Seja qual fôr o resultado do referendo francês - às 22 horas portuguesas já o conheceremos com alguma certeza - os restantes referendos deverão manter-se, como fixados, em toda a Europa. Ao contrário da visão de Tony Blair, o referendo é necessário, independentemente de bastar um único "Não" para que o TCE fique travado na sua aplicabilidade. E é necessário, porque a União Europeia tem de aferir o grau de adesão dos países a um cada vez maior aprofundamento e essa aferição tem igualmente de ser analisada à luz da "antiguidade", enquanto membro, dos países onde se realizem referendos. Um "Não" em França (caso suceda), na Holanda, no RU ou Portugal, é diferente de um "Não" num país recém entrado, como o será o "Sim", pela experiência europeia acumulada, pelas expectativas geradas e já constatadas no seu grau de realização, pelas preocupações entretanto surgidas, pelas limitações constatadas pelo contínuo aprofundamento que se vem verificando nos vários tratados ractificados e das repercurssões sentidas, a nível interno, na aplicação das políticas económicas e sociais. Porque é necessário perceber o que a população europeia pensa dos mergulhos que a UE tem efectuado e o limite da profundidade do mergulho em apneia, porque o oxigénio, como se verifica, está a terminar em todos os países.
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