Os políticos europeus e europeístas já nos habituaram aos discursos arredondados, de leituras múltiplas, como o de A. Cavaco Silva quando afirma: "...nunca fui um defensor entusiasta do referendo..." (defende ou não defende? O que é não ser defensor entusiasta?), "... Sabemos sempre como começam os processos de referendo, mas nunca sabemos como eles terminam..." (seria muito interessante poder manipular completamente os referendos, como se manipulam os votos nas eleições legislativas, através de ópticas e lealdades partidárias) ; "... É uma ilusão pensar-se que é agora, desta vez, que os portugueses vão analisar em profundidade as alterações aos tratados europeus..." e assim o professor "...acreditar que a Constituição Europeia poderia ser aprovada no Parlamento". Cavaco Silva é a favor da Constituição, abomina o referendo e não reconhece capacidade aos portugueses para se debruçarem sobre matérias que digam respeito ao seu próprio interesse. Para o Professor haveria que pensar por todos nós, exercício que estaria ao alcance da elite política portuguesa. Ouvi em 2004, numa conferência patrocinada pelo Instituto Francisco Sá Carneiro, argumentos idênticos proferidos por Jaime Gama, menos burilados e mais directos é certo, mas compreensíveis por não se tratar de um candidato a candidato à Presidência da República.
Vejamos qual o discurso que se segue depois da vitória do "Não" em França.
É que os discursos arredondados, que implicam expansão para as extremidades, de nada servem quando o sentimento no bolso das famílias europeias é divergente do arredondamento: a retracção das suas finanças!
Depois do ataque de Miguel Cadilhe, a vida não está própriamente a sorrir ao "Darth Vader dos Tabús!
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