9.10.06

A memória curta de Carrapatoso ou os interesses subordinantes...

A memória é curta ? Não! Os interesses é que mudam.
Há uns anos, não muitos, Carrapatoso e a Vodafone (Telecel), vociferavam que dois operadores eram ideais para "trabalhar" o mercado das comunicações móveis em Portugal. Hoje, como sabemos, dois são poucos, três são óptimos, na opinião do douto responsável da Telecel (Vodafone).
Que António Carrapatoso tinha chegado à Vodafone (Telecel) por obra e graça do Espirito Santo, já o sabia. Que lá se tem mantido, acumulando prejuízos, também se conhece.
Não se sabia, contudo, que a certeza de que dois operadores seriam suficientes para Antonio Carrapatoso, se mantinha tão presente.
Porque a estratégia da Vodafone e do seu líder não passa pela manutenção de três operadores, mas pela aquisição de lugar na primeira fila do espectáculo de encerramento da Optimus, por falta de mercado e de capacidade de alavancagem.
Porque esse encerramento é garante da continuidade da TMN, da repartição do mercado que sobrar e, igualmente importante (pela continuação da TMN), da manutenção da necessidade de um interlocutor nacional que faça a ponte com os agentes fronteira, num País onde se continua a privilegiar as relações informais lobbistas.
Caso contrário, com o mercado aberto sem intervenção de monopólios e interesses estatais nas comunicações móveis, nada impede a colocação pela Vodafone de um CEO inglês, mais provável até do que a deslocalização de um gestor americano.
Pelo sim, pelo não,o Compromisso Portugal lá vai cumprindo o seu papel de rampa política, permitindo acalentar ambições nessa área, para quem teme vir a sair a curto prazo de outra.

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