Há assuntos que são, muito claramente, tabu na sociedade política portuguesa.
A recente disposição de não auditar as contas públicas é um desses temas. Não se ouviu uma palavra, só assobios para o ar.
A cosmética aplicada na contabilidade pública rivaliza, estou certo, com a Lady Gaga.
Os sacrifícios são pedidos, mas a realidade não pode ser conhecida: nem por nós, nem pelos parceiros, grandes amigos, que temos na União Económica e Monetária. Porque se essa realidade se sabe, bom, o mundo desaba e esse mundo chama-se Portugal.
Mas será que o encobrimento da cosmética que encobre a realidade crua - esta que vivemos ainda está retocada, como percebemos - evita o desabamento que se teme? Numa situação de abundância de capitais, talvez, em escassez não. Forçosamente, mais cedo ou mais tarde, os buracos na pele, o acne e pontos negros irão aparecer, de nada valendo o sigilo sobre as manobras contabilísticas efectuadas.
Apetece evocar um paradoxo interessante: porque razão há maior preocupação com a pele do que com a moral: porque as manchas na alma limpam-se, sendo as do acne mais difíceis.
Assim, não é de estranhar a inexistência de moral na sociedade política e económica portuguesa, mas haja uma enorme preocupação com o acne e borbulhas na sua pele, exigindo esta constantes manobras de cosmética.
Neste caminho que se faz de embustes e favores, o país vai definhando falido, os portugueses vivem sem futuro visível e a democracia não passa de um sonho.
Entretanto vivemos um pesadelo e deixamos, como herança, um pesadelo.
A recente disposição de não auditar as contas públicas é um desses temas. Não se ouviu uma palavra, só assobios para o ar.
A cosmética aplicada na contabilidade pública rivaliza, estou certo, com a Lady Gaga.
Os sacrifícios são pedidos, mas a realidade não pode ser conhecida: nem por nós, nem pelos parceiros, grandes amigos, que temos na União Económica e Monetária. Porque se essa realidade se sabe, bom, o mundo desaba e esse mundo chama-se Portugal.
Mas será que o encobrimento da cosmética que encobre a realidade crua - esta que vivemos ainda está retocada, como percebemos - evita o desabamento que se teme? Numa situação de abundância de capitais, talvez, em escassez não. Forçosamente, mais cedo ou mais tarde, os buracos na pele, o acne e pontos negros irão aparecer, de nada valendo o sigilo sobre as manobras contabilísticas efectuadas.
Apetece evocar um paradoxo interessante: porque razão há maior preocupação com a pele do que com a moral: porque as manchas na alma limpam-se, sendo as do acne mais difíceis.
Assim, não é de estranhar a inexistência de moral na sociedade política e económica portuguesa, mas haja uma enorme preocupação com o acne e borbulhas na sua pele, exigindo esta constantes manobras de cosmética.
Neste caminho que se faz de embustes e favores, o país vai definhando falido, os portugueses vivem sem futuro visível e a democracia não passa de um sonho.
Entretanto vivemos um pesadelo e deixamos, como herança, um pesadelo.
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