9.6.05

CONSTATAÇÃO DO ÓBVIO...Não é Não

São argumentos como aqui expressos por Joana Amaral Dias no Semiramis, que justificam alguns regimes políticos, como o de 28 de Maio de 1926.
E eu concordo em absoluto!
A não necessidade de pensar e executar a política tendo em vista resultados eleitorais contribui, decisivamente, para uma maior dedicação à causa e coisa públicas, facilitando (por ausência de resistência dos agentes fronteira e do sufrágio livre e universal) a tomada de medidas impopulares mas necessárias.
  • Resumindo, os ganhos da liberdade - os "reality shows"; o muito lixo nas ruas das nossas principais cidades ( que no interior continua a haver decência, respeito e dignidade); um País feito de construção civil manhosa e de actividades especuladoras; o outro país nocturno que abre às 22.00 horas; os jogos de interesses, a corrupção e a lavagem de dinheiro; as plataformas de droga e a exploração do trabalho ilegal - são analisáveis através de uma tabela capaz de determinar o ponto crítico entre os interesses nacionais e os interesses pessoais e, no caso português, verifica-se com facilidade que o ponto de equilíbrio foi há muito ultrapassado, tendo o País sido fértil na produção de "novos ricos" e totalmente ineficaz na produção de riqueza. Somos completa e totalmente terceiro-mundistas! Até nas mentalidades (é que isto pega-se).
  • Os políticos em Bruxelas têm funcionado de outra maneira, de facto. Perante a constatação, por um lado, dos limites e dos becos a que a autocracia europeia se confinava e, por outro, da necessidade de aumentar a capacidade de ditar ordens em formato de Leis por forma a manter a "não dependência eleitoral ou das sondagens", preparavam-se para estabelecer outras regras e deixavam esta brincadeira das democracias para as regiões europeias, para os políticos de segunda, porque os outros de 1/2 segunda (de primeira não tem nenhum) estariam todos confortados no forte edifício burocrático com centro em Bruxelas, dependencias em Estrasburgo e Colónia, recebendo directrizes directamente de Berlim ( também de Paris, mas só numa primeira fase).
A questão coloca-se, então, a outro nível: se as coisas económicas só funcionam com regimes políticos onde imperem princípios autocráticos, porquê ter de aceitar um "28 de Maio" de Bruxelas e não um "28 de Maio" português, bem nacional?
Por mim afirmo: prefiro, de longe, a segunda solução. Se tiver de obedecer e calar, que seja a um português!
  • O Não não é dicotómico, como o Sim também não o é. São posições de princípio, nada mais. A haver uma diferença - e há - reside na necessidade temporal da resposta: um Não não pode esperar, tem de ser dado sem equívocos; um Sim concede-se um pouco mais de tempo. Quando o Não demora a ser dado, conforma sempre estados de desilusão e, por vezes, de incompreensão.
Em suma: Não é Não; Sim é Sim e, ou se está com o Não........ou Não!

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