Há um problema no discurso político grave: nos temas que verdadeiramente interessam actualmente, as soluções de uns terão de ser iguais às soluções de outros. Ou seja e por outras palavras: governo e oposições terão de estar de acordo em relação às matérias fundamentais, porque os problemas que se colocam dependem muito do exterior e, só em parte, da acção política interna.
No restante, nas questões de pormenor, há espaço para a divergência política.
O problema reside nas grandes questões e na agenda política de cada um. Aqui chegados aparecem as grandes diferenças: se o discurso tem de ser o mesmo, ganha politicamente quem conseguir soletrar as reformas primeiro ou mesmo, sendo bastante, quem as conhecer e souber aplicar.
É uma questão de gritar: cheguei primeiro!
Mas porque onde falta a vontade política de aceitar as igualdades, sobeja o medo político, assistimos ao caricato de discutir candidatos autárquicos a um ano de distância, a silêncios e enfados, a arrogâncias e, acima de tudo, a muitas asneiras políticas, a cedências e a promiscuidades inaceitáveis.
Exige-se classe política à classe política. Exige-se inteligência, respeito e rapidez. Exige-se que governo e oposição se compenetrem que nos representam a todos, que em conjunto representam o Estado e que o Estado somos todos nós.
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