27.9.09

A IMPRESSÃO DIGITAL ESCONDIDA....

Participei de forma activa nesta campanha.
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Elaborei todo o programa eleitoral do PPM, com excepção das páginas consagradas às regiões autónomas (da autoria do Dr. Paulo Estevão, deputado regional do PPM/Açores), elaborei o folheto das 22 medidas para transformar Portugal, redigi o press release e acompanhei o Presidente do PPM em todas as suas intervenções públicas, quer televisivas quer radiofónicas. Fiz campanha de rua.
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Foi da minha responsabilidade o único tempo de antena do PPM na rádio, e dei a cara num dos dois tempos de antena do partido passados na televisão.
Participei a tempo inteiro, empenhado no que fazia como sempre o faço e consagrei a minha atenção em questões fundamentais, sem discursos redondos.
Reganhei uma impressão digital politica, que muito me apraz e que se encontrava só na memória dos que comigo sempre privaram.
A actividade politica iniciei-a há muitos anos, antes de 1974, na Associação Académica do Barreiro ainda muito novo, mesmo muito novo. Depois acompanhei a formação do PPD, cujos fundadores já conhecia da SEDES e das intervenções relatadas na Seara Nova.
Desafiei as forças políticas dominantes em 1975 e só me retirei da actividade politica depois das eleições presidenciais a que concorreu Freitas do Amaral (como as pessoas nos enganam, mas fundamentalmente se enganam a elas próprias).
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Fiz tudo isto, toda esta corrida, sempre por fora sem nunca me ter filiado em qualquer partido. Hoje assim continuo, um homem livre sem filiação partidária.
Não que descarte essa possibilidade mas cedo percebi o caminho que o país tomava e, independentemente dos convites que tive para ingressar em partidos políticos (dois convites do PPD e um do já PSD, um do CDS - ainda CDS - e um outro, talvez inimaginável para mim na altura, que declinei mas do qual me honro, há muitos anos, do PCP ) sempre entendi que me deveria manter de fora, crescer políticamente, perceber e entender a boa vontade e maldade políticas, para que fosse acima de tudo o meu primeiro e mais forte crítico.
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Amadureci o pensamento, relacionei-o com tudo o que aprendi no alforge politico onde nasci, tudo o que li (e foi muito) e todas as conversas e discussões politicas que escutei em casa e em todas as outras em que participei. Aprendi também com o que escrevi.
Tudo isto, junto, forjou o homem e o politico actuais. Ainda bem que assim foi.
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Relato estes factos porque considero pertinente focar o enquadramento que me levou a aceitar o desafio de participar de forma activa nestas legislativas.
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Escrevo esta crónica às 17.19 da tarde de Domingo 27 de Setembro, antes de conhecidos quaisquer resultados eleitorais, mas que só será publicada às 19.00 horas em ponto.
É importante relatar tudo isto para que quem me acompanha e lê perceba a minha posição no ideário politico nacional e na actividade politica em particular.
E acima de tudo a razão de ser da minha decisão: sejam quais forem os resultados obtidos pelo PPM, a minha ligação como independente a este partido cessa hoje.
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Cessando esta ligação não significa que cesse a minha actividade politica.
A impressão digital politica, que em tempos introduzí com força no núcleo social onde me movimentava, e era largo este espectro, e da qual restava a lembrança de alguns que nunca esquecem, foi nestas legislativas recuperada e mostrada claramente.
Existe agora e de novo essa impressão digital, impressão que não irei deixar cair.
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Para tanto terei de ter uma ligação politica a um partido onde me reveja e onde o meu ideário politico e manifesto reformista da politica nacional seja aceite ou, igualmente válido, ligação a um novo partido que aceite estas premissas.
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Agradeço ao PPM e ao seu Presidente a confiança que em mim depositou bem como a oportunidade de ter participado de forma activa numa campanha tão importante como as Legislativas.

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