1.5.05

OS EXTREMOS TOCAM-SE

O 1º presidente do CDS é agora ministro socialista.
O último presidente do CDS/PP, e digo último, porque acredito que estejamos perante a morte política do CDS e não tão só porque acabou de ser eleito, diz-nos que irá gerir o partido a partir de Bruxelas onde se encarna a via socializante de Jacques Délors e dos franceses, porque a vida lá é muito melhor, porque se come muito bem, porque o ambiente é muito cosmopolita, muito socialista - digo eu - porque a vida política nacional está uma vergonha e é uma anedota, dizemos todos, porque não se aceita que um líder partidária coloque, sequer, a hipótese de exercer oposição aos bocadinhos, de vez em quando e à distância.
A morte política do CDS poderá contudo, a acontecer, o que me pareece inevitável neste momento, propiciar uma renovação, porque abre um novo espaço político em Portugal que deverá ser prenchido sem tibiezas, por uma direita não-liberal séria, preocupada com o País, com a sua situação económica, mas acima de tudo com soluções sociais e de fraternidade - que rompam com o egoísmo e a hipocrisia do capital numa economia liberal - dentro de um espaço político-geográfico definido: as nossas fronteiras quase novecentistas.

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