Na morte reencontro
a Vida!
Na morte depois da vida,
nas palavras em confronto!
Agora sei, a palavra gerada
Na alma, penando, ditosa,
Da pena saída ansiosa,
Foi a coisa mais amada.
Não mais a palavra atormenta
Na mente, dando uma e sempre outra volta.
A palavra está agora mais solta,
Nem sequer está ciumenta!
Brota clara, prene de vaidade
Da boca de quem a declama.
Ganha vida, a palavra no poema,
E eu, o direito à liberdade.
Não mais me tiraniza a dita,
Que tudo o mais que faça sublima!
Finalmente soltei-me da rima,
A palavra deixou de estar interdita!
(João Fernandes)
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