Este é um país cheio de inevitabilidades. Cito só algumas: foi a nacionalização dos meios de produção, da agricultura e do sistema financeiro, imprescindível para a revolução de Abril, inevitável; depois a descolonização vergonhosa, feita à pressa, entregando tudo sem honra e deixando o poder cair nas mãos dos movimentos apoiados por Moscovo, inevitável; a destruição dos cursos técnicos e a pantomina das sucessivas reformas na educação, inevitável; de seguida a destruição da agricultura e logo a seguir a destruição da indústria pesada, inevitáveis (percebemos finalmente porque razão tinha de se acabar com a formação técnico-profissional); depois a inevitabilidade da CEE; logo mais à frente o desígnio nacional da União Europeia; antes porém a inevitabilidade de fazer mais quilómetros de auto-estrada do que apostar seriamente no ensino e na qualificação da mão-de-obra; depois a inevitável e tão aclamada moeda única; a destituição de um primeiro-ministro social-democrata, mais do que inevitável, para colocar à frente dos destinos da Nação José Sócrates, inevitável como a chuva em dias de Inverno; finalmente a inevitável debacle do sistema económico/financeiro portugues, ou pelo menos do que restava dele; e agora a inevitabilidade de aprovação deste OE para 2011.
Se algumas das inevitabilidades mencionadas se tivesse mostrado efectivamente vital, poderíamos conceder o benefício da dúvida, mas como tal não acontece, não percebo esta última inevitabilidade; provavelmente é mais uma inevitabilidade a evitar com muito empenho.
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