6.10.10

A inflação escondida....

Para todos que defendem a moeda única como um garante inestimável da estabilidade dos preços (leia-se controle da inflação), façamos umas contas simples:

(1) Taxa de inflação na zona euro em Setembro: 1,8%

(2) Aumento do IVA em Portugal nos ultimos dois anos: 4%

(3) Diminuição média esperada dos vencimentos dos funcionários públicos (de acordo com OE 2011): 6,7%

(4) Diminuição do rendimento médio das famílias esperado, por medidas anunciadas no OE 20111: 3,3%

(5) Aumento médio da carga fiscal sobre as famílias (de acordo com OE 2011): 3%

(6) Diminuição do salário real dos trabalhadores ligados à actividade privada (considerando congelamento dos salários): 1,8%

Feitas as contas temos:

1,8 + 4% + 4,5% (a) + 3,3% + 3% = 16,6 % ou, por outras palavras, inflação esperada para Portugal no final de 2011 igual a 16,6%, da qual quase 15% é gerada por medidas financeiras impostas políticamente.

Onde pára então a estabilidade dos preços garantida pela zona euro, no que a Portugal diz respeito ? E no ano de 2012 vai continuar a aumentar.
A diferença reside no facto desta inflação estar a ser imposta sem qualquer plano estratégico de médio/longo prazo, enquanto qualquer outra que adviesse de uma saída da zona euro teria a virtude de resultar de medidas económicas concretas, com vista a encontrar uma saída para o aumento do PIB nacional.
nota: (a) resulta da média ponderada entre abaixamento de salarios reais na função pública e na actividade privada.

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