30.7.07

A derrapagem que se anuncia...

O combate à evasão fiscal é necessário e, em simultâneo, salutar, criando novos hábitos de cidadania.
O que se pede, contudo, vai mais além desse combate: redução da despesa pública não-produtiva, ou por outras palavras, redução do défice económicamente maligno. Se assim se proceder, garante-se um ajustamento das receitas (pelo aumento) às despesas (pela sua redução).
A recuperação de dívidas fiscais atrasadas serviria para descomplicar um pouco situações já vividas e não situações presentes. Doutra forma; procurar equilíbrios através da recuperação de valores devidos e vencidos não tranquiliza, porque deixa no ar a pergunta: quando tudo o que estiver atrasado fôr cobrado (o que é cobrável e nunca a totalidade da dívida existente), como se equilibram as contas públicas?
A resposta é simples: não se equilibram! Mas então com uma agravante: já não haverá receitas extraordinárias ou recuperações de impostos a efectuar e a derrapagem será fatal.

20.7.07



Nassau Street - Financial District, NYC

Política Monetária....

Que o BCE gere a taxa de juro da zona euro, através do recurso ao indicador inflacção, é um dado conhecido. É uma das possibilidades de gestão monetária/económica.
Que os Bancos nacionais, caso do BdP, perderam capacidade de intervenção, por variadas razões, é igualmente sabido. Não é, contudo, obrigatório que se mantenham mudos quanto à condução da política monetária do BCE. Atentos, mas interventores é o que se pede.
Por mim preferia que, o indicador base para a definição da taxa de juro a aplicar na zona euro, fosse a taxa de desemprego.

Que o pequeno e fraco faça dos predicados, depreciativos, forças....

Mário Soares considera que devia ter sido a chanceler alemã a conduzir as negociações até ao fim. O ex-chefe de Estado esclarece que o peso de Angela Merkel e da Alemanha ajudariam a concluir o processo.
Soares diz ainda que os alemães se limitaram a passar o dossier a um país "pequeno e relativamente fraco".
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Pequeno e relativamente fraco Dr Soares? E por culpa de quem?
Recorda-se quando éramos grandes e fortes? Imperiais?
Recorda-se da abastança que lhe permitíu o exílio dourado em Paris? Outros tempos em que o Sr. seu pai tinha e movia influências, no tal País grande e forte.
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E quem lhe diz que o Tratado é bom para Portugal? A menos que, como bom socialista, veja no Tratado uma excelente oportunidade de reduzir, ainda mais, a dimensão deste País, fomentando em definitivo a construção da Ibéria, tão querida aos socialistas de lá e cá.
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E porque razão, Dr Soares, deveria ter sido a Alemanha a concluir o processo? Por ser um País grande e muito forte? Mais ajuda, Dr Soares, à ideia feita certeza que o Tratado trata, só e de facto, de um directório de uns pouco fortes, exercendo domínio, perdão, colonialismo económico, sobre os demais fracos.
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Num ponto estamos de acordo, Dr Soares: se a pequena dimensão e a fraqueza de Portugal contribuírem para o flop do Tratado e, se este flop, contribuir para o fim da UE, como prevê, abençoado País pequeno e fraco e abençoadas gentes, que poderão almejar algo de melhor do que o que lhes foi propagandeado, durante anos por si, Dr Soares!

19.7.07


Fim aos barões e baronetes: o PSD e o CDS/PP acabaram como soluções credíveis...

Já o escrevi por variadíssimas vezes.
Reafirmo-o agora, perante a premência da situação: Portugal, toda a Nação necessita, urgentemente, de uma nova força política que congregue a direita e o centro-direita sociais, que defenda os valores humanos e o direito à igualdade e combata o liberalismo, sinónimo de capitalismo feroz.
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Portugal precisa de uma direita que repense o sistema fiscal, de uma Instituição financeira nacional - Banco de Portugal - objectiva e coerente.
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Portugal necessita de alterações fiscais ao nível do IRS, do IRC e do IVA.
Portugal precisa que o IRS seja revisto em alta ou baixa, trimestralmente, acompanhando os ciclos económicos.
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Portugal precisa de estabelecer uma taxa máxima de remuneração, através de dividendos, do capital investido (12% é o que proponho). Necessita de escalonar o IRC como o IRS (a desenvolver em posterior post).
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Portugal está obrigado a modificar o sistema de pagamento do IVA, cobrando o estado o IVA efectivamente já cobrado pelas empresas e não o prometido cobrar (peso enorme ao nível da liquidez das tesourarias e dos custos financeiros).
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Portugal urge por uma nova política, eminentemente social e de crescimento. Urge, igualmente, duma política de contenção de gastos.
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Portugal necessita urgentemente de um novo Partido que assuma a Direita e Centro-Direita.

17.7.07

Questão de número....

É claro que a questão é de volume. Noutras situações, os figurantes teriam passado despercebidos, mas no Domingo não estava lá ninguém!!!

Tiques e imitações de fraca qualidade...

Durante anos, após a abrilada e nos vinte anos seguintes, ouvimos todos que l´ancien regime utilizava o expediente excursionista para encher praças e comícios.
Durante anos foi o que ouvimos e, igualmente, o que constatámos na nouvelle democracie, que desde sempre utilizou os mesmos tiques para as demonstrações de força política (qualquer força sem excepção, tendo como principal e pioneiro exemplo o PCP).
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Não consta que alguma vez o Professor Oliveira Salazar tenha utilizado esse expediente para comemorar a nomeação de um qualquer presidente de Câmara. É claro que não me esqueço que a escolha dos presidentes de Câmara não seguia exactamente o modelo actual.
Mas será verosímil imaginar que, numa democracia ocidental, berrada fervorosamente aos quatro ventos, um partido político (PS) se encarregue de encher um terreiro com gentes de outras terras, para comemorar a eleição de um autarca que nada lhes diz? Como verificámos, muitos nem sabiam ao que vinham, nem se identificavam com a bandeira rosa.
É este o sinal de modernidade na governação democrática de Portugal ?
Claramente não!
Ouvem-se as trombetas do desatino, as arruadas da tacanhez, os arautos da irresponsabilidade e, acima destes, a enorme vontade de governar sobre tudo e todos, sem respeito pelos mais elementares direitos, pelo povo e pela inteligência nacional.
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É um filme bera, que já conhecemos, mas com muitíssima pior realização e condução de actores e figurantes. A ter que viver com o original ou o remake, inclino-me claramente para o primeiro. Contudo, quero crer que não será necessário chegar tão longe e que aparecerá algum líder político inspirado e inspirador, que dentro do respeito do Povo e da Nação, nos coloque no caminho, perdido, do amor-próprio.

16.7.07

Os resultados esperados....

António Costa ganhou sem maioria e sem surpresa.
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Carmona Rodrigues ficou em segundo, igualmente sem surpresa, como já tinha referido uns posts atrás.
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Também, sem qualquer surpresa, se assiste ao definhar da direita e centro-direita (recorrendo a velhas dicotomias), na política nacional, - porque o fenómeno não é só local.
Enquanto os partidos, situados nesta área do pensamento político, não interiorizarem a necessidade de abandonarem o modelo económico do laissez-faire, da economia liberal e não se consagrarem, em definitivo, a um modelo que privilegie as preocupações sociais, o peso político e a erosão no eleitorado serão crescentes.
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Não é só o CDS/PP que está em sérias dificuldades. O PPD/PSD está a começar a vive-las e, bem pode Marques Mendes falar em vitórias, que das três que mencionou só uma é, inteiramente, fruto da influência do partido: as autárquicas. Nas restantes, Presidência da República e Madeira, o mérito do partido é nulo, porque qualquer dos candidatos ganhava, com ou sem o apoio do PPD/PSD (nas presidenciais o PPD/PSD só podia ir a reboque de Cavaco Silva, por se encontrar totalmente refém desta figura).
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Marques Mendes é fraco líder e Paulo Portas regressou mal, por caminhos demasiado tortuosos e fora de tempo.

13.7.07


Até parece inocente...

A entrevista que veio a calhar....

Luis Filipe Vieira foi entrevistado, ontem, por Judite de Sousa, no programa Grande Entrevista.
A entrevista não prestou, como se esperava, porque o entrevistado tem pouco para dizer, não sendo o tema futebol motivo para grandes considerandos, quando considerado no âmbito de um programa com aquele cariz, sem desprimor para o desporto em geral e futebol em particular, ou sequer para com o presidente do SLB, que em matéria de futebol saberá, com certeza, muito.
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O que entristece e retira credibilidade à entrevista, à entrevistadora e à máquina político-propangandística do nosso País, é a forma vergonhosa como a entrevista é conduzida, deixando passar em claro, com sorriso de complacência, a afirmação de um presidente de uma SAD, que tem responsabilidades para com accionistas, a afirmação que na viagem à China o presidente da SAD tratou de assuntos que são públicos e outros que são secretos (perdão!? Numa sociedade aberta, o presidente tem assuntos da sociedade que são vedados ao conhecimento dos accionistas?), mas em simultâneo se afadiga em procurar saber qual o sentido de voto que o entrevistado vai seguir, nas eleições para Lisboa.
Afanosamente, LFV apressou-se em dizer que, na qualidade de presidente do SLB nada podia dizer, mas enquanto cidadão o faria. E fez, dizendo qual o sentido de voto.
Mas em que qualidade estava LFV naquela entrevista? Como cidadão? Poupem-me!!! Como presidente do SLB, óbviamente (sendo que esse facto já seria suficientemente mau).
E depois ainda querem que acreditemos que há alguma coisa séria em Portugal, seja ela qual fôr.
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E tudo isto porquê? Porque Eusébio tem aparecido ao lado de Fernando Negrão!
Era necessário um contragolpe na "nação" benfiquista.
Que foi feito, a coberto da televisão pública.
O Estado está podre!! E os seus agentes, directos e indirectos, também!!

7.7.07



Manta

A gaffe.....

António Costa é abordado pela jornalista, que pretende auscultar o candidato quanto aos seus receios de ser prejudicado nos votos em Lisboa, como penalização da população à governação PS.
E António Costa o candidato responde, aceitando a questão, afirmando que não crê que uma situação arraste a outra, pois que, nas suas palavras, a população sabe distinguir entre eleições autárquicas e legislativas.
Ou seja, há razões para penalizar a governação PS.
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Adorei!!!

MarquesOliveira

Os candidatos e as ideias dos apoiantes....

No início das cerca de duas horas de debate, o presidente da YDreams apontou Barcelona e Austin (Texas, Estados Unidos) como exemplos de cidades criativas e sugeriu que Lisboa crie uma t-shirt transparente.
"Uma t-shirt transparente para simbolizar a ideia de cidade transparente", explicou.
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Transparente, devassa e de mau gosto, digo eu.
Imaginemos uns imensos barrigudos, membros afanosos da geração hamburger, com pelos no peito e no umbigo, a passearem-se por Barcelona, Paris, Londres, Roma ou, mesmo, Austin, com uma t-shirt transparente, onde para além das pregas de gordura e pelosidades sobressai o nome Lisboa. Bonito de se ver, sem dúvida e ilustrativo da qualidade de Lisboa.
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Grandes ideias a uma semana de eleições para a CML. Grandes projectos e grandes homens.
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Amigo inteligente, acisado, perguntava-me qual o candidato que considerava reunir condições para presidir aos destino da capital. A resposta foi: nenhum!
Quando sou confrontado com esta pobreza de espírito dos apoiantes, convidados, simpatizantes, adapto o ditado: diz-me com quem andas, dir-te-ei que ideias tens.
§§§
Porque asneiras são asneiras, não posso deixar de praticar a útil arte de ensinar, mesmo que por norma não o faça em relação aos comentários que recebo. Assim, e para que não subsistam dúvidas, se o transporte de uma significação própria de um vocábulo para outra signficação, que por comparação que se subentende, configura uma metáfora - sendo o caso da t-shirt tranparente, que através da estampagem do nome Lisboa, cria a figura de retórica que prefigura a metáfora - a t-shirt em si, não é nunca uma metáfora, mas o veículo para a construção da metáfora. Pelo que uma t-shirt transparente é, neste caso, sempre uma t-shirt transparente.
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Acresce que Lisboa não é uma cidade transparente (só se a ideia é incutir o princípio da erradicação da corrupção, o que não me parece que resulte dentro do espíriito turístico que presídiu à ideia), Lisboa é a cidade BRANCA, tornando-se de difícil gestão camarária, precisamente por esta característica que lhe é reconhecida ser ameaçada, diáriamente, pelos diversos agentes poluidores.
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Dias menos bons todos têm e a ideia, por muito bem-intencionada que seja, é uma má ideia, pelas repercurssões de imagem apontadas.
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O desconhecimento não. Esse é perene e não abona a favor de quem o exibe, não é abespinhado António Câmara? (Se é esse de facto o seu nome).

3.7.07

A dupla tributação...

...a ACAP “congratula-se com a recomendação efectuada pela Comissão Europeia ao Estado Português (assim como ao Governo Polaco) para que seja alterado o modelo de tributação automóvel que considera contrário ao Direito Europeu".

A verificar-se a óbvia constatação da existência de dupla tributação (acto ilegal) o estado português não perde só as receitas futuras. Perderá, igualmente, todas as receitas já cobradas a todos os automobilistas (pelo menos de todos os automóveis ainda em circulação e não revendidos à data), bastando para tal que os mesmos requeiram a devolução do imposto indevidamente cobrado, acrescido dos respectivos juros de mora.
É assunto para dar "água pela barba".

2.7.07


Barroso, Sócrates, os restantes 25 e todos os outos (nós)...em amena cavaqueira

-Está decidido, por todos.
-Quem ?
-Os chefes de Estado e de Governo dos 27. Agora ninguém pode voltar atrás!
-Mas os chefes mencionados são tão poucos, quando comparados com a respectiva população!
-Paciência, estivesses lá agora. Porque não entraste num partido político, fizeste uns favores, cobraste os mesmos e não estás em posição de decidir? Problema teu, vês?
-E a democracia?
-Qual ?
-A democracia ocidental!
-Mas qual? ???
-A europeia!!
-Ah, essa, pergunta à Merckel, ela explica-te.

A mesma conversa de treta....

O autor do livro escreve que "apenas é possível afirmar que não há certezas sobre qual terá sido efectivamente o resultado final das eleições autárquicas em Lisboa, sobretudo devido ao deficiente trabalho das assembleias de apuramento geral".
Ramos de Almeida realça que "o vasto conjunto de irregularidades detectadas não é suficiente para acusar alguma lista ou dirigentes", uma vez que os boletins de voto foram destruídos em 2002.
"Não se pode ser categórico e afirmar que apenas uma lista violou a lei eleitoral. Muito menos se poderá concluir que Pedro Santana Lopes ocupou indevidamente a cadeira de presidente da Câmara Municipal", escreve o autor.
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Não serve para nada. Pergunta-se: então para que se escreveu?
Sabemos a resposta, mas de tão gasta nem nos merece qualquer consideração.
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Estamos numa terra de treta (começa a ser difícil definir Portugal como um País).