Durante anos, após a abrilada e nos vinte anos seguintes, ouvimos todos que l´ancien regime utilizava o expediente excursionista para encher praças e comícios.
Durante anos foi o que ouvimos e, igualmente, o que constatámos na nouvelle democracie, que desde sempre utilizou os mesmos tiques para as demonstrações de força política (qualquer força sem excepção, tendo como principal e pioneiro exemplo o PCP).
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Não consta que alguma vez o Professor Oliveira Salazar tenha utilizado esse expediente para comemorar a nomeação de um qualquer presidente de Câmara. É claro que não me esqueço que a escolha dos presidentes de Câmara não seguia exactamente o modelo actual.
Mas será verosímil imaginar que, numa democracia ocidental, berrada fervorosamente aos quatro ventos, um partido político (PS) se encarregue de encher um terreiro com gentes de outras terras, para comemorar a eleição de um autarca que nada lhes diz? Como verificámos, muitos nem sabiam ao que vinham, nem se identificavam com a bandeira rosa.
É este o sinal de modernidade na governação democrática de Portugal ?
Claramente não!
Ouvem-se as trombetas do desatino, as arruadas da tacanhez, os arautos da irresponsabilidade e, acima destes, a enorme vontade de governar sobre tudo e todos, sem respeito pelos mais elementares direitos, pelo povo e pela inteligência nacional.
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É um filme bera, que já conhecemos, mas com muitíssima pior realização e condução de actores e figurantes. A ter que viver com o original ou o remake, inclino-me claramente para o primeiro. Contudo, quero crer que não será necessário chegar tão longe e que aparecerá algum líder político inspirado e inspirador, que dentro do respeito do Povo e da Nação, nos coloque no caminho, perdido, do amor-próprio.
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