A campanha eleitoral das autárquicas foi um deserto de ideias, uma demonstração cabal da incompetência crescente da classe política nacional. Por clara inoperancia intelectual, feudalizada a interesses e partidos políticos, o político portugues julga-se seguro da sua "profissão" e protagoniza na expressão máxima o erro crasso da sociedade portuguesa: não é necessário ler e estudar para se poder falar e, pior ainda, fazer.
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Não se discutiram os verdadeiros problemas das cidades; a sua qualidade de vida, a sua economia, as infraestruturas, a competência, a concorrencia intranacional, a carga fiscal, o bem-estar, as migrações, a população activa, os meios de produção, a criação de riqueza, o saneamento básico, as actividades culturais, as escolas e os ciclos de ensino disponibilizados, entre tantos outros temas de que se fazem as vidas que constituem a vida das cidades.
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Optou-se por discutir minudências nuns casos, pessoas noutros, ainda dossiers e toda uma panóplia de assuntos mal amanhados, que só possibilitam uma interpretação correcta: nenhum dos candidatos faz a mínima ideia do que é uma cidade, um município.
Nenhum deles percebe que as autarquias locais são uma extensão desagregada da autarquia central, o governo. Nenhum percebe a importancia das juntas de freguesia, sempre menorizadas no discurso político, como orgãos capazes de estar em contacto directo com a população e serem fieis portadoras dos seus anseios. Nenhum entende que a gestão de um município é uma tarefa que implica "lutar" pelas melhores soluções, para que o"seu" município se torne mais atraente que os outros, para que a sua economia cresça e crrescendo, cresça a qualidade de vida.
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Ideias não as ouvi. Ataques ouvi muitos.
A campanha foi fraquíssima e os candidatos, na sua esmagadora maioria, refugiaram-se na baixa política escondendo a sua incompetencia.
Nada a esperar de novo destas eleições, infelizmente e uma vez mais.
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