21.2.05

Deixar de olhar o umbigo

A pouca importancia dada às eleições e respectivos resultados em Portugal, por parte da imprensa estrangeira, nomeadamente o sempre referencial "FT", prova, inequívocamente, que o grande capital não passa pelo nosso País e as atenções há muito deixaram de estar centradas neste canto da Europa.
O País define-se nas gravatas deslocadas nos colarinhos, nas calças com a metade de baixo dobradas sobre uns sapatos invariávelmente quadrados e por engraxar, na falta de maneiras e cortesia, sinais de uma população fechada em si mesmo, repetitiva no modelo adoptado. É triste a vã tristeza de se pensar pequeno, de se ser pequeno. É pena o modelo ser este, tão pequeno. E os heróis estarem nas novelas, nos "reality shows", onde se vivem vidas de fantasia e não fantasias na vida. E depois olhamos e vemos tudo decrépito, sem alma, sem chama, vidas feitas de movimentos mecanizados, com muita amargura, sofrimento e violência. Muito lixo, falta de civismo, ausência de solidariedade, de compaixão, de piedade.
A palavra caridade foi abolida após o 25 de Abril. Era "pecado político" evocar o termo caridade. Hoje, nas ruas das grandes cidades deste nosso País, é esta a palavra que mais se houve quando paramos num qualquer semáforo:"...por caridade...".
Nada somos, nada valemos. "Self made man?" Onde estão? Na construção manhosa? No outro país nocturno, que abre às 22.00 horas? Nos jogos de interesses? Na lavagem de dinheiro? Nas plataformas de droga? Na exploração do trabalho ilegal?
Temos futuro , baseado nestes pressupostos, como Cuba no tempo de Fulgêncio: Sol, droga, dinheiros sujos e p......

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