Estranhos tempos estes
Quando se requer que os políticos e respectiva postura sejam sérios, empenhados, claros no discurso e na acção, surgem situações e afirmações que, mais do que preocupar, mostram os sinais de desorientação crescente naquela classe, que é a classe que, hoje por hoje e fruto da turbulência económica sobreposta à hecatombe financeira, nos dirige os destinos.
Atente-se no caso BPN, nas afirmações proferidas, no discurso contraditório e no ridículo das alegações; quantos de nós se atreveriam a apostar que um dia, um político reconhecido, afirmasse levianamente que a fortuna acumulada o tinha sido em momento posterior à execução de funções políticas; que um reconhecido especulador viesse afirmar necessitar do apoio (a nível pessoal) do estado para as suas percas; que um banco se visse a braços com a primeira situação de insolvência, provocada pela crise financeira, e que essa insolvência fosse motivo de constrangimento no pensamento, na acção e contradição do poder político e do regulador do sector; que o próprio regulador estivessse a ser alvo de contestação pelas piores razões; que o Presidente da República, em nome de uma solidariedade que se aprova - caso contrário estaria a julgar públicamente e de forma prematura uma acção e actuação que se desconhece e que tem de se presumir correcta e cautelosa - se visse forçado a desmentir um Vice-Governador do banco Central.
Aposto que ninguém.
Tão pouco seria de esperar que no mesmo dia em que o Primeiro-Ministro afirma que a vida vai ser mais fácil, para todos os portugueses, no ano de 2009, o Ministro das Fianaças nesse mesmo dia afirme o contrário - o executivo está em sisntonia? Não parece.
Dias depois o mesmo PM afirma que 2009 vai ser o "Cabo das Tormentas". Uns meros dias depois......sei que as coisas se estão a alterar a uma velocidade impressionate, mas não tanto que não seja possível prever os acontecimentos com razoável distância.
Estamos mal governados e, pior, iremos continuar.
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