4.2.05

Vice-Primeiro Ministro para a Competitividade.
Falar de competitvidade é falar de produtividade.
Falar de produtividade é falar de eficiência. Sem esta não existe lugar para discursos centrados naquela(s).
Fala-se em competitividade em economia, para facilitar o entendimento do objectivo em si próprio, evitando repetições desnecessárias. Mas como fácilmente se entende, não é possível competir em condições vantajosas, sem se ser eficiente a produzir. Igualmente, falar em produtividade como factor alavancador do crescimento económico, do "wellfare" e, em estágio superior, em desenvolvimento económico (aqui os conceitos são distintos), implica falar de um sector secundário que obrigatóriamente terá de crescer em Portugal - bastará olhar para o PSI 20 para se perceber a estrutura económica do País - o que levará numa primeira fase a um aumento do investimento (público e privado), aumento da procura de mão-de-obra - cada vez mais qualificada - e numa segunda fase, a um crescimento tecnológico, a um acréscimo de necessidade das competências, surgimento de uma nova vaga de desemprego, que será, por via do aumento do rendimento nacional, absorvido pelo sector terciário. É o sector secundário que fixa os salários reais. Com uma indústria forte os salários poderão evoluir.
A questão social colocar-se-á então, com acuidade. É que nem todos os serviços são igualmente dignos.
Passear os animais de estimação de quem tem poder de compra para contratar esses serviços, não será própriamente a melhor forma de integrar no mercado de trabalho quem foi dispensado - por via da evolução tecnológica, da robotização, da necessidade de formação elevada - pelo sector produtivo da economia. Estes temas têm de ser pensados com muita antecedência, nem que estejamos a falar de cenários a 20 anos, caso contrário nunca conseguiremos erradicar, de facto, a exclusão social, mesmo que levemente retocada e maquilhada.

Sem comentários: