De vez em quando, é preciso dizê-lo, as amarras ideológicas de que padece o socialismo e os partidos que assim se nomeiam, tornam-se instrumentos positivos na sempre difícil relação economia/social.
A proposta do Compromisso Portugal de reformar ou despedir, compulsivamente, 200.000 funcionários públicos só é possível por parte de quem pensa no seu umbigo e nos seus interesses, falando de barriga cheia, depois de realizarem proveitos ao longo dos anos que ainda há pouco tempo, se lhes dissessem, lhes pareceria mentira, sonho irrealizável.
Despedir 200.000 almas é condená-las, sem apelo nem agravo, a uma miséria garantida e a curto prazo. Mas os portugueses há muito que deixaram de contar para o poder que se instalou na esfera económica (alguma, muita, que não toda) e na esfera política (principalmente numa determinada corrente monetarista que tem feito escola no PSD).
Assim, embora tudo o que o PS faça fuja à lógica da razão, sempre existe a excepção que confirma aquela regra.
Existe um compromisso, de facto, mas não é com Portugal: é um compromisso pessoal.
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