22.9.09

A Demissão por Explicar....

O caso das escutas em Belém saltou para a 1ª página do Público e, depois, para a 1ª página do DN.
Num caso e noutro tentou-se introduzir a confusão na campanha, chamando à colação o Presidente da República.
As razões que conduzem à publicação da notícia no Público são de índole informacional e política. Uma situação grave, de suspeita de escutas, baseada num comportamento que se depreende ocasionado por conhecimento de "coisas" que não deviam ser conhecidas, por parte de um assessor do Primeiro-Ministro, leva à dúvida primeira: estamos a ser escutados? Nós e quantos mais? Há quanto tempo? Mandado executar por quem?
Depois sucede-se a notícia do DN, onde se pretende que a dúvida que assolou Belém seja passada propositadamente para a opinião pública por ser, supostamente, interessante em tempo de eleições, mas factualmente fabricada. Esta é a intenção do DN.
A divulgação de um e-mail dúbio no seu conteúdo acresceu a polémica, que já se fazia sentir.
Se houve (e a haver) manipulação de informação do jornal Público, não o foi em menor escala no Diário de Notícias (DN), pelo contrário.
O silêncio do Presidente da República, remetendo todos os esclarecimentos para o período pós eleitoral consubstanciou a posição mais correcta por parte do mais alto dignitário da Nação.
Claro que o silêncio permitia várias leituras, mas nenhuma delas poderia almejar mais do que a mera especulação.
A demissão provocada pelo Presidente da República do seu assessor de imprensa, agora, veio acabar com as possíveis especulações mas interferíu, decisivamente, no julgamento público das acções, com prejuízo maior para o PSD, partido do qual o Presidente se destacou aquando das eleições presidenciais.
Vem igualmente levantar uma questão maior: qual o envolvimento de Cavaco Silva e a sua responsabilidade neste incidente.
Num caso e noutro o silêncio teria sido de ouro. O ruído de Belém veio macular os resultados eleitorais, irremediávelmente.
Se alguma coisa há a dizer terá de ser dito já.
Será este um caso claro de aplicação da teoria de Peter?

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