28.11.10

Sem dúvidas....

A Alemanha já o disse: fechou a torneira a mais ajudas. A Irlanda é um caso muito especial; está na zona Libra e, acaso necessite, o regresso a esta será sempre menos penoso que o regresso, por exemplo, de Portugal ao escudo.
Mas a Alemanha também afirmou que não vislumbra qualqer interesse, em que economias euro abandonem esta moeda: seria a diminuição da produção, da exportação, o desemprego para os alemães; cabe adicionar que essa preocupação, a ser verdadeira - porque em política, o primeiro sinal de interesse surge, por norma, pela negação - só diz respeito aos países com dimensão de marcado, capaz de afectar a performance económica alemã. Será esse o nosso caso ? Claramente não. Por outro lado é interessante verificar pela leitura das palavras, que o interesse na manutenção do euro, para os países que estão na zona euro, é tão mais importante, quanto maior for a economia envolvida, caso da Alemanha. É o nosso caso ? Obviamente não.
Estamos hoje mais longe da necessidade de uma ajuda financeira ? Não. Estaremos amanhã ? Menos ainda. Teremos a Europa para ajudar ? Não.
São demasiadas certezas para que subsistam dúvidas. Dúvidas sobre o nosso futuro próximo e longínquo.

16.11.10

A Áustria (discurso encomendado) veio agora afirmar que vetará, com enorme probabilidade, qualquer nova transferencia de fundos do fundo de emergencia europeu, aprovado aquando da eclosão da crise grega, por entender que a injecção de liquidez na Grécia provou ser ineficaz. Ou seja, o dinheiro da União Europeia está a ser mal gasto, se for para aplicar nas economias da zona euro em dificuldades.
Nada de novo, já o esperavamos, os fundos iniciais para ajudar a Grécia destinaram-se, exclusivamente, a ganhar tempo. O tempo foi ganho, nada mais há a ganhar mas tudo a perder, neste caso, o dinheiro dos contribuintes de economias mais sólidas e diferentes nas suas capacidades.

from New York Times....

Paul Krugman


Ireland’s Big Mistake
I’ve been thinking about the ongoing Irish mess, and I suddenly realized the true nature of Ireland’s big mistake.
It should have been Texas.
Think about it: the savings and loan crisis was about runaway banks, which had to be bailed out at (huge) taxpayer expense. And as best I can figure, about half the taxpayer cost came from just one state: Texas. Yet the burden was borne nationally. So it was as if the European Union as a whole were taking responsibility for Anglo Irish etc., which would of course make the whole Irish situation much less serious.
The Irish just picked the wrong continent on which to engage in crony capitalism.
§
Sem qualquer sombra de dúvidas. A União Europeia não presta como união, mas tão somente como bastião dos interesses franco-alemães.

5.11.10

Diferenças que matam....

O presidente chinês parou em França para comprar, entre bens de equipamento e produtos energéticos, algo como 14 mil milhões de euros.
Vai parar igualmente Sábado em Portugal, onde Sócrates espera vender-lhe dívida pública nacional.
De repente sinto um misto de agonia, nojo e azia.....

4.11.10

e tudo na mesma....

Os juros da dívida pública portuguesa continuam a subir, apesar do Orçamento de Estado de 2011 ter sido aprovado. Parece claro que os mercados se regem por padrões de comportamento diferentes, dos que são ventilados pelos nossos políticos e muitos economistas que pululam as televisões, mas que de economia pouco percebem, ou fingem não perceber para se permitirem dizer os maiores disparates.