14.12.06

Duas notícias em dois dias....

O ministro das Finanças aventa a possibilidade de redução da carga fiscal sobre os particulares.
O Ministro da Saúde pressiona os laboratórios a baixar o preço dos medicamentos (nesta situação há um abaixamento da carga suportada pelo Estado nas comparticipações e, em simultâneo, um abaixamento do preço dos medicamentos junto da população - este preço, seja qual fôr, é visto como um imposto, porque o direito à saúde está consagrado).
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Quando as famílias percepcionam um aumento constante nos impostos (através de um agravamento das taxas fiscais e/ou da redução das transferências para as famílias), a economia tende a ajustar-se instantâneamente, através de um abaixamento do consumo, sem contudo significar que existam, por essa via, efeitos dinâmicos no capital não havendo, portanto, quaisquer efeitos no PIB ( o consumo é substituído pela carga fiscal - o rendimento das famílias não se altera).
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Sem capital não há investimento; sem investimento não há aumento do rendimento; sem aumento do rendimento não há aumento do consumo e da poupança; sem aumento da poupança não há aumento do capital, que baixa, sistemáticamente, de períodod para período devido ao factor depreciação.
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A economia fica cada vez pior e a qualidade de vida ressente-se.
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Cabe ao Estado alterar a situação: daí as afirmações dos ministros. Injecção de confiança na economia.

12.12.06

Donald Frazer

A Senhora é de centro-esquerda

Cavaco Silva tem-se demarcado, ferozmente, do PSD.
Cavaco Silva tem-se aproximado, ferozmente, do PS.
Cavaco Silva tem sido deselegante e políticamente incorrecto para o PSD. Tem sido, igualmente, um péssimo filiado político: o filho que renega a mãe.
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Maria Cavaco Silva afirmou ser de centro-esquerda.
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Temo, sem temer de facto, que Cavaco não goze estes 5 anos de presidência, tão preocupado que está com os próximos 5.
Liberte-se senhor, goze o momento e faça como Soares: 6 meses antes das próximas, de taça de champagne na mão, prepare as eleições - e ganhe-as (é difícil não é, quando nos falta aquele não sei o quê).
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Entretanto, à cause de mouche, caso Cavaco Silva volte a pisar o risco do PSD, com o PSD, mais duas ou três vezes (antes será extemporâneo) não tenho dúvidas do que terá de ser feito: expulsá-lo do partido, sem contemplações.
Assim, o Senhor Presidente ficará livre do compromisso político que tanto parece inquietá-lo.

Oponho-me ao regime...

Há anos que me confronto com a mesma realidade e, agora, uma vez mais a reconheço: a realidade - opositor ao regime; a situação - Chile.
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Não há qualquer situação de que me recorde que, ser opositor ao regime, não comporte um reconhecimento políticio e social difícil de alcançar.
Não importa o regime; não importam as convicções ou crenças; não importa a seriedade: ser "opositor ao regime" é clean, tem charme, reconhecimento e audiências.
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Daqui me proclamo Opositor ao Regime.
Avanço mais: que todos os que concordarem com este estatuto se me juntem, no sentido da formação de um movimento cívico, que não desdenho, possa um dia, assim ajude a dimensão, a transformar-se num partido político.
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Viva a oposição ao regime!!!

O Estado que assusta...

A perseguição criminal, por actos atentatórios do interesse público e/ou privado, é necessária e exigível num estado de direito. As notícias daí resultantes são importantes, para manter informados e alerta os cidadãos servindo, igualmente, para afastar o clima de impunidade que se tem vivido em Portugal nas três últimas décadas.
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Adicionar, a este esforço de clarificação da sociedade onde vivemos e onde educamos os nossos filhos, a perseguição fiscal cega, quase sem regras, a que se assiste é, no mínimo, perigoso, porque retira confiança aos agentes económicos nacionais e estrangeiros - País de gentes pouco sérias e credíveis - e adiciona um factor psicológico muitíssimo negativo: a população com medo do Estado. O Estado somos nós; fará então sentido ter medo do Estado?
Não faz. Aceitável é o contrário.

10.12.06

Morreu Pinochet

O General Augusto Pinochet, que derrubou o governo marxista no Chile e governou durante 17 anos, morreu este Domingo, após complicações de saúde surgidas como consequència de um ataque cardíaco.
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Pinochet foi duramente atacado, depois de perder o poder no Chile, na sequência de eleições livres e, muito especialmente nos últimos anos, pelos crimes cometidos em nome dos (supostos)interesses políticos e sociais do Chile. Foi inclusivé julgado e condenado, em Espanha, por um juíz com uma agenda política nebulosa.
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O Chile é, hoje, o País com melhor welfare de toda a América Central e do Sul.