1.7.13

Sai o teimoso, ficam outros: tudo na mesma

A saída de Vitor Gaspar do Governo não é nenhuma desgraça, pelo contrário. O Ministro não tinha qualquer possibilidade, desde o primeiro dia, de levar a cabo a função que deveria desempenhar: libertação de fundos, através da redução da despesa primária, para despesa de investimento, mantendo desta forma e no mínimo a receita do Estado.

Poetugal hoje é um país profundamento dividido socialmente, sem classe média, com um desemprego total superior a 25% da população laboralmente activa e um desemprego jovem superior a 50%.

A desvalorização económica do paîs é insustentável- nos primeiros três meses deste ano situa-se num valor superior a 5% (dramático) a que acresce um défice público superior a 10% (inacreditável).

Vitor Gaspar é um teimoso, sem qualquer tipo de preparação na esfera da economia social, um demagogo dos números, um homem que assumíu uma lógica tão criticada na Segunda República, orgulhosamente só, mas com a gravidade de só pensar nele, quando na Segunda República a menção se referia a todo um povo. Vitor Gaspar trabalhava para ele contra todos os portugueses e, agora, regressa ao conforto do seu gabinete no FMI ou outra qualquer instituição, muito bem remunerado, sem qualquer ponta de referênciampara o caos, desgraça e miséria em que deixa o nosso Portugal e as nossas boas gents.

Sai agora; sai TARDE.

Quem quer que venha não vem por bem, porque não há coragem para fazer o que é obrigatório fazer: SAÍDA DO EURO e da UE e reformulação da política económica nacional, fundamentada numa política monetária essencial para o crescimento.

A dívida nacional não é para pagar, porque é impossível pagar uma dívida, que no conjunto das dívidas pública e privada, ultrapassa os 400% do PIB.

A seguir à Segunda Grande Guerra, a dívida alemã foi perdoada em parte e reestruturada no restante..
A dívida inglesa nunca foi perdoada. Ps ingleses ainda goke vivem com esse enorme sacrifício, enquanto os alemães já saíram da reunificação e dos seus enormíssimos custos.

Números rápidos:

(1) O desemprego, em Maio, caíu para 5,3% na Alemanha e para 4,7% na Austria;

(2) O desemprego em Abril em Espanha era de 26,9% e na Grécia de 26,8% (embora medidos em tempos diferentes)

(3) na euorzone o desemprego jovem médio é de 23,8%. Em Espanha o valor é de 56,5% e na Grécia de 59,2%. Por contraste, nos EUA a mesma taxa é de 16,3%

(4) O custo social destes números é imparável, pelo custo adicional da negação de trabalho e, obrigatoriamente, da sua capacidade financeira futura e, acima de tudo, a negação do ganho de experiência e especialização fundamentais em qualquer economia.

(5) A incapacidade de estimular o crescimento, tornou-se na maior das dores de cabeça da Europa no seu todo e de Portugal particularmente, em tudo semelhante à velha questão do ovo e da galinha.

(6) Em Portugal, como na maioria dos países desta UE, existe um mercado laboral dualista; dum lado com postos de trabalho garantidos por sindicatos e doutro com uma enorme precariedade no trabalho.

(7) Por último, referenciar que há, actualmente, quase vinte milhōes de desempregados na UE, tendo a Itália contribuído fortemente nos últimos dois meses.

(8) 27% das crianças na UE vive na pobreza ou no limiar da pobreza.

Perante a dimensão da catástrofe nada pode ser dito ou escrito que defenda o modelo europeu.
Perante a miséria que se vive no nosso país, nada nem ninguém tem o direito de defender as políticas e os governantes que contribuem para toda a miséria que nos rodeia.

Vitor Gaspar sai mas sai tarde, ou melhor, nunca deveria ter entrado.