5.8.05
O TGV, OBRA FUNDAMENTAL
na arquitectura de uma Europa concebida nos corredores de Bruxelas e Estrasburgo.
A questão não é diferente da Consituição Europeia, só se apresenta com outras roupagens e faz parte de outro vértice do problema. Mas a intenção é a mesma: esticar o triângulo pelos vértices, criando novo triangulo de maior dimensão.
ESTUDOS SOBRE A OTA E O TGV
Porque razão são tão falados e repetidamente apontados como justificação para o investimento a efectuar mas não são publicitados e discutidos públicamente?
Quais as razões para escamotear, continuamente, a existência de soluções complementares à Portela, como serão os casos de Alverca e Montijo e, acima de tudo, porque razão não são claramente apontadas as deficiências da Portela e a incapacidade de dotar esta infraestrutura dos meios necessários para garantir o seu funcionamento nos próximos cinquenta anos?
Igualmente o TGV é de todo incompreensível e entre todas as razões possíveis avulta uma bem acima de todas as outras: Portugal não necessita de se aproximar nem mais um centímetro ou minuto sequer de Espanha. Mais, Portugal precisa urgentemente de deixar cair a ideia da Ibéria, de ganhar notoriedade e independência em relação ao gigante espanhol. Caso contrário, como a qualquer pequena planta à sombra de um embondeiro, definhará e morre.
É necessário provocar e promover o debate público em torno destas questões e não permitir que se aproveite o Agosto para tomadas de decisões eminentemente decisivas no futuro próximo do País. Estamos todos demasiado habituados a decisões tomadas à sombra de gabinetes e à revelia da discussão e interesse públicos.
É necessário gritar BASTA!, dizer claramente que a população deste País não é um mero número num cartão de eleitor ou contribuinte mas que é a razão primeira da existência e organização da sociedade e do estado. Se os dinheiros públicos são esbanjados e os interesses nacionais vilipendiados então eu digo, claramente, que toda a população se insurja, que venha para a rua mostrar o seu descontentamento, que deixe em conjunto de entregar os seus impostos ao estado depositando-os, preventiva e provisóriamente, em contas estabelecidas para o efeito em instituições financeiras de primeira ordem. Que questione, sem margem para dúvidas, a execução da função política do estado e dos detentores de cargos políticos.
O PAÍS ARDE...
A seca imensa aliada a um calor tórrido contribui, decisivamente, para que o País esteja a sofrer profundamente com esta enorme vaga de incêndios. Muitos milhares de portugueses vêem as suas vidas já difíceis totalmente destroçadas, mais ainda quando na sua infinita sabedoria reconhecem que a sua dôr só dura nas memórias o tempo exacto da notícia passada num qualquer telejornal.
O País não tem condições de prevenir primeiro e combater, depois, o flagelo dos fogos. Como terá então para ajudar a endireitar as suas difíceis vidas?
A miséria bate-nos à porta de diferentes maneiras, a todos, por via directa ou indirecta.
O País fica todos os dias mais pobre.
ALGUÉM ME DIZ
o que foram Cavaco e Soares fazer a Belém?
Sendo a propositura de uma candidatura à Presidência um acto de estrita vontade pessoal, caso eu me decidisse a candidatar a presidente e recolhidas que estivessem as 7.500 assinaturas, será que Jorge Sampaio também me receberia?
A questão é puramente retórica, porque nem eu quereria ser recebido por Jorge Sampaio nem lhe reconheço competência alguma de que pudesse usufruir ou ser-me útil. Mas em tese mantenho a pergunta: será que seria recebido?
ONDE PÁRA A LIBERDADE...
As preocupações crescentes de perca de soberania económica, espelhadas em artigos de opinião e estampadas na última edição do Expresso, mais não são que a consequência directa de uma política feita nos últimos trinta anos, mais no respeito do internacionalmente correcto e, nos últimos vinte de uma obediência cega a Bruxelas, acompanhada por uma classe política impreparada e pouco ou nada dotada para o exercício de cargos e funções públicas, ocupados que estão estes, sistemáticamente, por actores políticos que encontram nas suas nomeações sentidos claros de prémios político-partidários e muito menos de reconhecimento de reais competências para os respectivos desempenhos.
Aliás a constatação surge-nos, clara, quando verificamos os cortes nos vencimentos e regalias estabelecidos, bem como nos anos de mandatos possíveis de efectuar. Caso o exercício político fosse consagrado como sério e competente, sendo estas premissas fundamentais aquando das nomeações para cargos políticos, estes, os políticos, deveriam ver as suas remunerações crescer à imagem do crescimento económico e social do País, como forma de chamar os mais capazes para a causa pública e premiar os mais competentes. Igualmente, através do voto, as populações saberiam distinguir entre a competência e a inação políticas e determinariam, sem constrangimentos e em consciência, os seus representantes autárquicos, quer sejam eles nacionais quer sejam locais.
Não é esta a realidade. Em Portugal vota-se em partidos e não em pessoas e os partidos premeiam não os melhores mas todos aqueles que em nome de uma disciplina partidária se sujeitam a todas as situações, se adaptam a todas as circunstâncias. É premiado o seguidismo, as "entourages" e não o livre pensamento e discernimento, sendo mesmo proibído inovar e propôr caminhos alternativos. A política é redonda, os discursos são redondos, as responsabilidades são nulas.
O sistema protege a mediocridade. Perante a evidência da fobia de entregar políticamente Portugal a Espanha, como se depreende pela defesa do TGV Lx-Madrid e pelo aeroporto da OTA, depois de entregue económicamente, pergunto sem receio, se para todos os que se sentem portugueses e se orgulham da sua história a presente situação é mais aceitável do que a ditadura que vivemos entre 1928 e 1974.
Haverá verdadeira liberdade num País colonizado no séc. XXI através do pior instrumento colonizador inventado pelo homem, o económico, onde são crescentes os sacrifícios pedidos à população e onde já não cabem razões tantas vezes invocadas de aumento da qualidade de vida, dos serviços primários, da saúde e da educação, ou pelo contrário será essa liberdade maior num País onde o seu povo sofrendo carências menores e de menor risco nacional pode, contudo, de pleno direito e de sua livre vontade conspirar contra o regime político que o governa?
O homem é um animal conspirador e eu afirmo, convictamente, que prefiro a segunda à primeira.
O mês de Agosto é feito de isto mesmo, de intermitências na actividade intelectual e de um necessário descanso propiciando um arrumar de ideias tão necessário na "rentrée" em Setembro. É assim, por minha necessidade, que o palavras interditas se interdita nas palavras durante o corrente mês. Igualmente pela necessidade de aproveitar o mês frouxo do ano para acelerar na recta final de uma tese que está a ser elaborada com imenso gozo.
Por estas e outras razões o palavras interditas não conhece calendário em Agosto.
Em Setembro voltará a normalidade........ ao blogue.
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