13.2.10

É possível que a PT tenha pago custos ligados à campanha do PS ?
Ser possível é; torna-se necessário saber se aconteceu e em que circunstancias....
A notícia veiculada no Correio da Manhã de hoje, alegando pagamentos efectuados pela Portugal Telecom (PT) a indivíduos que participaram na campanha a favor do PS e de José Sócrates só pode ter, como consequencia imediata, uma aturada investigação.
A indignação de Francisco Assis quanto à inclusão do nome de Ines Medeiros na manchete do jornal, não elucida nem contribui para o esclarecimento que tem, forçosamente, de ser feito: foram ou não efectuados pagamentos, directa ou indirectamente, a personalidades de vários quadrantes, através da PT, de serviços que residiam tão sómente em apoiar a candidatura de José Sócrates a Primeiro-Ministro de Portugal ?
Se sim, imagino que essas figuras públicas sabiam de onde estavam a receber o dinheiro, porque os imagino a passarem recibos à entidade emissora dos pagamentos. Sabendo não estranharam estar a PT a pagar-lhes serviços dos quais não beneficiava, nem directa nem indirectamente ? E mesmo assim aceitaram o pagamento ?
lamento, mas se assim foi também eles terão de ser chamados à pedra.
Mas, e se não foi a PT a efectuar o pagamento directamente ? A situação, neste caso, prefigura-se muito pior, porque levanta a questão de como saíram esses fundos da tesouraria da PT. Porque conforme saíram estes poderão ter saído muitos mais, para muita gente, sem qualquer tipo de controle.
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Imagine-se a situação hipotética da compra de um quadro, de um Malhoa por exemplo.
Imagine-se que quem o compra o faz com dinheiro alheio, num leilão fora do país.
Imagine-se ainda que o comprador não quer, por razões óbvias, que se saiba e portanto dá instruções para que o envio do quadro seja feito sem identificação de proprietário, com entrega contra documento de compra.
É possível ? Claro que sim, muito embora o leitor pense com razão: "e se acontece alguma coisa ao quadro no caminho?". Bom, aí surge a figura do seguro, que obrigatóriamente teria de ser feito em nome do proprietário, fazendo parte do bilhete de despacho. Estar-se-ia perante uma situação de "gato escondido com rabo de fora".
Porque não se consegue esconder tudo, de facto.
Porque esta situação, repito hipotética, ilustra a possiblidade de fazer sair fundos ligados à PT mas que, forçosamente, deixam rasto.
Há então necessidade de investigar a veracidade da notícia e, sendo verdade, determinar as responsabilidades pelos pagamentos efectuados e de que forma foram efectuados.

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