15.4.11

Recessio, onis .....

Pretender que a Alemanha está disponível para ajudar financeiramente Portugal, a Grécia e a Irlanda, para além do que já foi concedido a estes dois países, é não estar a entender o tabuleiro europeu onde se está a jogar.
Umas vezes através da Áustria, outras da Holanda, da Polónia ou da Finlândia e, mesmo de mote próprio, a Alemanha tem dado sinal do seu descontentamento em disponibilizar fundos para aquelas economias. Quando falo em Alemanha, falo nos alemães, todos, que têm infligido pesadas derrotas à Srª Merkel.
Para a generalidade dos alemães a questão é simples: ou estes países saem do euro, ou se o discurso bate constantemente na estabilização da zona euro, saem eles alemães. A resultante é igual: sem Alemanha não há euro.
Só esta constatação é evidente de que, para o mal, vivemos numa zona euro-marco.
Para o mal porque as economias nada têm a ver umas com as outras, estão em patamares opostos de crescimento económico e só pode ser nefasta a teimosia de manutenção na zona euro, para países como Portugal.
De uma forma ou outra, o euro é já uma miragem, como é uma miragem a recuperação económica de Portugal, durante toda uma geração, se a política económica se mantiver, teimosamente, como está.
O FMI já avançou com datas: vai ficar por cá pelo menos dez anos.
Dez anos de recessão é obra.
Recessão: do lat. "recessio, onis" e designa a acção de recuar.

Sem comentários: