14.12.09

"A Pátria não se discute"
É uma imensa trapalhada tudo o que o PS e o governo pretendem passar, como mensagem política. O país não tem condições de responder a aumentos de receitas orçamentais e necessita, urgentemente, de ver reduzida a sua participação no despautério em que se transformou a despesa pública. O governo tem de reduzir a despesa pública; o problema, uma vez mais afirmo, situa-se ao nível da dívida pública que é monstruosa, e acaso suceda um aumento das taxas de juro, o serviço da dívida será um pesadelo para este pequeno país. A verdade é que estamos falidos técnicamente.
Por outro lado, não existe nenhuma tramoia, nenhuma conspiração política da esquerda à direita: existe sim uma conspiração do governo socialista, que pretende governar em minoria como se dispusesse de uma maioria confortável, tentando convencer o povo de que sem o PS e Sócrates não há solução para Portugal e que a oposição, de forma intencional e maleficamente pensada, tenta acabar com essa solução única.
O PS ganhou as eleições com minoria relativa e aceitou formar governo; cabe aos portugueses "lerem" correctamente a situação do país e as desculpas esfarrapadas que se lhes apresentam.
O governo tem uma responsabilidade: governar. A oposição tem uma obrigação: não defraudar os votantes. Uns e outros têm de cumprir com a sua obrigação.
Pretender que os partidos da oposição estão coligados de forma imprópria e estranha é surrealista, porque iria contra os respectivos programas (já o afirmei antes).
Igualmente e de forma equivalente, ganhar as eleições não obrigava o PS a formar governo. Se o programa do PS e a sua política (a de Sócrates e o seu estilo de governação) obrigava a uma maioria absoluta tinham dito, sem margem para dúvidas ao eleitorado, que só seriam governo acaso dispusessem de maioria absoluta.
À regras que têm de ser cumpridas. A governação não se faz através de exercícios nas "paralelas" nem nas "argolas" (de jogadas parelelas e argoladas estamos fartos). A governação faz-se de frente, sem temores e sem apego ao poder; faz-se com profundo sentido nacional. A Pátria não se discute.

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