30.9.08



ThomasCole

O Erro por ora não foi cometido....

E por ora, felizmente, foi chumbado o pretenso plano de salvação da "indústria" financeira.
Felizmente porque, como aqui já se explicou, nada salvaria e só arrostaria um custo excessivo para os contribuintes americanos e, acima de tudo, diminuiria fortemente as possibilidades de injenção de liquidez no sector secundário da economia, ajuda que se irá mostrar decisiva para uma mais rápida e eficaz recuperação económica do mundo desenvolvido.
É hora de expurgar o sistema, de colocar as rédeas da economia nas mãos dos industriais e de mudar os políticos e a política.
~
Por cá, começam a ouvir-se as vozes daqueles que ainda ontem jurariam que não existia sequer recessão. Pensam, pobres coitados, que a crise já bateu no fundo. Desenganem-se; só agora começou!
Vão ter de alterar muito e muitas vezes o discurso. Tenho pena deles, destes tristes que cultivam a mediocridade e a arrogancia.

29.9.08



RabindraSingh

Recorrendo... AS FARPAS

Vossa Alteza vae ponderar talvez que é bem destituída de grandeza, vulgar e corriqueira de mais, a existência a que o introduzimos...
Ai de nós! a vida é em realidade assim, magnanimo senhor!
Ninguém é grande nem pequeno n´este mundo pela vida que leva, pomposa ou obscura, solta ou aperreada. A categoria em que temos de classificar a importancia dos homens deduz-se do valor dos actos que elles praticam, das ideias que diffundem e dos sentimentos que comunicam aos seus semelhantes.
É binaria a natureza de todo o homem superior. Metade d´elle pertence ao ramerrão passageiro de cada dia; a outra metade pertence ao ideal eterno de um mundo mais perfeito, em cuja obra cada um collabora procurando tornal-o na orbita da sua aptidão pessoal, ou mais justo, ou mais rico ou mais bello.
.....
É preciso amar, meu senhor. Eis ahi tudo.
É preciso amar fóra da esphera de todos os interesses pessoaes creados pela sociedade de que fazemos parte e estabelecidos pelo estado, pela profissão ou pela gerarchia. É preciso amar pela abnegação e pelo sacrifício de tudo para se chegar a ser alguma coisa. É preciso amar uma ideia, uma propensão da sociedade, um intuito da naturesa, uma expressão da arte, ou simplesmente e unicamente uma mulher, como as amou Musset, Lord Byron, Shakspeare ou Petrarca, afim de sahir fóra da massa obscura do vulgo, e ser um homem.
Ame pois vossa alteza, e deixe correr o mundo!
Não ha hoje em dia educação especial para o officio de rei nem para outro qualquer officio. Ha uma instrucção geral e ha uma instrucção technica para cada modo de vida. A educação essa é una e indivisivel.
Em todo o estado e em toda a condição social o homem bem educado é um homem superior. O homem sem educação por mail alto que o colloquem, fica sempre um subalterno.
No regimen de liberdade e de iniciativa, em que começam agora a viver as sociedades contemporaneas, a lei da concorrencia absorve tudo, e os reis mais solidamente equilibrados nos seus thronos não são senão os homens mais perfeitamente equilibrados na vida geral.
.....
Portanto, e em conclusão:
Para dar ao throno portuguez um bom rei, pense vossa alteza em dar na sua pessoa á pátria um cidadão instruído; á humanidade um homem justo; á natureza um sadio e valente animal.
A seus paes, aos seus mestres e á sua côrte, é doloroso mas é indispensável que vossa alteza dê egualmente aquilo que lhes deve:
-desgostos!

Pensamento do Dia...

Se a política fosse ética, o exercício político seria, todo ele, fraterno e não obediente.

Males Actuais....

Curioso.
Durante todos estes anos em que escrevo neste sítio, insurgi-me contra a defesa de políticas liberais para a economia. Ainda há pouco tempo, a propósito da eleição da nova liderança do PSD, me questionei sobre a capacidade de entendimento do mundo actual por parte de todos os candidatos baseando-me, primeiramente, na defesa intransigente que todos fizeram das maravilhas que, supostamente, advêm da liberalização dos mercados e das economias.
Curioso verificar agora como se afadigam os vários governos europeus em intervir, directa e despudoradamente, na economia e nos agentes económicos. Os mesmos governos que, em consonância com a Comissão Europeia, defendiam veementemente o liberalismo económico.
Curioso e triste, porque mostra, claramente, a incongruência e a impreparação, o oportunismo e o lobismo, a falta de visão social e a incompetência políticas de todos os políticos que regem os destinos de milhões de pessoas.
A actual classe política dirigente, aqui como lá fora, padece de vários males, destacando-se os comprometimentos com os grandes interesses financeiros e a incapacidade de pensar política, que impede a execução política capaz e socialmente eficaz.

28.9.08

4 estações



CyTwombly

A Largada

Foram então as ânsias e os pinhais
Transformados em frágeis caravelas
Que partiam guiadas por sinais
Duma agulha inquieta como elas...

Foram então abraços repetidos
À Pátria-Mãe-Viúva que ficava
Na areia fria aos gritos e aos gemidos
Pela morte dos filhos que beijava.

Foram então as velas enfunadas
Por um sopro viril de reacção
Às palavras cansadas
Que se ouviam no cais dessa ilusão.

Foram então as horas no convés
Do grande sonho que mandava ser
Cada homem tão firme nos seus pés
Que a nau tremesse sem ninguém tremer.

Miguel Torga

Como remunerar o trabalho de governança?

Sem ricos só haveria pobres. Sem capital não haveria trabalho.
Os instrumentos financeiros (IF) são meios modernos de redistribuição de rendimentos.
O problema não reside na existência de IF, mas na aplicação que lhes é dada. Quando a gestão corporativa se preocupa com a satisfação do grande accionista descura, forçosamente, a geração de riqueza para a corporação. Quando o enfoque é colocado no enriquecimento da empresa, os riscos são menores, os ganhos consolidados e a retribuição do capital investido mais lenta, mas muito mais perene. É uma questão de postura, que coloca modelos de atribuição de rendimentos à gestão em choque: (i) base fixa e base variável paga como % dos resultados obtidos, em cash ou stockoptions, ou; (ii) remuneração de base fixa, só, e fixação de objectivos claros de gestão, como remuneração mínima do capital investido.
Estes são dois exemplos, havendo mais, que ilustram a discussão que terá de ser levantada agora.
Como remunerar os órgãos de governo das sociedades?

Ao entardecer, debruçado pela janela,
E sabendo de soslaio que há campos em frente,
Leio até me arderem os olhos
O livro de Cesário Verde.

Que pena que tenho dele! Ele era um camponês
Que andava preso em liberdade pela cidade.
Mas o modo como olhava para as casas,
E o modo como reparava nas ruas,
E a maneira como dava pelas cousas,
É o de quem olha para árvores,
E de quem desce os olhos pela estrada por onde vai andando
E anda a reparar nas flores que há pelos campos ...

Por isso ele tinha aquela grande tristeza
Que ele nunca disse bem que tinha,
Mas andava na cidade como quem anda no campo
E triste como esmagar flores em livros
E pôr plantas em jarros...

Alberto Caeiro

Falta de leitura de longo prazo...

O plano Paulson passou mesmo. É um enorme disparate, conforme o tempo se irá encarregar de mostrar.
Já a autorização do Congresso americano para um financiamento de 25 mil milhões de dólares à indústria automóvel deve ser visto como uma medida positiva. Depois da queda dos mercados financeiros, a especulação sobre activos vai sofrer um rude golpe, podendo afirmar-se que uma lata de atum valerá exactamente isso: um lata de atum. Será nos sectores primário (agricultura) e secundário (indústria) que a economia irá despontar para novo crescimento sustentado e para o restabelecimento da confiança nos mercados financeiros, fundamental para o crescimento económico.
Todas as ajudas a estes sectores produtivos serão poucas, por forma a estabilizar os mercados e fazer renascer o sector terciário (serviços) do qual dependem, actualmente, cerca de 2/3 da população activa do mundo económicamente desenvolvido.

27.9.08


Condições de sobrevivência....

Por ora a negação do plano Paulson impede o sacrifício de 700 mil milhões de dólares que se poderão mostrar de enorme importância na hora da recuperação económica, mas que seriam redundantes agora, na hora do colapso económico.
Toda a enorme turbulência económica actual e a futura queda dos mercados deve-se, não ao sistema capitalista per si, que tem muito de positivo e é fundamental para o crescimento e desenvolvimento económicos, mas essencialmente à vontade política das democracias de abraçarem o liberalismo económico, o laissez-faire económico. A atitude do Estado perante a economia, a sua capacidade interventora depois de esgotada a capacidade reguladora, é fundamental para um bom desempenho económico das nações e do mundo. É, então, fundamental abandonar a triste condução política baseada na boa-vontade do capital.
Acreditar no capital, como ser etéreo capaz de se regular autonomamente e pensar socialmente, é o mesmo que acreditar no coelho da Páscoa.
Ao Estado exige-se que considere o capital um parceiro, um aliado, sujeito a regras e supervisão, condicionado pelo interesse social e económico das nações e dos espaços económicos. Defender posições contrárias, arremetendo para a concorrência regional transcontinental existente no mundo, é o mesmo que desistir das obrigações e arvorar a bandeira da incompetência. Há a necessidade de pensar a economia por clusters regionais, criando e alimentando pólos de desenvolvimento que se satisfaçam e satisfaçam os investidores, o capital.
Os instrumentos serão a redução da burocracia, o aumento cultural das populações e das suas competências, a concorrência fiscal, um bom funcionamento das instituições jurídicas e aplicabilidade das leis, um desenvolvimento regional sustentado, infraestruturas capazes, entre outras condições mais, das quais se terá de destacar uma política externa forte e constante (independentemente das cores políticas do momento).
Não é possível considerar um Estado governável, se os actores políticos defenderem o liberalismo económico. Acaso os ouçamos defender este princípio, saberemos de imediato que não sabem do que falam nem ao que vêm e, por consequencia, serão maus governantes do Estado, péssimos depositários da Coisa Pública.

25.9.08

Imagens de outros tempos


JacquesLartigue

Queixa das almas jovens censuradas...

Dão-nos um lírio e um canivete
e uma alma para ir à escola
mais um letreiro que promete
raízes, hastes e corola

Dão-nos um mapa imaginário
que tem a forma de uma cidade
mais um relógio e um calendário
onde não vem a nossa idade

Dão-nos a honra de manequim
para dar corda à nossa ausência.
Dão-nos um prémio de ser assim
sem pecado e sem inocência

Dão-nos um barco e um chapéu
para tirarmos o retrato
Dão-nos bilhetes para o céu
levado à cena num teatro

Penteiam-nos os crâneos ermos
com as cabeleiras das avós
para jamais nos parecermos
connosco quando estamos sós

Dão-nos um bolo que é a história
da nossa historia sem enredo
e não nos soa na memória
outra palavra que o medo

Temos fantasmas tão educados
que adormecemos no seu ombro
somos vazios despovoados
de personagens de assombro

Dão-nos a capa do evangelho
e um pacote de tabaco
dão-nos um pente e um espelho
pra pentearmos um macaco

Dão-nos um cravo preso à cabeça
e uma cabeça presa à cintura
para que o corpo não pareça
a forma da alma que o procura

Dão-nos um esquife feito de ferro
com embutidos de diamante
para organizar já o enterro
do nosso corpo mais adiante

Dão-nos um nome e um jornal
um avião e um violino
mas não nos dão o animal
que espeta os cornos no destino

Dão-nos marujos de papelão
com carimbo no passaporte
por isso a nossa dimensão
não é a vida, nem é a morte

Natália Correia

23.9.08



MarkDeamsteader

Ainda agora começou....

Tudo o que sucedeu na passada semana, no mundo financeiro, é tão sómente o início do turbilhão aqui aventado, vezes sem conta e de há muito tempo.
A injecção de capital no sistema financeiro dos EUA, que aguarda pela respectiva aprovação, no valor de 700 mil milhões de dólares, não pretende mais do que tentar estancar o colapso do sistema financeiro global.

Os números são razoávelmente fáceis de perceber:

(1) valor real da crise imobiliária nos EUA: 3 biliões de dólares (10^12)

(2) valor injectado no sistema financeiro até agora: cerca de 1 bilião de dólares;

(3) Valor do mercado de derivados de risco: 15 biliões de dólares;

(4) Intervenções no mercado financeiro: (i) AIG - 85 mil milhões de dólares; outros - 200 mil milhões (já não houve liquidez para salvar o Bear Stearns e o Lheman, porque se esperava pelo colapso da AIG e da Merryl Linch, acabando este por ser, momentaneamente resguardado pelo Bank of America. Havia ainda que intervir na Mae e na Mac e o pano é cada vez mais curto);
(ii) total destas intervenções: cerca de 300 mil milhões de dólares.

Ou seja, o valor até agora injectado não cobre metade do valor real da crise. Injectando mais 700 mil milhões irá cobrir 2/3 da crise e fica esgotada a possibilidade de intervenções futuras. E ainda terão de agradecer aos EUA pelo enorme sacrifício (estão a esgotar reservas preciosas. Sempre afirmei que os EUA seriam a economia que melhor resistiria a esta crise - sofrendo o primeiro embate, óbviamente - e que primeiro sairía dela. Em meu entender, desnecessáriamente, estão a tornar mais difícil essa tarefa, porque irão recuperar primeiro sim, mas levarão mais tempo e tempo para o resto do mundo significa fome, porque nada será alterado; a "máquina" já está a rolar e nada a fará parar, antes do sistema estar razoávelmente expurgado).

O sistema financeiro mundial está "seco", estas ajuda têm o propósito de aguentar os mercados, mas as empresas e os particulares estão financeiramente exauridos. Tenderão a realizar liquidez e a recolocar os recursos em activos pretensamente mais seguros que os actuais e é aqui que a crise vai estalar por completo. Os 15 biliões de dólares atrás referidos vão faltar (cerca de 4/5 do valor é fictício, mas o restante 1/5 vai valer muito menos que o valor real) fazendo rebentar a "bolha" que separa a recessão (actual) da depressão.

No caso do nosso País, já deveríamos ter utilizado todos os fundos comunitários à nossa disposição, bem como deveríamos estar a proceder, desde o início do ano, a um aumento (possível, permitido) dos financiamentos externos. O dinheiro vai perder valor e quem o tiver, mesmo valendo muito menos, estará melhor colocado.

Recordo quando em 2006 fiz referência à alteração da lei das falências nos EUA. A referida alteração era o prenúncio de que a liquidez na maior economia do mundo já não era a mesma e que os tempos de facilidades estavam a acabar. Escrevi aqui sobre o tema e sobre o seu significado.

15.9.08

A rapidez do processo....

"Lehman Brothers, the storied Wall Street securities firm, announced on its Web site early Monday that it will file for Chapter 11 bankruptcy protection".NYTimes.

É tudo muito rápido, mas igualmente certo, no mundo financeiro e ainda agora começou. E era previsível, sem necessidade de recorrer a dotes de adivinhação.
Até se podem assacar "culpas" a Alan Greenspan, alguns já o fizeram, pelo modelo que utilizou na gestão do FED. Não concordo mas, independentemente desta querela sem sentido, havia uma política virada para a taxa de desemprego e, na sua substituição, a política do FED virou-se para a taxa de inflação. Hoje o desemprego eestá nos 7% (nunca ultrapassava os 3%) e a inflação está nos 6% (nunca chegava a 3%).

Depois temos todos os outros, que perante os sinais evidentes em Agosto de 2007, não os perceberam. nestes inclui-se toda a Europa (BCE incluído). A nível nacional os cromossomas do governo e da oposição impossibilitam, ainda, uma leitura dos acontecimentos. Mas também, quando a voz de referência nestas matérias, por parte do PSD, é António Borges (lembram-se de uma entrevista ao Expresso, onde dissecava a crise do imobiliário e fazia conjecturas sobre o futuro? Foi de levar às lágrimas), perante as suas afirmações sempre me pergunto: este homem sabe alguma coisa de economia e finanças? Vive em Londres? É político? É que se acaso é mesmo tudo isto não parece nada.

10.9.08

"Rough times are coming fast"

A Lehman Brothers anunciou percas no 3º trimestre fiscal de 3,9 mil milhões de dólares. Com 157 anos de história prepara-se para a falência, depois da Bear Stearns em Março.
Também a UBS, ao decidir dividir a sua actividade bancária em três actividades distintas, corporizadas em três instituições independentes jurídicamente, tenta salvar alguns dedos, adquirido que está que já perdeu os anéis; mesmo assim dificilmente terá salvação.
E, assim, desta forma se inicia a má conjuntura que irá colocar sobre pressão o mercado de derivados de risco, conduzindo o mundo ocidental, infectado financeiramente, para a depressão.

5.9.08


RichardPikesley

Pensar a Economia....

O presidente do Morgan Stanley Asia, Stephen Roach, alertou hoje os mercados de que o declínio económico global ainda se encontra na sua fase inicial, encontrando-se os EUA já em recessão e notando que o impacto da crise de crédito ainda está por se fazer sentir na sua totalidade.

"Estamos na fase inicial do abrandamento nos EUA e do ciclo de negócios global", disse Roach, adiantando que "ao mesmo tempo que o consumidor norte-americano entra numa depressão pós-bolha, os exportadores asiáticos e europeus irão sofrer um abrandamento nas exportações, condicionando o crescimento económico global".

Afirmações feitas há dois dias.
Acaso algo foi dito agora que não tenha sido aqui, neste espaço, afirmado há muito, muito, tempo?
Nada! Pelo contrário, ainda peca por alguma reserva. Prova-se assim que:
É possível pensar a economia com antecedência.

A tristeza do desconhecimento...

É interessante mas, infelizmente, fortemente preocupante, verificar como os economistas em Portugal, aqueles que são escutados públicamente, estão tão longe da realidade económica mundial.
Quando aqui afirmei que a economia europeia iria sofrer mais e durante um período de tempo maior, as consequências de uma crise económica e financeira que só agora começou, todos se afadigavam a afirmar que a crise era mais dos EUA do que da União Europeia.
Agora que a OCDE vem afirmar o que aqui disse e tenho reiterado, assiste-se ao início de tomadas de posição tímidas, mas consensuais com aquela perspectiva.
Verifica-se, assim, que não existe verdadeiramente análise económica no nosso país e, que, as afirmações e os escritos são feitos com base em relatórios internacionais, ou seja, diz-se aquilo que todo o mundo quer que seja dito, em cada momento, conduzindo esta faceta muito negativa dos pressupostos sábios macroeconómicos, a uma impossibilidade endémica de Portugal estar preparado para os grandes desafios que se lhe vão colocar nos próximos anos.
Ninguém pensa a verdade e, não pensando, ninguém descobre caminhos.