O PCP mostrou, uma vez mais, a capacidade antiga de arregimentar votos mas acima de tudo de fazer a sua gestão de forma quase perfeita. A eleição para Lisboa de um vereador estava garantida e o apoio a Antonio Costa, por parte de Carvalho da Silva e Carlos do Carmo mostrou que poderia dispensar uns votos à candidatura do PS. Tudo isto sem fazer perigar a eleição de Rubens de carvalho. Máquina bem oleada.
Perdeu contudo quatro camaras.
A historia ensina-nos que os autarcas comunistas não gozam de muita liberdade para "fazer". Contudo, a mesma história ilustra que quando uma camara se perde, o autarca comunista seguinte goza de muito maior liberdade para empreender mudanças e modificações estruturais nos concelhos, mudanças que vão directamente de encontro aos anseios das populações, sem preocupações de mostrarem políticas locais mais vocacionadas para encontros entre autarcas e capital. É então expectável que as camaras agora perdidas possam ser recuperadas e que, depois, as populações possam sentir os ventos da mudança.
Há que referir que dentro de quatro anos o panorama autárquico sofrerá uma enorme mudança. Se se admite que alguns autarcas possam fazer a agulha para outros concelhos, não é provável que na sua esmagadora maioria tenham sucesso, dinâmica de vitória. vai aparecer gente nova e a tendencial supremacia do PSD, de alguma forma já posta em causa este ano, possa ver-se reforçada ou, pelo contrário, invertida. Quais as forças que mais lucrarão com a mudança de "ciclo" é prematuro avançar, mas não é difícil adivinhar que a capacidade de ser conhecido e reconhecido pelas qualidades e capacidade de trabalho junto das populações, possam ser ingredientes fundamentais para o sucesso.
Se acrescermos as camaras independentes que lograram a vitória sempre poderei afirmar que as próximas autárquicas já começaram; só um trabalho a quatro anos de afirmação junto das populações, com candidatos escolhidos judiciosa e atempadamente garantirão o sucesso.
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