3.11.11

O modelo económico (des)elegante para o País

O Primeiro-Ministro (PM) tornou claro ontem, uma vez mais fora do País, que o acordo com a Troika requer uma nova conceptualização, reafirmado hoje, aliás, pelo próprio Presidente da República (PR).
O Pm fez notar, para nosso conhecimento, que as verbas acordadas com a Troika são suficientes para fazer face à despesa do estado, mas que Portugal necessita de financiar igualmente a sua economia. Fez notar ainda que a taxa de juro, de colocação de dívida a dois anos, já ultrapassava os 20%.
Temos então um estado que estará, supostamente, financiado e uma economia que, para se financiar, tem de recorrer a empréstimos com taxas de juro superiores a 20%. É esta economia que garante o equilíbrio do Balanço Fiscal, com que o estado conta para fazer face à dívida externa. Por outras palavras, se o desempenho económico for inferior ao esperado, a capacidade de cumprimento do serviço da dívida está em causa.
Vejamos o que significa a taxa de juro mencionada:
  • O prémio de risco percebido pelos mercados, em relação a Portugal, é elevado. Por outras palavras, o perigo de default enorme.
  • Uma economia capitalizada a um juro superior a 20% ao ano, exige uma taxa interna de rentabilidade (TIR) superior a 30%, caso contrário não gera riqueza (se a TIR for igual ao juro é indiferente);
  • Mas, acaso a TIR seja inferior à taxa de juro, a economia está condenada (falamos da TIR da economia no seu todo).
Afinal, do que é que estamos a falar ? De uma economia, a portuguesa que para ser viável, necessita de aplicar os capitais que vai buscar, a uma TIR a roçar os 30%.

É este pressuposto verosímil ? A resposta parece fácil: não.
Não sendo, as perguntas acumulam-se: (a) como se irá pagar o que estamos agora a dever? (b) como pagar os novos financiamentos?; (c) como fazer descolar o país economicamente, tirando-o da recessão onde se encontra mergulhado?; (d) como reduzir a dívida externa?
Como fazer tudo isto no presente modelo económico, que inclui as imposições negociadas?

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