17.9.09

NÃO AO TGV


O mesmo princípio de Alcochete se deve aplicar ao TGV.
O investimento é brutal, perto de dois mil milhões de euros e Portugal não pode pagar esta factura tão alta. É um absurdo, um tique de novo-riquismo a que não nos pudemos sujeitar, nem no curto, nem no médio e longo prazo.
Este, mesmo sem ALCOCHETE, constitui-se num custo insuportável para o Estado, bem como numa machadada irreversível na TAP, liquidando por completo a sua capacidade de sobrevivência, pela diminuição drástica nos voos para o Porto, estimando-se uma redução de cerca de 40% no tráfego aéreo e entre Lisboa e Madrid estimando-se essa redução em cerca de 30%, o que equivale a falar em cerca de 500.000 passageiros a menos a utilizar os serviços da TAP e também da Portugália, com quebra da receita bruta da TAP em cerca de 8%. Valores substanciais que poderão afectar a viabilidade económica da transportadora nacional. Depois acresce que o interesse nacional é nulo, em nada representando uma mais-valia estrutural. Não aproxima de forma substancial Madrid de Lisboa, nada que os transportes aéreos não façam e coloca-nos a léguas de Paris (trajecto: Lx-Madrid-Barcelona-Lyon-Paris). Depois, Lisboa não é uma praça financeira forte nem uma plataforma de negócios importante que justifique ligações terra-ar com idênticas performances. Acresce que na comparação entre TGV e Alfa, este sai a ganhar, porque o custo de reposição da linha para melhores resultados do Alfa é insignificante perto do TGV e, também, porque o ganho temporal é ridiculamente baixo para justificar tantos milhares de milhões.
Definitivamente, a resposta clara terá de ser: não ao TGV.

Sem comentários: