14.12.06

Duas notícias em dois dias....

O ministro das Finanças aventa a possibilidade de redução da carga fiscal sobre os particulares.
O Ministro da Saúde pressiona os laboratórios a baixar o preço dos medicamentos (nesta situação há um abaixamento da carga suportada pelo Estado nas comparticipações e, em simultâneo, um abaixamento do preço dos medicamentos junto da população - este preço, seja qual fôr, é visto como um imposto, porque o direito à saúde está consagrado).
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Quando as famílias percepcionam um aumento constante nos impostos (através de um agravamento das taxas fiscais e/ou da redução das transferências para as famílias), a economia tende a ajustar-se instantâneamente, através de um abaixamento do consumo, sem contudo significar que existam, por essa via, efeitos dinâmicos no capital não havendo, portanto, quaisquer efeitos no PIB ( o consumo é substituído pela carga fiscal - o rendimento das famílias não se altera).
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Sem capital não há investimento; sem investimento não há aumento do rendimento; sem aumento do rendimento não há aumento do consumo e da poupança; sem aumento da poupança não há aumento do capital, que baixa, sistemáticamente, de períodod para período devido ao factor depreciação.
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A economia fica cada vez pior e a qualidade de vida ressente-se.
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Cabe ao Estado alterar a situação: daí as afirmações dos ministros. Injecção de confiança na economia.

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