10.2.05

Páginas e páginas escritas, milhares de revistas vendidas, artigos de opinião, receitas, fotografias escabrosas, outras não, escândalos que o são, e que não o são, mais fotografias escabrosas de ostentação, sangue, muito sangue, dias a fio sangue, miséria, desgraça, e mais miséria, e mais crime, e outra vez miséria à mistura com ostentação, depravação, corrupção.
Ainda a opinião de quem nos dá as notícias, as faladas, mas também as escritas, apresentadas sem isenção, com intenção, manipulando o sentido das coisas, para uma população impreparada, pouco letrada, muito mas muito acomodada, egoísta, isolada.
A quantidade é muita. A qualidade é baixa.
Jornais pretensamente sérios - um pior que todos os outros - deturpantes, com jornalistas capazes mas vendidos, impotentes, rendidos aos interesses materiais mais do que aos sociais, culturais, informativos.
E os rodapés! Poupem-nos aos rodapés e às inúmeras calinadas!
Salvam-se alguns articulistas - Clara Ferreira Alves é um bom exemplo - salvam-se as rádios, trabalho mais exigente, desprovido do sensacionalismo dramático e pungente da imagem - atente-se na TSF.
É urgente nivelar por cima. É urgente informar com isenção sob pena de se questionar a liberdade de imprensa, quando manifestada por quem quer, acima de tudo, marcar a agenda. A livre expressão de uns poucos é inversamente proporcional à liberdade e qualidade informativa consumida por todos os outros, e sem esta não existe, de facto, capacidade de pensar e opinar.


Sem comentários: