23.11.06



Marrian

Questão de carácter...

«Compete ao Governo o estabelecimento de medidas preventivas em áreas onde se vão realizar investimentos de carácter nacional».
Afirmação da vereadora da CML, responsável pelo pelouro do urbanismo.
Investimentos de carácter nacional, feitos pela Obriverca, só se a Nação se confina a Alverca (donde deriva o nome da empresa e onde esta tem realizado o fundamental da sua actividade).
A menos que por investimentos de carácter nacional, se deva realizar a possibilidade de aplicação dos 60 milhões de euros, de Norte a Sul do País.
Quem sabe, casas no Algarve e no Minho, passando por Évora e Coimbra. Assim sendo, ninguém colocará em causa o carácter nacional da coisa.

Confusão Estado-CML...

Fala-se tanto de tantas coisas - fisco; futebol; corrupção -mas pouco ou nada se fala dos interesses do betão, daquele betão que não é sério, só interesseiro; que não cria riqueza, cria ricos; que depende de favores pessoais, do conhecimento atempado de situações de utilização de terrenos, seja por modificações de PDM´s, seja pela necessária utilização pública, possibilitando compras por cêntimos e vendas, sem acrescentar valor, por milhões.
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Vem este pensamento a propósito da confusão gerada, entre a aprovação camarária, em Lisboa, de um loteamento e a suposta futura utilização do talhão, onde se irá inscrever o loteamento, para a construção da linha do TGV (que espero, sinceramente, não passe do projecto - o TGV, claro).
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É necessário clarificar as responsabilidades, porque se está em presença de uma possível indemnização de 60 milhões de euros!!, a pagar através do erário público.

19.11.06



Woody Allen meet...

Woody Allen

O Futuro incerto...de Portugal

De acordo com o presidente do Vitória de Setúbal, "o clube e a SAD têm um passivo global de cerca de 11/12 milhões de euros, com encargos bancários equivalentes ao custo da equipa de futebol, que são incomportáveis em termos futuros". Por outro lado, Jorge Santana lembrou que o Vitória de Setúbal já recebeu, por antecipação, grande parte das verbas relativas ao contrato de cedência de exploração do bingo ao Grupo Amorim, por um período de dez anos, e a totalidade das verbas relativas às transmissões televisivas da época desportiva em curso (2006/2007).
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Esta notícia, sobre a situação económica de um clube de futebol nacional, tem muito em comum com a situação da economia nacional.
De receita extraordinária em receita extraordinária, lá vão os diversos governos - de todas as cores - fazendo face às despesas ordinárias (quer por que não são extraordinárias, quer porque se tornam aviltantes) através de processos extraordinários.
E, como acima se lê a propósito de um clube de futebol e dos claros sinais de péssima gestão económico-financeira, as receitas extra acabam e as despesas ordinárias ficam.
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Resta, então: (i) para o clube declarar a insolvência (caso se verifique a fravidade da situação) e (ii) para o País reduzir, drásticamente, a qualidade de vida dos seus cidadãos.
Nada mais resta, de facto!

16.11.06

As aulas de substituição

são preenchimento de tempos. A questão não é - nunca foi - utilizar as aulas de substituição para ensinar matéria aos alunos. As aulas de substituição ( e o termo, em si, encerra erros de interpretação graves) são, claramente, aproveitamentos de tempos para que, fundamentalmente, os alunos possam estudar e, porventura discutir em grupos ordenados, matérias dadas nas salas de aula, pelos respectivos professores das disciplinas. Pretender que as aulas de substituição (repete-se, a adjectivação está errada) são uma oportunidade para lecionar e receber ensinamentos, é um erro. São tempos, repete-se, de aproveitamento escolar para estudo.
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O problema surge quando se junta a pouca, ou nenhuma, vontade de estudar dos alunos - esquecendo que a sua formação de base é vital para a sua vida futura, numa sociedade em crescente competitividade, na qual se medem, exaustivamente, as eficiências; e a ausência de vontade de trabalhar dos professores, habituados a ter tempos mortos, de convívio, passados na sala de professores, agregada à relação que estabelecem, pela negativa, entre o vencimento que auferem e a utilidade esperada do seu trabalho.
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Todas estas questões, numa sociedade portuguesa claramente avacalhada, são de difícil resolução e a alteração de mentalidades far-se-á à custa da dificuldade das gerações futuras, significando um progressivo e inexorável empobrecimento do País.

15.11.06

Fim da coligação na CML....

Crise na Câmara Municipal de Lisboa.
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O presidente da Câmara de Lisboa retirou todos os pelouros à vereadora Maria José Nogueira Pinto, que acusa de «falta de lealdade política», pondo em causa a coligação PSD/CDS, que governa a capital. Em causa está o voto de Nogueira Pinto contra um nome proposto por Carmona.
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Maria José Nogueira Pinto é, reconhecidamente, mesmo pelos opositores políticos, cidadã honesta e honrada, política competente e capaz.
Terá as suas razões, com toda a certeza.
Que nos diga quais. Gostaríamos, muito!!, de saber.

10.11.06



Donald Frazer

Auto-estradas mal projectadas?

Parece cada vez mais claro que os acidentes em contra-mão nafa têm a ver com questões de idade e dificuldades perceptivas.
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Das duas uma: ou as auto-estradas estão mal projectadas ou os portugueses encontraram uma nova saída para os seus inúmeros problemas pessoais.
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Inclino-me mais para a primeira, porque a segunda não é certa, não é intuitiva e carece de sacrifício isolado.


Picasso

Tudo na mesma...

Na maioria dos países pobres, a ausência de saneamento básico é uma ameaça constante às populações, mais do que os conflitos armados e epidemias e pandemias possíveis.
Por ano, estima-se que a insalubridade da água seja responsável pela morte de 1,8 milhões de crianças, número maior que o das mortes provocadas por malária (1 milhão) e pela tuberculose (1,5 milhões). É, ainda, equivalente a cinco vezes o número de mortes provocadas pela SIDA.
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Estes são dados do Relatório de Desenvolvimento Humano 2006 da responsabilidade da ONU.
De acordo com o mesmo relatório, 1,1 mil milhões de pessoas não dispõem de água doce potável e 2,6 mil milhões não dispõem de qualquer rede de esgoto.
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É este o admirável Mundo Velho!

9.11.06

Questão de Dimensão e Percepção dos Mercados :salvaguarda do Futuro...

A Scottish Power teve uma primeira abordagem para uma possível aquisição, com um valor avançado pelos interessados de 12 mil milhões de Libras para a sua aquisição, de um agente ainda não revelado públicamente, mas que fontes da companhia e analistas identificam como sendo a Iberdrola, cujo valor actual de mercado está avaliado em 20 mil milhões de Libras.
Desta forma, parece clara a estratégia da empresa espanhola com sede em Bilbao: tornar-se suficientemente forte para evitar um takeover futuro de qualquer empresa concorrente europeia. Estamos a falar da segunda empresa energética de Espanha; a primeira é a Endesa.
A Iberdrola já tinha sido ligada a um possível movimento de fusão com o 3º player espanhol: a Union Fenosa.
Acresce que o parceiro da Iberdrola, na possível operação, é de cariz financeiro.
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Este é claramente o caminho a seguir, para as empresas nacionais, conforme o fiz notar aqui http://palavrasinterditas.blogspot.com/2006/09/que-me-desculpem-mas-de-espanha-nem.html

8.11.06



Jean-Loup Sieff

A propósito de planeamento familiar.....

(Natália Correia no Parlamento, perante a afirmação, que se reproduz entre " ", do deputado centrista João Morgado)
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"O Acto Sexual é para Ter Filhos"
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Já que o coito- diz o Morgado -
tem como fim cristalino,
preciso e imaculado
fazer menina ou menino;
e cada vez que o varão
sexual petisco manduca;
temos na procriação
prova que houve truca-truca.
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Sendo pai de um só rebento,
lógica é a conclusão
de que o viril instrumento
só usou - parca ração -
uma vez. E se a função
faz o órgão - diz o ditado -
consumada essa excepção,
ficou capado o Morgado.

Para acompanhar em directo

eleições americanas, aqui http://www.nytimes.com/ref/elections/2006/House.html

6.11.06



Li Dafang

Seria importante

não perder o apoio sunita, minoritário mas poderoso cultural, económica e financeiramente, no mundo árabe.
A razão é hipócrita para defender a não aplicação da pena de morte a Saddam, mas é suficientemente importante para o justificar.
Depender dos xiitas, sem mostrar apreço por sunitas tem um preço muito elevado, como o mostram, claramente, Iraque, Irão, Afeganistão, Líbano, etc..
Utilizar a pressão política, evitando a execução de Saddam, é estender um dedo a quem, neste momento, precisa de uma mão.
Independentemente da opinião que se tenha sobre a pena de morte ou sobre a justeza da condenação, estaremos sempre a falar de um déspota, quando falamos de Saddam.
Mas o Mundo já usou de muito maior hipocrisia, quando fingíu não ver ou ouvir os relatos da gestão governativa de Estaline e, ainda maior despudor, quando ainda hoje branqueia a sua imagem.
Ou a de Fidel.

Para acompanhar

a corrida ao Senado e à Câmara, aqui http://www.nytimes.com/ref/washington/2006ELECTIONGUIDE.html?currentDataSet=senANALYSIS


Ben Sullivan

Questões sérias....

Será aceitável dar como boa a possibilidade do estado suportar as despesas com abortos, efectuados em clínicas privadas, sempre que os hospitais públicos não tiverem condições para os efectuar, quando existem imensas doenças para as quais o estado não disponibiliza, por incapacidade, os recursos financeiros necessários para o seu tratamento ou simples alívio?
(vidé peditório anual da liga contra o cancro).
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Não basta a questão ser premente e/ou fracturante.
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A propósito: se a intenção é liberalizar, faz algum sentido legislar? Para fixar o tempo limite?
O tempo é uma medida certa e, em simultâneo, etérea. O tempo é, acima de tudo, uma medida relativa. Muito ou pouco tempo não existe. Só existe o tempo necessário a (.), que deverá ser escrupulosamente fixado em toda e qualquer ciscunstância. O tempo, assim definido, assume a função planificação. Faz sentido aplicar este tempo na fixação do tempo limite para proceder a um aborto? Em meu entender não. Por isso pergunto: se é a liberalização que se procura, fará sentido legislar?
Não! Acaba-se com a lei que existe e pronto!
A deontologia e a moral que se assumam como alicerces das boas práticas e usos.


Donald Frazer

A Banca vai recorrer....

aos tribunais, para não aplicar a rectroactividade da lei sobre os arredondamentos abusivos aplicados nas taxas de juros à habitação, durante anos.
Numa primeira aproximação, o raciocínio leva-nos à não aplicação de retroactividade na aplicação de uma lei - o jogo joga-se conforme as regras a cada momento.
Contudo, nesta situação específica, a ausência de regulação não justifica a não aplicação retroactiva da lei agora aprovada Porque?
A razão é simples: por mera lógica e respeito de princípios matemáticos.
Pegar num número, por ex. 4,0015 e arredondar este número para 4,2 é, intuitivamente, um disparate e, do ponto de vista matemático, um erro grosseiro.
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Assim, nada mais resta às instituições financeiras, que se pretendem sérias, necessáriamente sérias, senão reconhecer o abuso matemático e devolver os juros cobrados em excesso.
E não falem de retroactividade, nem se refugiem na lógica de que a lei era omissa.