Querer, obsessivamente, mostrar resultados tanto em Bruxelas como no país, conduz inevitávelmente a dislates e acções precipitadas. Equilibrar o orçamento de um estado gordo passa pela banda gástrica e não por esconder o açucar dentro das bolachas de água e sal.
Pretender equilibrar o OE de 2007 através de engenharia financeira, que passa pela exclusão da EP dos custos orçamentais, dotando-a por obrigatoriedade das contas públicas, de autonomia financeira, implicou anunciar antecipadamente a intenção de entregar à Brisa a exploração das auto-estradas nacionais por 75 anos, sem acautelar primeiro - não havia tempo nem dinheiro.
Espertezas de equilíbrio, a que estamos habituados desde Manuela Ferreira Leite.
Os resultados estão à vista: a Abertis atacou e prepara-se para um take-over hostil. E o que tem mais piada é que o estado espanhol apoia todas estas iniciativas, através de linhas de crédito; a diferença entre ter e poder e não ter, nem saber fazer e, nem sequer, saber fingir e ganhar tempo.
Já o escrevi variadíssimas vezes: não há uma única empresa nacional que não seja opável.
Somos pobres e estamos todos descapitalizados, a começar pelo estado, que além de pobre é burro.
A estratégia é errada e irreparável, se não mudarmos de modo de acção.
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