Todo e qualquer tasco já tem opinião sobre o que se há-de fazer em Portugal. Não importa se a opinião é válida, o que importa é ter opinião.
Todos têm uma opinião, boa ou má, menos os políticos portugueses: esses não sabem, simplesmente, o que fazer.
Agora foi a vez da OCDE. Entre as medidas preconizadas encontra-se: "Estes cortes ao montante de imposto total a pagar - que se podem fazer através da apresentação de despesas com a saúde, a educação ou a habitação, por exemplo - "beneficiam mais os contribuintes com rendimentos mais elevados", garante a OCDE".
Pois, estes rendimentos mais elevados (e a definição de elevado em Portugal é muito subjectiva) são os mesmos que não beneficiam do estado em situação nenhuma: nem na educação, nem na saúde, nem na habitação, simplesmente porque pagam do seu bolso, integralmente, todas estas despesas. Aquilo que deduzem, perto do que consomem, é ridículo, mas é a estes que se quer supostamente retirar regalias: não é não; o que se pretende é tirar regalias a quem realmente necessita delas, mas joga-se o argumento dos rendimentos mais elevados para tapar o Sol com a peneira.
Não se fala sério em Portugal há mais de trinta anos. Não há coragem política há mais de trinta anos. Há muito compadrio, muita cacicagem, muitos favores há mais de trinta anos e, todos estes mais, têm morto Portugal, a sua economia, as suas gentes.
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