De Abril, da revolução e das pseudo-liberdades, não obtivemos mais que a boina, persistentemente mantida no nosso imaginário pelos irmãos Vitorino e Janita.
Tivesse Abril coberto Portugal de uma beleza real, que nem se queria fosse idêntica à da modelo fotografada (Kate Moss) e teríamos todos razões sobejas para estarmos satisfeitos com o nosso desempenho. Tal não aconteceu, não foi possível. Somos assim um povo triste e de tristes figurantes, em busca de uma razão, de uma vontade, de um suspiro pelo qual ainda valha a pena sonhar e lutar. Só vejo degradação, miséria, frustração e medo, muito medo. Medo que se espalha e entranha, que não escolhe idades.
Abril tem sido um imenso logro, longe, muito longe das aspirações do nosso Povo.
Somos hoje terceiro-mundistas, social e económicamente e não se vislumbra solução, uma saída digna e própria de um Povo novecentista. Aproxima-mo-nos do conceito de federação ibérica a uma velocidade vertiginosa, não que tivesse algum mal considerar Espanha como um mercado natural para Portugal, mas porque o mal deriva da hipoteca trágica das razões que subjazem à definição da soberania nacional, do Estado-Nação.
A razão está do lado de todos os que defendem a nacionalidade como um bem precioso e a família como o cimento aglutinador das sociedades. A razão está do lado de todos aqueles que acreditam que o Estado tem de se impôr um papel regulador da acitividade económica e social das Nações, menos liberalizador e, por tal, mais redistribuidor e garante de uma maaior equidade. A História se encarregará de lhes dar razão.
Essa razão chegará e, ao contrário do que poderão pensar não chegará, em momento algum, fora de tempo. Afinal é para isso que existem as revoluções.
1 comentário:
A Única e Simples Verdade,acerca de um Abril Moribundo.
Mais uma excelente análise.
Um abraço
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