16.2.10
15.2.10
A Ruptura Fundamental....e Fundamentalista....
As noticias de hoje ( Correio da Manhã) dão-nos conta de supostos pagamentos de Manuel Godinho a um Santana Lopes ou mesmo a dois, de entregas de valores no CDS/PP e de pagamentos efectuados a Narana Coissoró (este afirma que recebeu o montante referido na notícia na forma de honorários, enquanto advogado de Manuel Godinho).
Chamar sucateiro a este homem (Manuel Godinho) parece-me, claramente, uma situação de manifesta descriminação; o homem conhece meio mundo, entregou valores a meio mundo, incluindo partidos políticos, dava-se com a nata (azeda, cada vez mais azeda)) da nossa classe política. Chamar sucateiro a este homem é menosprezá-lo, com intenções claras de descriminação social: quanto muito, o mínimo que se lhe poderá chamar, acaso se venha aprovar alguma coisa na justiça, será mafioso bem relacionado, sucateiro soa a pouco, convenhamos.
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Tenho simpatia por Paulo Rangel: o discurso é inteligente, a postura correcta, o timing certo, as intenções boas e a necessária ruptura que preconiza uma medicação mais do que aconselhada para Portugal.
O problema reside no facto de Paulo Rangel estar inserido no PPD/PSD.
Os partidos políticos em Portugal estão viciados, os intervenientes políticos estão numa grande maioria - como nos vão mostrando os sucessivos casos dádos à estampa - envenenados, desgastados, sem credibilidade e afogados em esquemas permissivos e criminosos.
O PS, o PPD/PSD e as restantes forças políticas, directa ou indirectamente, estão envolvidos em toda a política maléfica materializada nos ultimos 30 anos, no bas-fond económico e financeiro que nos pesa nos ombros, no estropiamento da riqueza nacional e das suas sucessivas gerações, na preocupação generalizada e fundamental de criação de ricos.
Os políticos existentes (muitos deles) estão gastos e profundamente envolvidos na debacle nacional. As máquinas partidárias são coniventes, desde as concelhias até às distritais. E é destes políticos que se faz a política nacional.
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Como o Correio da Manhã pretende ilustrar hoje, os tentáculos do polvo abrangem todos. Abrangendo não deixa margem para dúvidas: mudar um líder político não significa uma melhor política nacional, por muito voluntarioso que esse líder seja.
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Para que Paulo Rangel tenha sucesso, mostre todo o voluntarismo de que se encontra imbuído, é necessária a ruptura, mas uma ruptura total.
Será possível efectuar essa ruptura de forma a limpar o partido dos anti-corpos que o minam ?
É esse o grande desafio, porque faze-lo implica fundar um novo PPD/PSD, porque quase ninguém que lá está, que lá se escuda e lá se governa pode merecer confiança.
Quase ninguém, porque ainda há gente válida, como quero acreditar que seja também o caso de Paulo Rangel.
13.2.10
É possível que a PT tenha pago custos ligados à campanha do PS ?
Ser possível é; torna-se necessário saber se aconteceu e em que circunstancias....
A notícia veiculada no Correio da Manhã de hoje, alegando pagamentos efectuados pela Portugal Telecom (PT) a indivíduos que participaram na campanha a favor do PS e de José Sócrates só pode ter, como consequencia imediata, uma aturada investigação.
A indignação de Francisco Assis quanto à inclusão do nome de Ines Medeiros na manchete do jornal, não elucida nem contribui para o esclarecimento que tem, forçosamente, de ser feito: foram ou não efectuados pagamentos, directa ou indirectamente, a personalidades de vários quadrantes, através da PT, de serviços que residiam tão sómente em apoiar a candidatura de José Sócrates a Primeiro-Ministro de Portugal ?
Se sim, imagino que essas figuras públicas sabiam de onde estavam a receber o dinheiro, porque os imagino a passarem recibos à entidade emissora dos pagamentos. Sabendo não estranharam estar a PT a pagar-lhes serviços dos quais não beneficiava, nem directa nem indirectamente ? E mesmo assim aceitaram o pagamento ?
lamento, mas se assim foi também eles terão de ser chamados à pedra.
Mas, e se não foi a PT a efectuar o pagamento directamente ? A situação, neste caso, prefigura-se muito pior, porque levanta a questão de como saíram esses fundos da tesouraria da PT. Porque conforme saíram estes poderão ter saído muitos mais, para muita gente, sem qualquer tipo de controle.
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Imagine-se a situação hipotética da compra de um quadro, de um Malhoa por exemplo.
Imagine-se que quem o compra o faz com dinheiro alheio, num leilão fora do país.
Imagine-se ainda que o comprador não quer, por razões óbvias, que se saiba e portanto dá instruções para que o envio do quadro seja feito sem identificação de proprietário, com entrega contra documento de compra.
É possível ? Claro que sim, muito embora o leitor pense com razão: "e se acontece alguma coisa ao quadro no caminho?". Bom, aí surge a figura do seguro, que obrigatóriamente teria de ser feito em nome do proprietário, fazendo parte do bilhete de despacho. Estar-se-ia perante uma situação de "gato escondido com rabo de fora".
Porque não se consegue esconder tudo, de facto.
Porque esta situação, repito hipotética, ilustra a possiblidade de fazer sair fundos ligados à PT mas que, forçosamente, deixam rasto.
Há então necessidade de investigar a veracidade da notícia e, sendo verdade, determinar as responsabilidades pelos pagamentos efectuados e de que forma foram efectuados.
Adaptação livre de "Uma Ilha na Lua" de William Blake...
”Vou começar outra vez", disse o Cínico. Cá vai:"Rompeu Sócrates empertigado, Enxuto e de queixo arredondado, dizendo:Que gostaríeis vós de receber?"
E o povo perguntou: " E quem é Sócrates , meu Senhor?"
O Cínico respondeu rapidamente:"É o deus da Medicina, Pintura, Perspectiva, Geometria, Geografia, Astronomia, Química, Mecânica, Táctica, Fraseologia, Mitologia, Astrologia, Osteologia, Somatologia, Teologia, Patologia e até Culinária - numa palavra, todas as artes e ciências são para ele como as contas do colar ao pescoço."
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O Cínico respondeu rapidamente:"É o deus da Medicina, Pintura, Perspectiva, Geometria, Geografia, Astronomia, Química, Mecânica, Táctica, Fraseologia, Mitologia, Astrologia, Osteologia, Somatologia, Teologia, Patologia e até Culinária - numa palavra, todas as artes e ciências são para ele como as contas do colar ao pescoço."
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Chegados aqui, o Povo mostrou-se espantado e perguntou ao Cínico se Sócrates percebia também da Arte da Gravura.
Respondeu o Cínico que sim senhor, que sabia.
"Os pagãos na antiguidade costumavam ter deuses que veneravam e a quem faziam sacrifícios. Vocês devem fazer o mesmo com Sócrates agora", rematou o Cínico.
"Ah", disse o Povo, e o Outro, também é tão instruído ?"
"Não", disse o Cínico. "Como é que podes ser tão néscio que penses que é?"
"Oh, eu não penso que ele é – só perguntei se é," disse o Povo.
"Como é possível pensares que não é e perguntares se é?" disse o Cínico.
"Oh não, Senhor. Eu pensava que sim, que ele era, antes de me dizer, mas depois fiquei a pensar que não é."
Diz o Cínico: " Em primeiro lugar pensavas que era, & depois, quando eu disse que não é, já pensavas que não é. Bem, eu sei que – "
"Oh, nada disso Senhor, eu pensava que ele não era, mas perguntei para saber se ele era."
"Como é que isso pode ser?", exclamou o Cínico. "Como é que podes perguntar, & pensar que ele não era?"
"Bem," disse o Povo, "veio-me à cabeça que ele não é."
"Mas porque é que então", insistiu o Cínico, "disseste que ele é?"
"Eu disse isso? Caramba! Não pensava ter dito tal coisa. Mas o que eu quis dizer. Eu – eu – eu não consigo pensar…Caramba! Senhor, bem gostava que me dissesse como é que isto pode ser."
Então o Cínico pôs o queixo na mão & proferiu: "Sempre que pensares, deves pensar por ti mesmo."
"Mas como, Senhor!" exclamou o Povo. "Sempre que penso devo ser eu a pensar? Mas eu penso que sim. Em primeiro lugar – ..."
"Ora, ora!" disse o Cínico. "Não sejas parvo. Pensar por ti mesmo implica ouvir primeiro, sempre, e repetir pensando o que ouviste."
"Bem," disse o Povo, "veio-me à cabeça que ele não é."
"Mas porque é que então", insistiu o Cínico, "disseste que ele é?"
"Eu disse isso? Caramba! Não pensava ter dito tal coisa. Mas o que eu quis dizer. Eu – eu – eu não consigo pensar…Caramba! Senhor, bem gostava que me dissesse como é que isto pode ser."
Então o Cínico pôs o queixo na mão & proferiu: "Sempre que pensares, deves pensar por ti mesmo."
"Mas como, Senhor!" exclamou o Povo. "Sempre que penso devo ser eu a pensar? Mas eu penso que sim. Em primeiro lugar – ..."
"Ora, ora!" disse o Cínico. "Não sejas parvo. Pensar por ti mesmo implica ouvir primeiro, sempre, e repetir pensando o que ouviste."
O Cínico então pôs-se a pensar: qualquer burro nato há-de dar um espertalhão, desde que seja devidamente educado. Se depender de mim, o Povo daqui a quatro anos há-de ser um génio muito superior.
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Neste momento fazem a sua entrada os Outros quatro filósofos, (são seis ao todo, contando com o Sócrates e o Outro ) dizendo em uníssono:
Neste momento fazem a sua entrada os Outros quatro filósofos, (são seis ao todo, contando com o Sócrates e o Outro ) dizendo em uníssono:
"Vamos Povo! Diz lá qualquer coisa."
O Povo começou então:
O Povo começou então:
"Em primeiro lugar penso, eu cá penso em primeiro lugar que Sócrates é muito bom em Medicena, Fologia, Pistinologia, Aridologia, Arografia, Metamorfografia, Focinhografia, Suínogamia, Hinotomia, & a tudo isso”.
E foi assim que saíram todos da sala, & eles não puderam continuar a conversa neste propósito.
E foi assim que saíram todos da sala, & eles não puderam continuar a conversa neste propósito.
11.2.10
A vontade inequívoca de desmontar a cabala em torno da manipulação do estado de direito, da liberdade de informação e do comportamento reprovável de figuras relevantes dentro do cenário político e económico nacinoal deriva, directamente, do receio de que a 3º República se esteja a afundar, inexoravelmente, e com ela os privilégios de todos, todos mesmo, do Bloco de Esquerda ao CDS/PP.
Este receio fundado redunda numa massiva reacção de menorização da situação que se vive no país e, em particular, no caso Face Oculta.
Mas a situação é grave, muito grave, porque a dívida pública continua a crescer, a despesa do estado continua a crescer, o nível de vida dos portugueses continua a cair e a contestação social ameaça as ruas, sendo que esta ameaça não é pequena, bem pelo contrário, consubstancia-se em algo de muito grave.
Porque estas são questões de enorme importancia política, porque a Real Politik já não se faz hoje da política dos bastidores, nem sequer da que nos é oferecida em horário nobre, mas sim das dificuldades sentidas diariamente na sobrevivencia das familias e no futuro estropiado das gerações mais novas e das vindouras.
Porque pela primeira vez na longa história deste país, os pais não vão poder deixar mais aos filhos do que aquilo que receberam; porque as gerações que nos precedem já estão hipotecadas.
Por tudo isto, porque toda a "conversa" e pose política actuais, porque todo o discurso político está definitivamente enterrado, só uma postura política baseada no social, no respeito e na ética será capaz da ruptura que captará a atenção da população.
Ricardo Sá Fernandes, advogado de Paulo Penedos(assessor da PT) afirmava há dias, na televisão, que o seu cliente não via inconveniente na publicação das escutas e que até pretendia mais; que todas as escutas fossem tornadas públicas para que se percebesse, claramente e sem equívocos, que não tinha participado de forma, fosse qual fosse, lesiva e/ou mesmo que prefigurasse algum tipo de crime, na operação tentada do governo controlar a TVI através da Portugal Telecom (PT) (a coisa já devia estar negra para ir buscar um advogado cujos casos são muitíssimo mediáticos).
Parece que com Rui Pedro Soares, administrador na Portugal Telecom, as coisas não se passam exactamente assim.
Parece que ao fim e ao cabo é necessário impedir a divulgação das referidas escutas. Também ontem as coisa mudaram com Henrique Granadeiro e as afirmaç~poes que fez e teria feito anteriormente. Uma grande salganhada a que ninguém escapa.
É claro que não podia ser ninguém directamente ligado ao poder a assumir o "custo" da providencia cautelar, tendo-se utilizado mais um expediente: um administrador da PT (um boy ?) para fazer o serviço.
Entretanto o Procurador-Geral da Republica refugia-se no silencio enquanto o Presidente do Supremo Tribunal de Justiça se afadiga para falar ao país através das televisões.
Enquanto tudo isto se passa, o país não sabe o que aconteceu,o que acontece, quais as reais responsabilidades de cada um, onde acaba a sem-vergonha e começa o crime, ambos más companhias para políticos, empresários, administradores de empresas, jornalistas, causídicos e figuras mais altas da Nação.
É um desgoverno total.
A pergunta que resta: alguma destas personagens (e todas as outras que se debatem com problemas semelhantes e outros, a contas com a justiça) será capaz de continuar a liderar os destinos do País ?
A resposta é clara: NÃO!
4.2.10
Quanto mais tarde mudar mais difícil fica...
Hoje, 4 de Fevereiro, pouco importa na realidade se a Lei das Finanças regionais passa no parlamento, se acaso o Governo se demite das suas funções, se o Presidente da República, dentro do quadro constitucional, convida outros partidos para formar governo ou se convoca eleições.
O que realmente importa é que temos um Orçamento de Estado (OE) que não serve, que agora vai ser apresentado um Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC), para estrangeiro ver, que nos provoca uma enorme confusão: se o PEC é diferente do OE para que serve o OE ? Ou para que serve o PEC ? É o OE que é para cumprir ou o PEC ? Se o PEC é para estrangeiro ver (como escrevi anteriormente) do que nos vai servir ? Não vamos chegar ao fm de 2010 piores? Vamos de certeza. E não vamos sofrer as repercussões durante todo o ano ?
Claro que sim; já estamos a sentir. Tudo porque temos um mau OE 2010.
Então porque razão há tanta ansiedade em torno da votação no parlamento da lei das Finanças Regionais ? E da demissão ou não do executivo ?
Não está tudo isto de pantanas ? Que mal virá ao mundo se anteciparmos aquilo que só irá ser feito daqui a uns seis a oito meses ? Não teremos tudo a ganhar se for feito já ?
Mas para fazer tem de ser bem feito, muito bem feito e no actual espectro político não vejo quem, mesmo entrando em conta com os possiveis candidatos à liderança do PSD.
Esta classe política está demasiado atada, por muito conluio, muita convivencia nefasta, por muito afastamento das questões essenciais e muita atenção nas questões pessoais.
A falta de vergonha de que se fai fazendo o dia-a-dia do país....
A proposta de levantamento do sigilo fiscal, por parte dos tres deputados da bancada parlamentar do PS, Strecht Ribeiro, Afonso Candal e Mota Andrade, pode não ter contido nenhuma deslealdade para com o grupo parlamentar do PS e o seu presidente, mas foi fortemente desleal para com todos os portugueses que pagam os seus impostos e não piam. De acordo com a proposta, todos os corruptos que habitam no mesmo espaço económico que nós seríam na prática e no fundo nós próprios, os sérios e probos, expostos publicamente nos seus rendimentos ganhos honestamente, enquanto os verdadeiros corruptos continuariam a gozar das benesses de um sistema permissivo, de uma justiça lenta e que tarda. Rouba-se despudoradamente durante 35 anos e no final dos tempos os cidadãos anónmimos e honestos mereceriam o tratamento de criminosos sem vergonha.
Tenham juízo.
Também a 1º República acabou a discutir com "unhas e dentes" a corrupção.
3.2.10
As velhas falácias.....
Hoje, na SIC Noticias, um Engº. de nome João Picoito representante da Nokia Siemens, foi entrevistado por Mário Crespo.
Com pose de e(go)stado, o tal Dr. Engº. qualquer coisa, acompanhado por imagens da visita de sua majestade o primeiro-ministro desta baiuca ao tal sítio pomposo que se descreve adiante, sempre foi defendendo o investimento naquele que é o 2º maior centro mundial de atendimento a clientes de redes de telecomunicações. O primeiro está sedeado na Índia (já nos vai dizendo alguma coisa).
Inicialmente estavam programados 180 postos de trabalho, mas já vão nos 600.
Entre muito conversa, oratória e emproamento, com bitates como "Headquarter" e "Country Manager", o tal senhor só não aceitou que chamassem "Call Center" ao tal 2º maior qualquer coisa, mas sempre foi arfando que aquela coisa estava cheia de engenheiros e mestres, todos poliglotas e de imenso arcaboiço técnico. Pois, pois.
Faltou a Mário Crespo (que é excelente) perguntar qual o vencimento médio que é pago.
Porque é obra, arrematar uma coisa destas à India.
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Porque levo muito em conta os comentários que recebo e publico, aqui deixo a rectificação. O Dr. Engº. ilustra os egos inflamados deste país.....
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