O rácio Tier 1, de que tanto se fala nos testes de resistência da banca a prejuízos inesperados (os esperados são contabilisticamente tratados como provisões), mostram uma realidade, no mínimo, escandalosa, quando comparada com a realidade imposta a quem pretende arrancar projectos e, dirigindo-se à banca, se vê confrontado com sistemáticos pedidos de garantias e percentagens de capitais próprios mínimos elevadas (em relação ao investimento total).
Quando um banco apresenta um Rácio Tier 1 de 5,5 ou de 6,3%, o resultado representa a percentagem de capitais próprios envolvidos na operação da instituição, na medida em que os depósitos em dinheiro, nos quais se incluem os depósitos a prazo, têm peso zero no cálculo do Rácio. O mesmo é dizer, que a operação bancária está suportada em 5,5% de capitais próprios e 94,5% de capitais dos depositantes. Avalie agora cada um, como quiser, a moralidade do negócio financeiro e quem lhe garante a sua sustentabilidade; avalie igualmente quem tem tudo a perder, no caso de descalabro financeiro.
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