A estratégia está definida, tal qual a preocupação com a opinião pública sobre a actuação dos partidos, leia-se intenções de voto. No PSD existe uma corrente que é favorável à aprovação do Orçamento de Estado, para que José Socrates não encontre o caminho da saída, e para que o PSD não seja corresponsabilizado pela crise política derivada da demissão do governo (não percebo bem esta colagem responsabilizante, mas é a corrente de opinião entre os que defendem a aprovação do OE 2011. Esta ideia foi lançada pelo PS e por Socrates). As contas neste caso são de somar: quanto menos atrevimento político agora, mais votos no futuro próximo.
Porque todos sabem que, a seguir a este orçamento, e dentro de dois a três meses será necessário propor um PEC4, mais exigente que este reflectido no orçamento; daqui a três meses é Janeiro, em cima das eleições presidenciais. Apostam igualmente na viabilização deste PEC4, sabendo que três meses depois virá um PEC5, que a população estará cansada e que o Presidente da República já terá condições de marcar eleições antecipadas, podendo então cair o governo com toda a naturalidade.
Estas são as preocupações, as certezas e as esperanças de quem está filiado no PSD. Para aqueles que, até hoje, ainda não se filiaram em qualquer partido político, tanto lhes dá se o PSD ganha ou perde votos; essa é uma questão menor, porque só interessa a quem tem algo a ganhar politicamente: o que verdadeiramente interessa é o bem-estar do país e o seu futuro.
Portanto, pretender que a estratégia do PSD deve passar pelo vector A ou B é indiferente neste contexto para a esmagadora maioria da população: importante mesmo é encontrar um caminho para o país no qual nos revamos, encontrar políticos que transmitam confiança ou o seu equivalente: renovar a classe política e renovar a condução económica e financeira do país e, para que isto seja possível, esta altura é tão boa ou melhor que qualquer outra.
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