É um paradoxo que tem de ser vencido na sociedade política portuguesa: a nomeação para cargos públicos ser aceite com fins de projecção pessoal, mas ser ajuramentada para servir a coisa pública.
Quando um ministro não tem condições de cumprir com as suas funções e, em simultâneo, reconhece não dispor dos meios, deveria, pela primeira razão, pela segunda ou pelo somatório das duas, resignar ao cargo que ocupa, demitindo-se e prestando os esclarecimentos devidos, acautelando as razões da demissão. Acaso não o faça, não serve como ministro, porque não serve a coisa pública.
O Ministro da Administração Interna já se deveria ter demitido, porque não tem condições de cumprir com as suas funções e, também, porque não dispõe dos meios e das verbas que lhe permitam intitular-se Ministro, quer no sentido lato, quer no estrito.
Mas lá está; os cargos públicos são utilizados como trampolins pessoais, não cabendo na sua esfera o serviço público.
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