30.9.10


Estamos entalados.....

Ficámos a saber que não temos alternativa; estamos falidos. Toda a preocupação vai para a gestão de tesouraria, a liquidez do dia-a-dia, pagar atempadamente as obrigações.
O orçamento não se preocupa com o desemprego, com a miséria, com a exclusão social.
O orçamento tem uma única preocupação: tentar salvaguardar os compromissos financeiros diários.
O pior é que as medidas são duras mas insuficientes e, no próximo ano, serão necessárias mais, que terão de passar pela dispensa de funcionários públicos, pela falencia de ainda mais empresas, de aumento implícito do desemprego.
Honestamente, não há condições de aumentar a poupança em Portugal nos próximos anos; o estado come tudo e não deixa nada.
Esta situação cria as condições para a ausencia de soluções nos próximos anos.
E o que custa mais é ouvir, reiteradamente, sempre as mesmas falácias, sempre as meias-verdades e as mentiras puras, as mudanças de discurso sempre dos mesmos, que tanto serviram para afundar o país como agora aparecem como os únicos capazes de o salvar. Também este repetir político concorre para a ausencia de soluções.

29.9.10

A incorporação do fundo de pensões da PT no estado implica que todos os valores que asseguram os planos de pensões regulamentares dos actuais e ex-funcionários, bem como os valores que se destinam a fazer face às responsabilidades dos mencionados fundos de pensões, serão inteiramente destinados a fazer face ao défice doe stado, à despesa efectuada, deixando de garantir coisa nenhuma, valendo peva. Assim, o suposto acordo a fechar com o estado portugues não garante quaisquer termos e/ou condições; não garante nada.
Este acordo significa que já passámos a fase dos aneis e já estamos a disponibilizar dedos, pelo menos de todos os funcionários, actuais e passados, da PT.
Continuamos no caminho das receitas extraordinárias para fazer face a despesas ordinárias; estas mantêm-se, aquelas acabam.
nota: não sou nem nunca fui funcionário da PT ou qualquer afiliada.

Nem aceitável nem admissível.....

Não é aceitável nem admissível, que todos os agentes políticos que viveram e vivem à sombra da péssima condução política que derrotou este país, venham agora dizer, saciada que está a sua fome de protagonismo e de materialização económica, que todos os outros não têm direito a gozar da saúde, da educação, da justiça e da habitação, direitos consagrados na Constituição, que os mesmos se encarregaram de ir propalando que era uma das mais avançadas do mundo.
Não é aceitável nem admissível.

A inevitável necessidade de redução da Despesa Pública.....


Considerar que as deduções à coleta em sede de IRS é um desperdício, como o fez o Senhor Secretário de Estado, constitui-se em si mesma como uma afirmação que desperdiça o "nosso tempo", porque verificamos que o tempo dado ao governo, que é o "nosso tempo", tão necessário para a resolução dos graves problemas que o país atravessa, não é aproveitado pelos governantes.
As deduções à colecta são um factor de justiça na redistribuição dos rendimentos, permitindo em simultaneo um aumento da liquidez disponivel para as famílias. O nível de impostos em Portugal impede as famílias de fazerem qualquer tipo de poupança e, concomitantemente, impossibilita um aumento do consumo, tão necessário para a recuperação económica.
A carga fiscal é pesadíssima e desproporcionada: a classe média é a mais afectada e todos sabemos que um país saudável necessita de uma classe média sólida.
Reduzir as deduções à colecta, aumentar o IVA, em suma aumentar directa e indirectamente a carga fiscal é intolerável para a economia nacional; alimentar um estado gordo à custa de uma população magra é um erro fatal.
É precisamente na Despesa Pública que os cortes têm de ser efectuados.
Cortar na despesa pública não implica cortar na Saúde e na Educação em si mesmas.
Implica, sim, cortes em todos os gastos estúpidos, burocráticos, de má prática de gestão, de uma frota automóvel inacreditável (mil milhões de euros de custos anuais), de salários de milhares de funcionários públicos que nada produzem, pagos através de todo o aparelho estatal, todas as empresas estatais, todas as fundações, institutos públicos, scuts (custaram e ainda custam uma barbaridade por ano) e todas as restantes empresas onde o estado está presente indirectamente, bem todos os subsídios que contribuem para a manutenção de uma situação de laxismo na sociedade.
A empregabilidade criada pelo estado disfarçou, durante anos, a ausencia de competitividade de Portugal, encapotou o encerramento de empresas importantes para a nossa economia . industria pesada - e a falencia do sector agrícola. Durante anos viveu-se uma mentira do tamanho do mundo, resguardada também por todos os valores que entraram via Bruxelas, que todos teimaram em chamar de subsídios, mas que de facto não se trataram senão de indemnizações.
Cortar na despesa é fundamental e a única política possível de controlo orçamental; qualquer outra - aumento de impostos - contribui directamente para a retracção económica, para o avolumar das dificuldades do país, das famílias, do desemprego, aumento da miséria do Estado.
É fundamental que o estado deixe de comer, em despesa corrente (a despesa não produtiva) um pouco mais do que metade de toda a riqueza nacional.
Mas não é este o cenário que se nos apresenta; pelo contrário, o deficite público será em 2010 superior ao de 2009: pelas contas actuais, o deficite deverá chegar aos 10,3% contra os anteriores 9,4% (e já estou a considerar uma redução no 13º mes).
§
A sensação que tenho - sensação ? - é que ninguém sabe mais o que fazer deste país. É uma sensação estranha, arrepiante, perigosa, assustadora.

27.9.10

Opiniões e conselhos....

Todo e qualquer tasco já tem opinião sobre o que se há-de fazer em Portugal. Não importa se a opinião é válida, o que importa é ter opinião.
Todos têm uma opinião, boa ou má, menos os políticos portugueses: esses não sabem, simplesmente, o que fazer.
Agora foi a vez da OCDE. Entre as medidas preconizadas encontra-se: "Estes cortes ao montante de imposto total a pagar - que se podem fazer através da apresentação de despesas com a saúde, a educação ou a habitação, por exemplo - "beneficiam mais os contribuintes com rendimentos mais elevados", garante a OCDE".
Pois, estes rendimentos mais elevados (e a definição de elevado em Portugal é muito subjectiva) são os mesmos que não beneficiam do estado em situação nenhuma: nem na educação, nem na saúde, nem na habitação, simplesmente porque pagam do seu bolso, integralmente, todas estas despesas. Aquilo que deduzem, perto do que consomem, é ridículo, mas é a estes que se quer supostamente retirar regalias: não é não; o que se pretende é tirar regalias a quem realmente necessita delas, mas joga-se o argumento dos rendimentos mais elevados para tapar o Sol com a peneira.
Não se fala sério em Portugal há mais de trinta anos. Não há coragem política há mais de trinta anos. Há muito compadrio, muita cacicagem, muitos favores há mais de trinta anos e, todos estes mais, têm morto Portugal, a sua economia, as suas gentes.

26.9.10

Há boas e más notícias.

Primeiro as boas: Portugal já não está em crise.

Agora as más: Portugal está morto, morreu e não ressuscita em três dias.