6.10.10

O costume: ou fazemos por nós ou ficamos à mercê....

Se as últimas medidas de austeridade forem aplicadas, a economia portuguesa vai entrar em recessão no próximo ano, contraindo 1,4%.
O aviso foi deixado hoje pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) na apresentação do seu World Economic Outlook, em Washington.

(...) Ainda assim, o FMI apoia a decisão do Governo de intensificar os cortes no défice. "Portugal está sob muita pressão e por isso aplaudimos a decisão do Governo", garantiu Dressing. É que Portugal faz parte do grupo de países que não tem margem para fazer uma consolidação mais calma, que lhe permitisse proteger a economia da recessão.


Pois, normal, nada de novo. Há recessão, pois é, nada a fazer, lá terá de ser. Não se pode mesmo fazer mais nada. Portugal está amarrado de pés e mãos; não dispõe de instrumentos económicos, nomeadamente o instrumento cambial.
Nada a fazer senão viver em recessão.
O FMI é muito vivo e ladino nas suas conclusões. Se tivessem que aplicar medidas em Portugal fariam exactamente o mesmo, porque na realidade, na situação actual, nada mais pode ser feito. Não se trata aqui de determinar saídas para a nossa complicadissíma, frustrante e dramática situação económica; trata-se de salvaguardar as finanças públicas, as nossas responsabilidades para com o exterior, diminuir os factores de contágio para a zona euro e quanto ao crescimento económico, enfim, se nós não conseguimos nada em 36 anos porque razão deverá o FMI preocupar-se com isso agora; nem sequer faz parte das suas atribuições: são chamados para situações de aperto de tesouraria (exemplo Argentina, México, etc.) e nunca para opinarem quanto a eventuais soluções económicas.

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