7.2.06
A política errática de Zapatero...
Zapatero percebeu, por um lado, que a dimensão de Espanha se fará através da crescente capacidade de intervenção eonómica na América Central e do Sul e por outro da necessidade de conceder o poder económico a gigantes autonomizados do poder político, numa óptica concentracionista europeia muito cara a Bruxelas. Mas Zapatero é igualmente anti-monárquico e de formação comunista, vendo assim, com bons olhos, a divisão em regiões de Espanha como forma de diminuir o peso aglutinador do Rei. Mas ao fazê-lo, Zapatero está a criar condições para fomentar a desigualdade já existente entre regiões, aumentando a pobreza de umas por contraponto com o aumento de riqueza de outras. A política é suicidária, porque não colhe a lógica subjacente à aproximação dos países hispânicos praticada pela diplomacia espanhola, bem como deixa a descoberto do poder político o grande poder económico. Em suma, um saco de gatos.
Portugal pode, contudo, tirar proveitos desta política arrevezada e dissonante, assim saiba esperar pacientemente pelos desenvolvimentos políticos e sentimentos regionalistas contraditórios que irão eclodir aqui mesmo ao lado.
Postado, aqui, em 26 de Setembro de 2005
Porque razão se tecem loas, tantas e tão diversas, a um leque de gestores de empresas nacionais participadas pelo Estado (não inclúo aqui o CEO da TAP que tem feito, indiscutivelmente, um bom trabalho) e depois verificamos que todas elas, as empresas participadas pelo Estado, são opáveis (sujeitas a OPAS hostis), começando pela PT, a mais opável de todas? E se a PT cai em mãos espanholas? E a EDP? E a GALP? Porque razão foram todas elas geridas na óptica dos accionistas e nunca na óptica dos interesses nacionais? A resposta é simples e a pergunta de retórica: por interesses claros dos accionistas privados e por interesses calados dos gestores das comissões executivas!
A loucura dos Cartoons...
"A liberdade religiosa compreende o direito de ter ou não ter religião e, tendo religião, o direito de ver respeitados os símbolos fundamentais da religião que se professa", sublinha o ministro. “Para os muçulmanos, um dos principais símbolos é a figura do Profeta Maomé".
Freitas do Amaral expressou assim a opinião do executivo sobre a polémica dos cartoons.
A afirmação é válida para os muçulmanos, como o é para os católicos. Existem contudo diferenças que residem, essencialmente, no petróleo e na atitude passiva e de agachamento da cultura ocidental perante o mundo muçulmano.
De acordo com o políticamente correcto, a hipocrisia subjacente à atitude de criticar desenhos caricaturando símbolos religiosos esgota-se em Maomé. Quando o Papa JP II foi caricaturado com um preservativo no nariz não veio qualquer mal ao mundo. No entanto o Papa é o vigário de Cristo; caricaturando o Papa caricatura-se Cristo. Onde reside, nessa altura, o direito dos católicos verem os seus símbolos fundamentais respeitados, à luz da afirmação proferida e do conjunto de atitudes, um pouco por todo o lado, que emergem em críticas ao suposto despudor dos desenhos?
Desde quando é crível aceitar a impossibilidade de glosar um tema, numa sociedade aberta e livre, ainda mais quando o tema em crítica é actual e utiliza simbolismos fácilmente perceptíveis por todos?
Da mesma forma que se aceita que se critique a posição da igreja católica a propósito da utilização de contraceptivos, utilizando para o efeito imagens marcantes e bem direccionadas para a mensagem que se pretende passar, independentemente de se discordar da utilização da imagem do Papa para o efeito. Pode criticar-se a posição, ser a favor ou contra, mas não se pode querer coertar o direito de insurgimento, através de palavras ou imagens, daqueles que discordam de uma determinada posição da igreja.
As regras têm de ser iguais em todas as circunstâncias e, em nenhuma delas, se pode confundir a parte com o todo. A posição assumida pelos cartonistas não passa disso mesmo: uma posição assumida por um grupo restrito de pessoas, que através de um conjunto de imagens pretendem criar um impacto crítico forte e visível na sociedade. A liberdade de publicação é isso mesmo: liberdade. Concordar ou discordar compete-nos a nós, dentro do espírito crítico que desenvolvemos consoante o balizamento da liberdade de que gozamos ou usufruímos. Daí, também, a nossa não reacção a provocações de grupos mais ou menos minoritários ou a contestacões levadas a cabo por grupos de pressão que coloquem em causa valores que consideramos como nossos. Porque aprendemos o sentido da liberdade e sabemos destrinçar o essencial do acessório.
1.2.06
A propósito do post "Debater sem Nexo"
Numa sociedade culta e consciente, admita que o assunto possa ser debatido publicamente.
Aliás, diria mais. Admito com grande convicção que um tema desta natureza a sociedade deva intervir para a sua solução e a referendar soluções credíveis a apresentar pelos seus executivos e parlamentos.
Infelizmente este tema em Portugal tem sido abordado sempre em cima do joelho. Uns dizem, outros desdizem. Basta recuar duas semanas para perceber quanto confusa anda esta gente da governação!
Sabia-se que mais tarde ou mais cedo, viríamos a ser confrontados com a Débil situação do Sistema de Segurança Nacional com a gravidade de hoje.A sua doença era conhecida, só que os médicos eram todos do foro psiquiátrico, quando o seu problema era do foro gastrointestinal.
Estou de Acordo com o Autor deste texto, em todo o seu conteúdo!
Os últimos três parágrafos, são bem claros, quanto à inoportunidade deste debate.Sem dúvida que a matéria é grave e há que tomar medidas urgentes, mas dentro de portas!
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