diria que provávelmente valerá a pena guardar algum à mão, para os dias de Inverno.

O plano de contenção, a breve trecho, de um colapso anunciado...

O anúncio, pela Administração americana, de injecção de capital na indústria automóvel é um mero paliativo.
Não só a verba é insuficiente, como as empresas não têm capacidade de sobrevivência; estão preparadas para produzir milhares de unidades e não há, hoje, capacidade de absorção dessa produção, por ausência de poder aquisitivo das empresas e das famílias.

A reconversão é obrigatória e, essa reconversão, irá obrigar à redução de 1,5 milhões de postos de trabalho, só nos EUA, durante 2009.

A economia americana irá viver dias difíceis, a partir de Junho de 2009. Toda a economia mundial irá viver dias penosos. A visibilidade é reduzida, a navegação à vista, a liquidez escassa e os recursos dos estados limitados.

5.12.08

Estes tempos loucos....

Estranhos tempos estes
Quando se requer que os políticos e respectiva postura sejam sérios, empenhados, claros no discurso e na acção, surgem situações e afirmações que, mais do que preocupar, mostram os sinais de desorientação crescente naquela classe, que é a classe que, hoje por hoje e fruto da turbulência económica sobreposta à hecatombe financeira, nos dirige os destinos.
Atente-se no caso BPN, nas afirmações proferidas, no discurso contraditório e no ridículo das alegações; quantos de nós se atreveriam a apostar que um dia, um político reconhecido, afirmasse levianamente que a fortuna acumulada o tinha sido em momento posterior à execução de funções políticas; que um reconhecido especulador viesse afirmar necessitar do apoio (a nível pessoal) do estado para as suas percas; que um banco se visse a braços com a primeira situação de insolvência, provocada pela crise financeira, e que essa insolvência fosse motivo de constrangimento no pensamento, na acção e contradição do poder político e do regulador do sector; que o próprio regulador estivessse a ser alvo de contestação pelas piores razões; que o Presidente da República, em nome de uma solidariedade que se aprova - caso contrário estaria a julgar públicamente e de forma prematura uma acção e actuação que se desconhece e que tem de se presumir correcta e cautelosa - se visse forçado a desmentir um Vice-Governador do banco Central.
Aposto que ninguém.
Tão pouco seria de esperar que no mesmo dia em que o Primeiro-Ministro afirma que a vida vai ser mais fácil, para todos os portugueses, no ano de 2009, o Ministro das Fianaças nesse mesmo dia afirme o contrário - o executivo está em sisntonia? Não parece.
Dias depois o mesmo PM afirma que 2009 vai ser o "Cabo das Tormentas". Uns meros dias depois......sei que as coisas se estão a alterar a uma velocidade impressionate, mas não tanto que não seja possível prever os acontecimentos com razoável distância.
Estamos mal governados e, pior, iremos continuar.

O tempo passa...

Pela primeira vez falhei um mês intewiro de escrita. Não quis acreditar quando hoje me apercebi.
Sinais (maus) do tempo, que passa voando sobre nós.

27.10.08

Small is beautiful...

Ao contrário do que foi anunciado há muitos anos, por vendilhões de teorias em todo o mundo - incluindo "doutos" economistas portugueses, que ao abrigo de funções políticas se vestiam (e ainda vestem) de roupagens discursivas pretensamente sofisticadas, falando para audiências de políticos, empresários e advogados, impreparados económicamente - defendiam o "big is beautiful" e anunciavam a morte do pequeno e médio negócio, ao contrário destes vendilhões percebe-se, agora, a preocupação por parte dos governos em tentar evitar o inevitável: declínio da pequena e média empresa, a queda da classe média.
.
Vendilhões de pacotilha, todos sem excepção, que compram todos os best-seller que saiem dos pretensamente gurus económicos, adaptam o que lêem e repetem sem pensar.
A todos esses há que dizer agora (a alguns, tão cheios de si e empertigados que são, será mesmo necessário gritar): big is necessary but, SMALL IS BEAUTIFUL.

22.10.08



AlbrechtDürer

O que tem de ser feito para mudar...

Há um problema no discurso político grave: nos temas que verdadeiramente interessam actualmente, as soluções de uns terão de ser iguais às soluções de outros. Ou seja e por outras palavras: governo e oposições terão de estar de acordo em relação às matérias fundamentais, porque os problemas que se colocam dependem muito do exterior e, só em parte, da acção política interna.
No restante, nas questões de pormenor, há espaço para a divergência política.
O problema reside nas grandes questões e na agenda política de cada um. Aqui chegados aparecem as grandes diferenças: se o discurso tem de ser o mesmo, ganha politicamente quem conseguir soletrar as reformas primeiro ou mesmo, sendo bastante, quem as conhecer e souber aplicar.
É uma questão de gritar: cheguei primeiro!
Mas porque onde falta a vontade política de aceitar as igualdades, sobeja o medo político, assistimos ao caricato de discutir candidatos autárquicos a um ano de distância, a silêncios e enfados, a arrogâncias e, acima de tudo, a muitas asneiras políticas, a cedências e a promiscuidades inaceitáveis.
Exige-se classe política à classe política. Exige-se inteligência, respeito e rapidez. Exige-se que governo e oposição se compenetrem que nos representam a todos, que em conjunto representam o Estado e que o Estado somos todos nós.

O peso e cor das Palavras....

Primeiro não era nada; depois era um problema americano, para ser resolvido por americanos; de seguida era qualquer coisita mas nada de preocupante; posteriormente seria um princìpio de recessâo, como os inìcios de gripe, mas estaria tudo bem rápidamente, como as gripes; finalmente poderia ser uma recessão, lá para o distante 2009.
HOJE é uma recessão global, apelidada por alguns, muitos, analistas como severa: recessão severa.
.
Será uma recessão severa uma depressão ligeira (hoje) ? E amanhã o que será?
Maniqueísmos.
Chamem-lhe e classifiquem-na como quiserem mas ponham as economias a funcionar, para que o túnel onde irá aparecer a luz comece a ser uma realidade.

20.10.08



AlistairLittle

Certezas...

Como vai ser a época das festas este ano para o comércio? Muito pouco favorável.
Como irá ser o próximo ano ao nível do turismo? Fraco, garantidamente fraco.
Como vão estar as exportações? Mal na certa.
Como vai estar a economia? Em perca.
Quando entramos em recessão? Já entrámos, independentemente da cosmética dos números, já lá estamos.

19.10.08



FranzUnterberger
Crise financeira: Governo holandês injectou 10 mil ME no ING, um dos maiores bancos do mundo.

Trichet acredita que situação bancária está em «vias de normalização».

Entendam-se......

Há coisas que têm de ser ditas quando se ocupam cargos com responsabilidade política...há outras que se dizem quando essa responsabilidade não existe. Para os segundos há liberdade de palavra e acção; aos primeiros exige-se moderação no comentário político mas acção concertada com a situação, ou seja, diz-se uma coisa mas finta-se o discurso com acção efectiva diferente.
Espero que Trichet esteja a agir em conformidade, mas sinceramente não acredito, pelo passado próximo e longínquo. A acção do governador é pautada pelos interesses alemães, que neste momento são sombrios, nebulosos e, na generalidade, andam à deriva... a procura de uma zona de influência geográfica com os custos de consolidação da Alemanha parecem, neste momento, contraditórios.

16.10.08



PaddyBurrow

Alterar impostos de forma indirecta, mas muito mais interessante....

Alterar os impostos sobre as empresas é errado e não traz benefícios reais à economia, mas tão sómente ao capital investido, na forma de aumento dos dividendos.
Correctamente, dever-se-ia considerar a formulação de uma política capaz de conduzir ao investimento, através da alteração de outros instrumentos, capazes de capitalizarem as empresas e, em simultâneo, reduzirem o imposto a pagar, sem que para tal fosse necessário baixar a taxa de IRC. Assim teremos:
(1) aumento das taxas de Amortização de activos, corpóreos e incorpóreos - esta medida permite aumentar os custos, diminuir a carga fiscal pelo aumento dos custos e, ao mesmo tempo, capitalizar as empresas, porque as amortizações são custos na conta de Ganhos e Percas, mas são fundos que subsistem em tesouraria;
(2) acabar com o pagamento por conta do imposto sobre os rendimentos;
(4) receber o IVA efectivamente cobrado e não o IVA "facturado". A máquina fiscal tem instrumentos capazes de, hoje, controlar quem pagou o quê e a quem.
Com estas alterações, criavam-se condições de aumentar as vantagens competitivas do país na captação de investimento, nacional e estrangeiro, ao mesmo tempo que se conduzia a política económica no sentido da criação de riqueza nas empresas.
Estas são medidas fáceis e possíveis.
Baixar taxas de imposto são medidas que não conduzem a nada de positivo, mas são fáceis políticamente.
O que se pede são medidas eficazes económicamente; se estas forem tomadas a política e o país saiem a ganhar.

Ainda não estamos lá...

É fácil perceber que não basta anunciar injecções de capital; primeiro, porque o capital a injectar é insuficiente; segundo, porque a economia real já começou a resvalar; terceiro, porque não há dinheiro que valha aos derivados de risco.
As subidas que vão animando as bolsas devem-se a movimentos especulativos - short-selling.
As descidas são fruto da situação económica real - falta de liquidez e confiança nos mercados.
A intervenção estatal é necessária, mas não basta intervir ao nível das instituições financeiras; é necessário nacionalizar parte das grandes fortunas (mesmo grandes fortunas) acumuladas em ouro, em diamamantes, em cobre, ou seja, parte de todo aquele dinheiro que serve de reserva pessoal e não está aplicado em actividades produtivas. Só com a coragem de repor parte dos ganhos com a sistematização da especulação, será possível remendar o sistema económico e disponibilizar liquidez para os meios de produção e para o consumo.
Mas é necessário atentar que ninguém, mas mesmo ninguém, precisa de comprar só por comprar; é necessário consolidar o que se está a produzir, deixando que a investigação avance mas a incorporação das inovações se faça de uma forma mais compacta, para que as mudanças sejam grandes e justifiquem a troca comercial do bem por dinheiro e não, como hoje acontece, se troquem objectos não por necessidade mas por novidade.

13.10.08

Paul Krugman

Finalmente Paul Krugman obtem a distinção e reconhecimento mundial há muito merecido.
Krugman é um economista que funciona fora do "stablishement" há muitos anos. Defendeu várias posições polémicas e demorou a ser aceite como autor e economista consagrado por ser difícil, por ter um discurso discordante....
É o pai da geografia económica, cujos princípios deveriam ter sido seguidos há muitos anos pelo nosso país.

8.10.08

Farto de teimosias....

Porquê a insistência na manutenção e mesmo aumento das taxas de juro, para depois, num dia, baixar a taxa 1/2 ponto percentual. Porquê a teimosia do Banco Central Europeu, se era previsível que um abaixamento da taxa de juro era, definitivamente, necessária e económicamente fundamental. Porquê tanta teimosia do sr. Trichet?
Baixar quando é inevitável, acarreta menor obtenção de ganhos do que baixar quando se percebe que esse é o caminho, porque nos adiantamos e fazendo-o, mostramos estar melhor preparados para perceber as envolventes, os reflexos e as consequências.
O mundo financeiro está cheio de gente que só tem "ar", que se dá ares, mas que de economia e finanças pouco ou nada percebe.
E serve de alguma coisa, o abaixamento? Não, porque o problema, agora, é de falta de liquidez e o dinheiro, consequentemente, vê aumentado o seu custo, mesmo que a taxa do BCE baixe.

Agora como antes, o futuro da UE está traçado...

Em Maastricht fixaram-se os critérios de convergência e o PEC, tendo como objectivo evitar défices orçamentais excessivos e generalizados, fixando a manutenção do défice orçamental dentro de um valor de referência (3% do PIB). Esta medida visava combater o laxismo dos países do Sul.
Em virtude dos critérios fixados, um país da UE que se encontrasse altamente endividado e numa conjuntura de recessão nacional, ficaria inibido de usar políticas fiscais expansionistas, por temor aos limites do tratado, representando aquela inibição uma perda de elevado custo, sob a óptica da autonomia da política monetária nacional.
O PEC apertava assim e ainda mais, a camisa-de-forças fiscal.
A protecção que o PEC garante à moeda única advém da teoria das Zonas Monetária Óptimas (ZMO) que nos diz: um país pode abdicar da utilização do instrumento cambial para fazer face a problemas de ajustamento interno e externo resultantes de um choque assimétrico, se existirem, em alternativa, mecanismos automáticos de ajustamento, a saber três:

(1) mobilidade internacional de factores;
(2) flexibilidade salarial;
(3) transferências financeiras.


A teoria desenvolveu-se num ambiente em que o trade-off inflação-desemprego constituía a referência fundamental para a condução das políticas macroeconómicas.
Entretanto o trade-off deixou de ser considerado como existindo no longo prazo. As variações cambiais deixaram de ser vistas como uma forma eficaz de assegurar a competitividade externa das economias, para passarem a factores de amplificação dos desequilíbrios internos e externos e de perda de credibilidade das autoridades monetárias.
A teoria evoluíu, passando a dar maior atenção aos diferenciais das taxas de inflação entre países e à existência de processos de convergência económica, como condições para o sucesso da introdução de uma moeda única.
A teoria das ZMO fornece o referencial mais utilizado para avaliar os prós e contras de abdicar da moeda nacional. Os custos da moeda única situam-se ao nível da estabilização macroeconómica, os benefícios ao nível, sobretudo, dos ganhos de eficiência microeconómica.
Todos os países são diferentes, ocasionando, dessa forma:

(i) diferentes respostas aos choques assimétricos
(ii) diferentes preferências em termos de desemprego e inflacção
(iii) diferenças nas instituições do mercado de trabalho

(iv) diferenças quanto à mobilidade laboral e flexibilidade salarial
(v) diferenças nas taxas de crescimento económico dos países
(vi) diferenças nos sistemas fiscais
(vii) diferenças no grau de abertura.


Do lado dos benefícios teremos:

(a) redução dos custos de transacção
(b) redução das taxas de juro
(c) diminuição da inflação
(d) diminuição da incerteza cambial.


O recente alargamento da UE, que passou a contar com 27 membros, acarretou como esperado problemas a vários níveis, destacando-se a diluição do conceito de criação da UE (dos princípios criadores); transferencia do projecto da UE para a arquitectura política e a não existência de ideias francamente mobilizadoras.
Mantêm-se contudo os critérios de convergência fixados em Maastricht.
E como foram calculados os critérios ?

É possível demonstrar a relação entre o défice orçamental e a dívida pública em % do PIB, com uma simples relação matemática: d=yb, em que d=D/Y, b=B/Y e y=dY/Y, onde D é o défice orçamental, B a dívida pública e Y é o rendimento, todos em valores absolutos, excepto o rendimento (valor nominal).
Aplicando as condições do tratado, a igualdade d=yb reduz-se a: 3%=5% x 60%, o mesmo é dizer, assumir o crescimento do produto nominal em 5%, valor próximo do que se registava na Alemanha na altura da fixação. Existíu então, como agora, arbitrariedade na fixação dos critérios, nada tendo a ver com a teoria das ZMO.
Ao alterar as regras do PEC, que como se víu foi "construído" à imagem e semelhança da economia alemã não merecendo, por tanto, uma defesa fervorosa nos seus princípios, os países passam a estar sujeitos a critérios menos rígidos do ponto de vista da despesa, influenciando directamente o défice orçamental e os diferenciais das taxas de inflação entre países da zona euro e os critérios de convergência. Os pilares de sustentação do euro desmoronam-se. Ninguém pode acreditar, em seu juízo, que perante o deslizar de umas economias em relação a outras as paridades fixadas se possam manter. Não existem sistemas de vazos comunicantes entre as economias europeias, (não existe um sistema fiscal único, não existe um modelo de estado-providencia único) .
Nada é certo neste momento, a não ser que os interesses alemães passam pelo centro e leste europeu, os francesses pela manutenção da ideia política subjacente às CE, os ingleses pela manutenção do binómio liberdade de movimento de capitais-política monetária controlada, com taxa de câmbio flutuante e Portugal bem encostadinho a Espanha, cheio de problemas estruturais, a produzir muito pouco e a consumir mais do que pode.

A recente reunião do denominado G4, mostra claramente uma Europa dividida por interesses económicos regionais, a várias velocidades, como sempre esteve, mas desta feita assumidamente. Por outras palavras, mostra o fim inexorável da UE.

5.10.08

Questões de "timing"...

Mas, e apropósito: não foi o Presidente desta República que veio a público afirmar, depois de saber que os grandes investidores institucionais se tinham retirado da bolsa de valores de Lisboa, que se estaria a vender "gato por lebre"?
Este senhor parece ter a tendência para afirmar aquilo que todos já sabem, com um "timing" muito seu...


AnnabelGosling

O mau governo e a péssima oposição....

Não comento o discurso do Presidente da República, a propósito do 25 de Abril. Há muito que me recuso a comentar as opiniões daqueles que considero inúteis e responsáveis, políticamente, pela situação caótica em que vive mergulhado Portugal.
Não posso deixar passar em claro as reacções da oposição; não importa se ou com comentários, positivos ou negativos, ao discurso do Presidente da República, a oposição se faz ouvir. O que importa é saber se é igualmente da responsabilidade da oposição o estado do país e, aqui chegados, a resposta é simples: É!!!
A responsabilidade é de todos, porque, de forma simples, se pode afirmar, sem erro: o governo é e age de acordo com a competência da oposição e, se temos um mau governo é, tão sómente, porque temos uma péssima oposição.

Má decisão...(esperando enganar-me)

Temo que a decisão de aprovar o plano Paulson tenha tido razões eleitorais. Não afirmo em definitivo esta leitura porque gostaria, em boa verdade, de acreditar que a injecção de liquidez agora decidida seria a suficiente para estancar a crise e, em simultãneo, marcar o início de período menos conturbado.
Não acredito contudo que assim possa ser, infelizmente. Acaso o tempo me dê razão, veremos quão inútil e pernicioso foi este esbanjar de riqueza e os resultados económicamente maléficos que irão arrostar para os EUA e, por inerência, ao resto do mundo.

30.9.08



ThomasCole

O Erro por ora não foi cometido....

E por ora, felizmente, foi chumbado o pretenso plano de salvação da "indústria" financeira.
Felizmente porque, como aqui já se explicou, nada salvaria e só arrostaria um custo excessivo para os contribuintes americanos e, acima de tudo, diminuiria fortemente as possibilidades de injenção de liquidez no sector secundário da economia, ajuda que se irá mostrar decisiva para uma mais rápida e eficaz recuperação económica do mundo desenvolvido.
É hora de expurgar o sistema, de colocar as rédeas da economia nas mãos dos industriais e de mudar os políticos e a política.
~
Por cá, começam a ouvir-se as vozes daqueles que ainda ontem jurariam que não existia sequer recessão. Pensam, pobres coitados, que a crise já bateu no fundo. Desenganem-se; só agora começou!
Vão ter de alterar muito e muitas vezes o discurso. Tenho pena deles, destes tristes que cultivam a mediocridade e a arrogancia.

29.9.08



RabindraSingh

Recorrendo... AS FARPAS

Vossa Alteza vae ponderar talvez que é bem destituída de grandeza, vulgar e corriqueira de mais, a existência a que o introduzimos...
Ai de nós! a vida é em realidade assim, magnanimo senhor!
Ninguém é grande nem pequeno n´este mundo pela vida que leva, pomposa ou obscura, solta ou aperreada. A categoria em que temos de classificar a importancia dos homens deduz-se do valor dos actos que elles praticam, das ideias que diffundem e dos sentimentos que comunicam aos seus semelhantes.
É binaria a natureza de todo o homem superior. Metade d´elle pertence ao ramerrão passageiro de cada dia; a outra metade pertence ao ideal eterno de um mundo mais perfeito, em cuja obra cada um collabora procurando tornal-o na orbita da sua aptidão pessoal, ou mais justo, ou mais rico ou mais bello.
.....
É preciso amar, meu senhor. Eis ahi tudo.
É preciso amar fóra da esphera de todos os interesses pessoaes creados pela sociedade de que fazemos parte e estabelecidos pelo estado, pela profissão ou pela gerarchia. É preciso amar pela abnegação e pelo sacrifício de tudo para se chegar a ser alguma coisa. É preciso amar uma ideia, uma propensão da sociedade, um intuito da naturesa, uma expressão da arte, ou simplesmente e unicamente uma mulher, como as amou Musset, Lord Byron, Shakspeare ou Petrarca, afim de sahir fóra da massa obscura do vulgo, e ser um homem.
Ame pois vossa alteza, e deixe correr o mundo!
Não ha hoje em dia educação especial para o officio de rei nem para outro qualquer officio. Ha uma instrucção geral e ha uma instrucção technica para cada modo de vida. A educação essa é una e indivisivel.
Em todo o estado e em toda a condição social o homem bem educado é um homem superior. O homem sem educação por mail alto que o colloquem, fica sempre um subalterno.
No regimen de liberdade e de iniciativa, em que começam agora a viver as sociedades contemporaneas, a lei da concorrencia absorve tudo, e os reis mais solidamente equilibrados nos seus thronos não são senão os homens mais perfeitamente equilibrados na vida geral.
.....
Portanto, e em conclusão:
Para dar ao throno portuguez um bom rei, pense vossa alteza em dar na sua pessoa á pátria um cidadão instruído; á humanidade um homem justo; á natureza um sadio e valente animal.
A seus paes, aos seus mestres e á sua côrte, é doloroso mas é indispensável que vossa alteza dê egualmente aquilo que lhes deve:
-desgostos!

Pensamento do Dia...

Se a política fosse ética, o exercício político seria, todo ele, fraterno e não obediente.

Males Actuais....

Curioso.
Durante todos estes anos em que escrevo neste sítio, insurgi-me contra a defesa de políticas liberais para a economia. Ainda há pouco tempo, a propósito da eleição da nova liderança do PSD, me questionei sobre a capacidade de entendimento do mundo actual por parte de todos os candidatos baseando-me, primeiramente, na defesa intransigente que todos fizeram das maravilhas que, supostamente, advêm da liberalização dos mercados e das economias.
Curioso verificar agora como se afadigam os vários governos europeus em intervir, directa e despudoradamente, na economia e nos agentes económicos. Os mesmos governos que, em consonância com a Comissão Europeia, defendiam veementemente o liberalismo económico.
Curioso e triste, porque mostra, claramente, a incongruência e a impreparação, o oportunismo e o lobismo, a falta de visão social e a incompetência políticas de todos os políticos que regem os destinos de milhões de pessoas.
A actual classe política dirigente, aqui como lá fora, padece de vários males, destacando-se os comprometimentos com os grandes interesses financeiros e a incapacidade de pensar política, que impede a execução política capaz e socialmente eficaz.

28.9.08

4 estações



CyTwombly

A Largada

Foram então as ânsias e os pinhais
Transformados em frágeis caravelas
Que partiam guiadas por sinais
Duma agulha inquieta como elas...

Foram então abraços repetidos
À Pátria-Mãe-Viúva que ficava
Na areia fria aos gritos e aos gemidos
Pela morte dos filhos que beijava.

Foram então as velas enfunadas
Por um sopro viril de reacção
Às palavras cansadas
Que se ouviam no cais dessa ilusão.

Foram então as horas no convés
Do grande sonho que mandava ser
Cada homem tão firme nos seus pés
Que a nau tremesse sem ninguém tremer.

Miguel Torga

Como remunerar o trabalho de governança?

Sem ricos só haveria pobres. Sem capital não haveria trabalho.
Os instrumentos financeiros (IF) são meios modernos de redistribuição de rendimentos.
O problema não reside na existência de IF, mas na aplicação que lhes é dada. Quando a gestão corporativa se preocupa com a satisfação do grande accionista descura, forçosamente, a geração de riqueza para a corporação. Quando o enfoque é colocado no enriquecimento da empresa, os riscos são menores, os ganhos consolidados e a retribuição do capital investido mais lenta, mas muito mais perene. É uma questão de postura, que coloca modelos de atribuição de rendimentos à gestão em choque: (i) base fixa e base variável paga como % dos resultados obtidos, em cash ou stockoptions, ou; (ii) remuneração de base fixa, só, e fixação de objectivos claros de gestão, como remuneração mínima do capital investido.
Estes são dois exemplos, havendo mais, que ilustram a discussão que terá de ser levantada agora.
Como remunerar os órgãos de governo das sociedades?

Ao entardecer, debruçado pela janela,
E sabendo de soslaio que há campos em frente,
Leio até me arderem os olhos
O livro de Cesário Verde.

Que pena que tenho dele! Ele era um camponês
Que andava preso em liberdade pela cidade.
Mas o modo como olhava para as casas,
E o modo como reparava nas ruas,
E a maneira como dava pelas cousas,
É o de quem olha para árvores,
E de quem desce os olhos pela estrada por onde vai andando
E anda a reparar nas flores que há pelos campos ...

Por isso ele tinha aquela grande tristeza
Que ele nunca disse bem que tinha,
Mas andava na cidade como quem anda no campo
E triste como esmagar flores em livros
E pôr plantas em jarros...

Alberto Caeiro

Falta de leitura de longo prazo...

O plano Paulson passou mesmo. É um enorme disparate, conforme o tempo se irá encarregar de mostrar.
Já a autorização do Congresso americano para um financiamento de 25 mil milhões de dólares à indústria automóvel deve ser visto como uma medida positiva. Depois da queda dos mercados financeiros, a especulação sobre activos vai sofrer um rude golpe, podendo afirmar-se que uma lata de atum valerá exactamente isso: um lata de atum. Será nos sectores primário (agricultura) e secundário (indústria) que a economia irá despontar para novo crescimento sustentado e para o restabelecimento da confiança nos mercados financeiros, fundamental para o crescimento económico.
Todas as ajudas a estes sectores produtivos serão poucas, por forma a estabilizar os mercados e fazer renascer o sector terciário (serviços) do qual dependem, actualmente, cerca de 2/3 da população activa do mundo económicamente desenvolvido.

27.9.08


Condições de sobrevivência....

Por ora a negação do plano Paulson impede o sacrifício de 700 mil milhões de dólares que se poderão mostrar de enorme importância na hora da recuperação económica, mas que seriam redundantes agora, na hora do colapso económico.
Toda a enorme turbulência económica actual e a futura queda dos mercados deve-se, não ao sistema capitalista per si, que tem muito de positivo e é fundamental para o crescimento e desenvolvimento económicos, mas essencialmente à vontade política das democracias de abraçarem o liberalismo económico, o laissez-faire económico. A atitude do Estado perante a economia, a sua capacidade interventora depois de esgotada a capacidade reguladora, é fundamental para um bom desempenho económico das nações e do mundo. É, então, fundamental abandonar a triste condução política baseada na boa-vontade do capital.
Acreditar no capital, como ser etéreo capaz de se regular autonomamente e pensar socialmente, é o mesmo que acreditar no coelho da Páscoa.
Ao Estado exige-se que considere o capital um parceiro, um aliado, sujeito a regras e supervisão, condicionado pelo interesse social e económico das nações e dos espaços económicos. Defender posições contrárias, arremetendo para a concorrência regional transcontinental existente no mundo, é o mesmo que desistir das obrigações e arvorar a bandeira da incompetência. Há a necessidade de pensar a economia por clusters regionais, criando e alimentando pólos de desenvolvimento que se satisfaçam e satisfaçam os investidores, o capital.
Os instrumentos serão a redução da burocracia, o aumento cultural das populações e das suas competências, a concorrência fiscal, um bom funcionamento das instituições jurídicas e aplicabilidade das leis, um desenvolvimento regional sustentado, infraestruturas capazes, entre outras condições mais, das quais se terá de destacar uma política externa forte e constante (independentemente das cores políticas do momento).
Não é possível considerar um Estado governável, se os actores políticos defenderem o liberalismo económico. Acaso os ouçamos defender este princípio, saberemos de imediato que não sabem do que falam nem ao que vêm e, por consequencia, serão maus governantes do Estado, péssimos depositários da Coisa Pública.

25.9.08

Imagens de outros tempos


JacquesLartigue

Queixa das almas jovens censuradas...

Dão-nos um lírio e um canivete
e uma alma para ir à escola
mais um letreiro que promete
raízes, hastes e corola

Dão-nos um mapa imaginário
que tem a forma de uma cidade
mais um relógio e um calendário
onde não vem a nossa idade

Dão-nos a honra de manequim
para dar corda à nossa ausência.
Dão-nos um prémio de ser assim
sem pecado e sem inocência

Dão-nos um barco e um chapéu
para tirarmos o retrato
Dão-nos bilhetes para o céu
levado à cena num teatro

Penteiam-nos os crâneos ermos
com as cabeleiras das avós
para jamais nos parecermos
connosco quando estamos sós

Dão-nos um bolo que é a história
da nossa historia sem enredo
e não nos soa na memória
outra palavra que o medo

Temos fantasmas tão educados
que adormecemos no seu ombro
somos vazios despovoados
de personagens de assombro

Dão-nos a capa do evangelho
e um pacote de tabaco
dão-nos um pente e um espelho
pra pentearmos um macaco

Dão-nos um cravo preso à cabeça
e uma cabeça presa à cintura
para que o corpo não pareça
a forma da alma que o procura

Dão-nos um esquife feito de ferro
com embutidos de diamante
para organizar já o enterro
do nosso corpo mais adiante

Dão-nos um nome e um jornal
um avião e um violino
mas não nos dão o animal
que espeta os cornos no destino

Dão-nos marujos de papelão
com carimbo no passaporte
por isso a nossa dimensão
não é a vida, nem é a morte

Natália Correia

23.9.08



MarkDeamsteader

Ainda agora começou....

Tudo o que sucedeu na passada semana, no mundo financeiro, é tão sómente o início do turbilhão aqui aventado, vezes sem conta e de há muito tempo.
A injecção de capital no sistema financeiro dos EUA, que aguarda pela respectiva aprovação, no valor de 700 mil milhões de dólares, não pretende mais do que tentar estancar o colapso do sistema financeiro global.

Os números são razoávelmente fáceis de perceber:

(1) valor real da crise imobiliária nos EUA: 3 biliões de dólares (10^12)

(2) valor injectado no sistema financeiro até agora: cerca de 1 bilião de dólares;

(3) Valor do mercado de derivados de risco: 15 biliões de dólares;

(4) Intervenções no mercado financeiro: (i) AIG - 85 mil milhões de dólares; outros - 200 mil milhões (já não houve liquidez para salvar o Bear Stearns e o Lheman, porque se esperava pelo colapso da AIG e da Merryl Linch, acabando este por ser, momentaneamente resguardado pelo Bank of America. Havia ainda que intervir na Mae e na Mac e o pano é cada vez mais curto);
(ii) total destas intervenções: cerca de 300 mil milhões de dólares.

Ou seja, o valor até agora injectado não cobre metade do valor real da crise. Injectando mais 700 mil milhões irá cobrir 2/3 da crise e fica esgotada a possibilidade de intervenções futuras. E ainda terão de agradecer aos EUA pelo enorme sacrifício (estão a esgotar reservas preciosas. Sempre afirmei que os EUA seriam a economia que melhor resistiria a esta crise - sofrendo o primeiro embate, óbviamente - e que primeiro sairía dela. Em meu entender, desnecessáriamente, estão a tornar mais difícil essa tarefa, porque irão recuperar primeiro sim, mas levarão mais tempo e tempo para o resto do mundo significa fome, porque nada será alterado; a "máquina" já está a rolar e nada a fará parar, antes do sistema estar razoávelmente expurgado).

O sistema financeiro mundial está "seco", estas ajuda têm o propósito de aguentar os mercados, mas as empresas e os particulares estão financeiramente exauridos. Tenderão a realizar liquidez e a recolocar os recursos em activos pretensamente mais seguros que os actuais e é aqui que a crise vai estalar por completo. Os 15 biliões de dólares atrás referidos vão faltar (cerca de 4/5 do valor é fictício, mas o restante 1/5 vai valer muito menos que o valor real) fazendo rebentar a "bolha" que separa a recessão (actual) da depressão.

No caso do nosso País, já deveríamos ter utilizado todos os fundos comunitários à nossa disposição, bem como deveríamos estar a proceder, desde o início do ano, a um aumento (possível, permitido) dos financiamentos externos. O dinheiro vai perder valor e quem o tiver, mesmo valendo muito menos, estará melhor colocado.

Recordo quando em 2006 fiz referência à alteração da lei das falências nos EUA. A referida alteração era o prenúncio de que a liquidez na maior economia do mundo já não era a mesma e que os tempos de facilidades estavam a acabar. Escrevi aqui sobre o tema e sobre o seu significado.

15.9.08

A rapidez do processo....

"Lehman Brothers, the storied Wall Street securities firm, announced on its Web site early Monday that it will file for Chapter 11 bankruptcy protection".NYTimes.

É tudo muito rápido, mas igualmente certo, no mundo financeiro e ainda agora começou. E era previsível, sem necessidade de recorrer a dotes de adivinhação.
Até se podem assacar "culpas" a Alan Greenspan, alguns já o fizeram, pelo modelo que utilizou na gestão do FED. Não concordo mas, independentemente desta querela sem sentido, havia uma política virada para a taxa de desemprego e, na sua substituição, a política do FED virou-se para a taxa de inflação. Hoje o desemprego eestá nos 7% (nunca ultrapassava os 3%) e a inflação está nos 6% (nunca chegava a 3%).

Depois temos todos os outros, que perante os sinais evidentes em Agosto de 2007, não os perceberam. nestes inclui-se toda a Europa (BCE incluído). A nível nacional os cromossomas do governo e da oposição impossibilitam, ainda, uma leitura dos acontecimentos. Mas também, quando a voz de referência nestas matérias, por parte do PSD, é António Borges (lembram-se de uma entrevista ao Expresso, onde dissecava a crise do imobiliário e fazia conjecturas sobre o futuro? Foi de levar às lágrimas), perante as suas afirmações sempre me pergunto: este homem sabe alguma coisa de economia e finanças? Vive em Londres? É político? É que se acaso é mesmo tudo isto não parece nada.

10.9.08

"Rough times are coming fast"

A Lehman Brothers anunciou percas no 3º trimestre fiscal de 3,9 mil milhões de dólares. Com 157 anos de história prepara-se para a falência, depois da Bear Stearns em Março.
Também a UBS, ao decidir dividir a sua actividade bancária em três actividades distintas, corporizadas em três instituições independentes jurídicamente, tenta salvar alguns dedos, adquirido que está que já perdeu os anéis; mesmo assim dificilmente terá salvação.
E, assim, desta forma se inicia a má conjuntura que irá colocar sobre pressão o mercado de derivados de risco, conduzindo o mundo ocidental, infectado financeiramente, para a depressão.

5.9.08


RichardPikesley

Pensar a Economia....

O presidente do Morgan Stanley Asia, Stephen Roach, alertou hoje os mercados de que o declínio económico global ainda se encontra na sua fase inicial, encontrando-se os EUA já em recessão e notando que o impacto da crise de crédito ainda está por se fazer sentir na sua totalidade.

"Estamos na fase inicial do abrandamento nos EUA e do ciclo de negócios global", disse Roach, adiantando que "ao mesmo tempo que o consumidor norte-americano entra numa depressão pós-bolha, os exportadores asiáticos e europeus irão sofrer um abrandamento nas exportações, condicionando o crescimento económico global".

Afirmações feitas há dois dias.
Acaso algo foi dito agora que não tenha sido aqui, neste espaço, afirmado há muito, muito, tempo?
Nada! Pelo contrário, ainda peca por alguma reserva. Prova-se assim que:
É possível pensar a economia com antecedência.

A tristeza do desconhecimento...

É interessante mas, infelizmente, fortemente preocupante, verificar como os economistas em Portugal, aqueles que são escutados públicamente, estão tão longe da realidade económica mundial.
Quando aqui afirmei que a economia europeia iria sofrer mais e durante um período de tempo maior, as consequências de uma crise económica e financeira que só agora começou, todos se afadigavam a afirmar que a crise era mais dos EUA do que da União Europeia.
Agora que a OCDE vem afirmar o que aqui disse e tenho reiterado, assiste-se ao início de tomadas de posição tímidas, mas consensuais com aquela perspectiva.
Verifica-se, assim, que não existe verdadeiramente análise económica no nosso país e, que, as afirmações e os escritos são feitos com base em relatórios internacionais, ou seja, diz-se aquilo que todo o mundo quer que seja dito, em cada momento, conduzindo esta faceta muito negativa dos pressupostos sábios macroeconómicos, a uma impossibilidade endémica de Portugal estar preparado para os grandes desafios que se lhe vão colocar nos próximos anos.
Ninguém pensa a verdade e, não pensando, ninguém descobre caminhos.

27.8.08


MarkDemsteader

A espera...

Vamos esperar até 7 de setembro para ouvir a oposição, leia-se PSD?
Acaso o país não se move todos os dias?
A oposição deixou de ser feita pelos líderes políticos?
Tantas dúvidas, tantas certezas...

Redundâncias...

"O membro do Conselho de Governadores do Banco Central Europeu Axel Weber afirmou hoje que a autoridade monetária europeia "não tem margem" para efectuar uma descida dos juros, tendo mesmo dado a entender que estes podem vir a subir no futuro".
É óbvio: com a desvalorização monetária futura, a subida dos juros é uma consequência inevitável.

Factos incontornáveis...

A situação no Caúcaso é deliberada e foi estudada ao pormenor.
A situação na Polónia é deliberada e foi estudada ao pormenor.
A posição francesa é conhecida da História, de outras histórias.
A posição da ONU ainda não é conhecida, mas é fácilmente perceptível.
A posição dos EUA, seja qual for o presidente eleito em Novembro, será sempre a mesma.
A economia, essa, não pára e continua a descer a encosta.

A importância fundamental da organização detalhada....

Na 2ª feira dois jovens foram expulsos, por desacatos continuados, de uma composição ferroviária na estação de Boliqueime. De seguida abordam dois turistas alemães, não para aprenderem a língua de Goethe, mas para os saquearem; um dos homens oferece resistência e é baleado na cabeça. Os jovens estão a monte.
Pergunto: acaso vivessemos num país organizado, onde o respeito fosse um valor fundamental, a notícia seria outra?
Afirmo: evidentemente! E passo a citar: na 2ª feira dois jovens foram expulsos, por desacatos continuados, de uma composição ferroviária na estação de Boliqueime, tendo sido detidos de imediato pela GNR, que aguardava a chegada da composição.
Esta seria a notícia, num país sério, responsável e de direito e o turista alemão estaria a gozar o Sol do Algarve.

O Ministro que já se deveria ter demitido...

É um paradoxo que tem de ser vencido na sociedade política portuguesa: a nomeação para cargos públicos ser aceite com fins de projecção pessoal, mas ser ajuramentada para servir a coisa pública.
Quando um ministro não tem condições de cumprir com as suas funções e, em simultâneo, reconhece não dispor dos meios, deveria, pela primeira razão, pela segunda ou pelo somatório das duas, resignar ao cargo que ocupa, demitindo-se e prestando os esclarecimentos devidos, acautelando as razões da demissão. Acaso não o faça, não serve como ministro, porque não serve a coisa pública.
O Ministro da Administração Interna já se deveria ter demitido, porque não tem condições de cumprir com as suas funções e, também, porque não dispõe dos meios e das verbas que lhe permitam intitular-se Ministro, quer no sentido lato, quer no estrito.
Mas lá está; os cargos públicos são utilizados como trampolins pessoais, não cabendo na sua esfera o serviço público.

1.8.08

A importância da América....

A taxa de desemprego nos EUA subíu, em Julho, para 5,7%, em virtude de 51.000 americanos terem perdido os seus empregos. Mesmo assim, a expectativa era de um aumento maior do que o efectivamente verificado. Mas vai aumentar, muito mais.
Vai ser interessante perceber (os efeitos já se fazem sentir) na expressão de todos aqueles que têm sido anti-americanos primários e, mesmo, secundários, a importância que o americano médio, tão criticado, tem na economia mundial e, sobretudo, na economia europeia. Quando se acentuar o declínio da classe média americana e se deixarem de vender nos EUA, em definitivo e por um período largo de tempo, os electrodomésticos Bosch, os automóveis Mercedes e BMW, a Valentino, todos os tipos de bolachas e também salsichas, veremos então a importância da América no estilo e modo de vida dos europeus

31.7.08


GustavKlimt

O país que não se cansa de apanhar....sorrindo.

Portugal está mal. Vai ficar ainda pior. Vamos ficar todos piores.
Temos o pior PIB per capita da Europa dos 27; temos uma justiça que não funciona, e não funcionando, afasta os investimentos; temos empresários que ganham dinheiro mas as suas empresas só têm prejuízos; não temos cultura; temos iniquidades na educação; falta-nos ambição e vontade de Fazer.
Abastece-se o país de compadrios, de tolos e discursos ôcos. Fala-se em obras públicas porque não se sabe mais o que fazer, não se sabe o que dizer.
Temos o pior governo dos últimos 365 dias, antes deste tinha sido o anterior, antes desse o outro e por aí fora.
A emigração é um facto que já não se consegue esconder. Emigração um pouco mais letrada (supostamente, que esta coisa do conhecimento tem muito que se lhe diga) que a anterior, da década de 60. Mas está lá toda, no número, na falta de oportunidades, na imensa ambição de sair de um Portugal em estertor.
Que país, merecedor desse nome, se permite não dar esperança aos seus filhos? Só os terceiro-mundistas, que me recorde. E agora estamos a caminho de ficar na mão de Angola. Lutámos para fugir aos espanhóis e vamos ficar na mão dos angolanos. Os primeiros eram maus, os segundos são péssimos.
A banca está revirada; nos bancos, na política, nos costumes, na moral, na segurança, na saúde, na educação. Está revirada no direito.
Éramos todos iguais, sendo todos diferentes; hoje somos todos diferentes, sendo todos egoístas.
Contudo cá estamos, sempre cantando, mesmo que em surdina, a esperança.
Este escrito é um seu exemplo, como se escrevendo algo mudasse, alguém ouvisse, Portugal saísse do estertor de morte e encontrasse o seu caminho.
Não merecíamos. Não merecemos. Devemos exigir mais, todos nós. E quem sabe, mostrando outra força, outra vontade, outro querer, um dia encontramos o caminho perdido. O nosso caminho.

13.7.08

Inevitabilidades....

Sempre foi e sempre assim será: quanto mais se falar de paz, mais se adivinha a guerra.

9.7.08

Lá vamos a caminho da pontinha..... do fim


"The Standard & Poor's 500-stock index fell 29.01 points, or 2.3 percent, entering its first official bear market since 2002. The Dow Jones industrials finished down 236.77 points, or 2.1 percent."
(New York Times)
Como tem piada e ao mesmo tempo assume contornos de drama, ouvir e ler os mais diversos colunistas económicos, os mais distintos banqueiros e os mais selectos intelectuais divagarem sobre a recuperação da economia mundial. Tudo política (má) e desconhecimento (péssimo) ou, mesmo, um misto de interesses privados (usual).

28.6.08






















A expansão das alianças estratégicas internacionais motivou o livro. Analisa os riscos e discute os critérios de selecção de parceiros estratégicos, partindo da análise de empresas portuguesas empenhadas em processos de internacionalização

Quantos carros compra a Presidência da República?

O que fará um BMW 760 Li, comprado pela Presidencia da República (PR), com matricula de Janeiro de 2007, com cerca de 19.000 km feitos e cujo custo rondou os 210.000 euros, à venda num stand de usados em Lisboa, por 110.000 euros?

21.6.08


CharlesWillmott
"Fundos da UE a zeros. Até agora, dos mil milhões de euros recebidos, as únicas verbas gastas serviram para pôr em funcionamento a ‘máquina’ administrativa do QREN". (edição on-line SOL).

Mil milhões recebidos? Até agora? E é isto comunicação social? Não é! Nem comunicação, nem social, nem as duas coisas, muito menos séria.

Em 2007 deveriam ter entrado 7 mil milhões que não entraram. Em 2008 já deveriam ter entrado, no mínimo 5 milhões, que também não constam por estas bandas.
Entretanto o País está de tanga, sem liquidez, com a banca à míngua e os rácios a baixarem inexorávelmente, as taxas de juro dos overnights a crescerem e o "rating" do país a diminuir.

Onde está a política governativa? Onde está a acção governativa? Onde estão os projectos estratégicos (não venham com obras públicas, que só esbanjam e nada acrescem)?

Depois Manuela Ferreira Leite afirma: está na hora de cabar com o quero, posso e mando do primeiro-ministro. Infeliz afirmação!
Que quer o primeiro-ministro? Que pode o primeiro-ministro? Que manda o primeiro-ministro? NADA!!!!
Chamou a si os dossiers abrangidos pelo QREN - de acordo com notícias, muito propagandeadas, no final do ano passado. E que se passou entretanto? NADA!!!

Estamos a meio de 2008 e que se passa com os projectos? Há projectos? Quais? Onde? Para quê?

Manuela Ferreira Leite deveria ter afirmado: está na hora de colocar o primeiro-ministro em sentido e perguntar: porque razão ainda não entraram em Portugal os milhares de milhões do QREN? De passagem respondia: por total ineficácia e incompetência política do PM e dos seus governantes, que se preocupam com a pose do "quero, posso e mando", que politicamente poderia estar correcta, a ser verdade, em tempo de crise, mas na realidade escondem, naquela postura, uma outra, essa sim verdadeira, muito menos interessante e muito mais devastadora para a economia nacional: a incompetência política e a incapacidade de namorarem e seduzirem os grandes investimentos, económicamente estruturantes, quer a nível dos actores económicos nacionais, quer dos actores internacionais (menos interessantes, mas importantes na conjuntura actual de imobilismo). isto deveria ter sido perguntado e afirmado por Manuela Ferreira Leite.
Quem anda há muitos anos na política em Portugal sofre de, pelo menos, três males: (1) tem pés de barro; (2) está comprometida; (3) está viciada no raciocínio.

Assim não vamos lá nunca!

19.6.08


FranzUnterberger

Sociedade e futebol..tão idênticos...tão mal

Elementar: num país de oportunistas, de fraquíssima formação e fortíssima falta de carácter, onde a moral e a intelectualidade andam arredias, sobressaem os menos capazes mas que são, em simultâneo, os mais atrevidos e afoitos, que esta coisa de chegar à frente tem quase tudo a ver com desplante e muita falta de cultura - só os burros (sem qualquer achincalhamento para os animais própriamente ditos)se sentem compelidos para dizer e agir, de toda e qualquer forma, tudo o que lhes passa pela cabeça. É assim no Portugal de hoje; está cheio de gente afoita.

Se no geral é um facto, no futebol, caso particular, essa afoiteza parece ser uma virtude. Para lá de todas as peripécias que se têm dito e escrito sobre jogos, resultados, clubes, árbitros e corrupção, muito gostaria que me explicassem porque razão, aquando da primeira decisão de exclusão do FCP da "Champions League", todos os grandes clubes europeus se colocaram ao lado do FCP e, dois clubes portugueses, embora com posturas diferentes, aparecessem de mansinho, dizendo uns (SLB) que em nada alterariam a preparação da nova época futebolística e, outros (VFC, vulgo Guimarães), afirmassem que a concretizar-se seria "mau para o futebol português".

Ambos estavam imbuídos de uma convicção clara: que a decisão da UEFA era inalterável (por ser incomum aquele orgão tomar uma decisão e, posteriormente, voltar atrás na decisão tomada). Ao verificar-se um volte-face na situação, deparamo-nos com posturas antagónicas quando comparadas com as incialmente (e hipócritamente) tomadas: agora sentem-se os dois clubes expoliados de um direito (não sei qual) que aparentemente parecem julgar merecer (não percebo porquê).
A posição que ocupavam na classificação do campeonato e a concomitante presença europeia atingida, mantêm-se. O facto do FCP não ser excluído da prova acima referida, não alterou em nada o direito de participação nas competições europeias, que a respectiva classificação obtida proporciona.
Aqui chegados, só um raciocínio é válido, para a verificação de uma mudança radical de atitude: não se trata de mais ou menos verdade desportiva, trata-se isso sim do bom e velho dinheiro. E é aqui que as pontas se juntam: a todos os níveis da sociedade portuguesa os afoitos se alcandoraram e, ao invés de pugnarem pelos interesses nacionais - se o fizessem não teriam as características dos afoitos - pugnam tão sómente pelos interesses particulares.

Aponte-se, de novo, o caso do futebol: quando em toda a Europa, os grandes clubes europeus estão solidários com o FCP, os ataques surgem do próprio país, de clubes que jogam no mesmo campeonato, de gente que fala a mesma lingua (aqui duvido que a lingua desta gente seja a minha, não só pelos actos, mas também pelas palavras; muitas das vezes não os percebo). Esta situação é repugnante em si mesma e verdadeiramente desmoralizante, ao nível do país. Por dinheiro tudo vale, inclusivé arrastar o nome de agremiações centenárias para o descrédito.
Pergunto-me: qual a imagem que o SLB passa neste momento em todo o mundo do futebol? Pergunto-me mais: sendo o SLB uma marca com reconhecimento mundial, qual o verdadeiro custo de imagem para a marca Benfica, de toda esta arruaça que criou e alimenta, desde que a decisão de exclusão do FCP foi suspensa pela UEFA?

Sinais desta era destemperada. Já vai longe o tempo de dirigentes como Pinto de Magalhães ou Borges Coutinho. Eram outros os tempos, tempos de Senhores.
Hoje, de forma ostenciva, a falta de qualidade impõe o seu estilo. No futebol, como no geral da sociedade portuguesa (aliás, uma situação não seria possível sem a outra, porque são fruto do mesmo ventre, perfeitamente compagináveis).
...
P.S. a ausência de escrúpulos, a má retórica, o oportunismo e uma enorme necessidade das direcções dos clubes envolvidos, (no caso do SLB também como forma de camuflar uma péssima época, onde numa equipa de 25 elementos o melhor jogador tinha 36 anos) por presumíveis recursos financeiros (os clubes de futebol não são excepção no clima de abrandamento económico em que vivemos) ,mas também, e principalmente, por ser recorrente todo este conjunto de comportamentos malévolos, na sociedade portuguesa no geral, que só pretendem esconder realidades através da criação de "cortinas de fumo", tudo isto, dizia, foi motivação suficiente para o presente texto.

17.6.08

wait and see....

A falta de soluções conduz a discursos aberrantes.
Para lá do que possa ser dito noutros países membros da UE, interessa-me sobretudo o que é dito no meu país, e o que ouço é confrangedor. À falta de discurso mobilizador,junta-se a idiossincrática pecha da ausência de ideias.
Que fazer com o NÃO irlandês? E agora? Que caminho para esta (des)economia?
Nenhum cenário encaixa no perfil dos economistas-monetaristas que persistem na nossa política, muito menos nos lobistas sectoriais. Agora até já se pode pensar numa UE sem Irlanda, ou pretender que este país realize referendos - talvez quatro ou cinco - até que a população cansada diga SIM; ou que o governo desconsidere o resultado do referendo, fruto da pressão da Ue e se decida pela ractificação parlamentar.
Julgam que estão a falar de franceses e da sua pseudo-filosofia humanista, democrática e libertadora. Mas não estão; no Reino Unido pratica-se a democracia mais antiga e genuína do mundo. O respeito pelos outros é uma realidade indissociável da noção de cidadania, da maneira de ser britânica.

Wait and see....

14.6.08

A verdade da mentira...

Cavaco Silva: "(....)um erro os Estados-Membros referendarem tratados internacionais (....) a existência de problemas internos ou governos impopulares, por exemplo, acaba sempre por se reflectir nos resultados dos referendos (...). Os tratados internacionais nunca deveriam ser objecto de referendo e tivemos agora a prova disso".

José Sócrates: " (....) aqueles países que ainda não tenham ratificado o Tratado continuem com o processo de ratificação, (....) aguardo pela reunião do Conselho europeu da próxima semana para discutir uma solução que responda ao problema agora criado pelo voto irlandês".
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Porque a política só é entendível pelos políticos. As populações não têm condições de decidir sobre política externa; seja por ignorância, seja por "revanchismo". Na política interna não dá jeito nenhum fazer qualquer referência, embora pensem exactamente o mesmo.
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A população não presta para opinar, o mesmo é dizer para pensar e emitir opinião politica sobre uma qualquer matéria.
Falam em problemas internos ou governos impopulares, como causa para referendos que contrariam a vontade dos políticos; na Irlanda? Estranho, estranhíssimo. Só mesmo para quem não conhece a realidade e o ambiente que se vive actualmente no país, ou seja, todos nós, a população, que não podemos referendar um tratado porque somos ignorantes (não vemos quanto é benéfico este tratado) e votaríamos NÃO por "revanchismo" (e não teríamos toda a razão para o fazer?). Não por vingança política, mas por ausência de soluções internas que justifiquem um mergulho crescente na "nomenklatura" europeia, mesmo que à custa da perca da soberania nacional e de prerrogativas com que nos acenaram (já de si más, mas que agora desaparecem), quando era conveniente fazê-lo.
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Depois, sendo referendado num único país, pode afirmar-se que é esse país que tem de resolver o problema da ractificação do tratado, porquanto, em princípio, todos os restantes 26 estarão de acordo, desde que não haja um único referendo e a aprovação continue a processar-se ao ritmo da mentira política; no parlamento, com o voto dos políticos poltrões.
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Acaso o tratado tivesse sido referendado, quantos "NÃOS" teríamos nesta altura?
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Subsiste contudo uma dúvida, que torna pertinente a vontade de que o processo de ractificação continue: a posição inglesa. Quando em Inglaterra, no 10 de Downing St., está o inquilino que dos últimos residentes mais se apresenta como uma "enguia", com um discurso interno e outro externo, assumindo sempre várias faces, a dúvida é pertinente: continuará Gordon Brown o processo de ractificação parlamentar (difícil, muito difícil com os ingleses), parará o processo agarrando-se ao não do vizinho irlandês ou, aproveitando o balanço, defenderá a necessidade de referendar o Tratado?
Os cenários são possíveis, mas apresentam maior probabilidade o segundo e o terceiro.
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O Tratado de Lisboa, ao contrário do Constitucional, ainda não está morto, mas só um golpe de magia e cedências imensas impedirão que isso suceda.
A surgirem cedências pergunto: porque razão não referendámos também o tratado? Não temos nada para (re)negociar? Não temos nada a (re)ganhar?
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Porque razão temos de estar na crista da onda do aprofundamento europeu, mas sempre no último lugar nas condições de vida, no crescimento, sustentabilidade e desenvolvimento económico?
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Querem que acreditemos nestes políticos de pacotilha que nos atiram estas atoardas, como se de verdades absolutas se tratassem?
É fundamental o Tratado de Lisboa? Para quê?
É necessária a UE? Para quê?
Aproximem a Europa dos 27 de uma Zona de Comércio Livre e todos saíremos a ganhar. Levem-na para o aprofundamento económico e político e, daqui a uns anos, nada restará dessa integração, a não ser amargos de boca e situações de dependência política e económica.