A luta mais hodierna é entre a constituição de grandes espaços económicos a favor de minorias dominadoras e manipuladoras e os estabelecimento descentralizado de comunidades autárcitas e orgânicas onde cada homem complemente as internecessidades de outros que as integram.A ideia de estado,das suas instituições, do seus povo, do território pátrio ou de interesse, começa a estar anquilosada ou foi corrompida.As tecnologias emergentes parecem determinar outro modo de organização polito-social , onde deve prevalecer a racionalidade e a subjectividade imanente à natureza humana.O que se pretende constituir na europa é uma realidade vetusta que apenas pretende subsistir para além dos novos tempos que se anunciam, mais racionais,mais puros e com tecnologias mais leves e também mais dinâmicas.Naturalmente que os empórios pretendem manter o estado das coisas e vão investindo com as manipulações necessárias através dos meios que vão dominando.Mas a história não tem fim, o seu devir parece indicar a necessidade de inventarmos outro modo de nos organizarmos social e politicamente. E esse novo estadio de uma evolução,por definição, implica a constituição de novos parâmetros tanto morais como materiais.O que se passa é apenas um estertor dos velhos tempos. Todos os crespúsculos vespertinos,por mais luminosos que sejam, anunciam a escuridão e consequentemente o nascer de um novo dia.
Num mundo multidimensional, nenhuma estrutura consegue captar todas as dimensões a cargo da soberania e, quanto maior a dimensão universal, mais absurdo querer tratar e resolver problemas com base numa estrutura centralizadora, com tentações de totalização política através de directórios, seja ou não europeu o espaço em referencia. É, claramente, uma tentativa desesperada, tanto quanto a artificialidade de que goza.
Cada Estado deverá ser, ao invés, um representante credível da Nação, baseado nos seus princípios fundamentais, consagrados na sua própria Constituição, perfeitamente adaptada às características do próprio povo, para que possa desempenhar cabalmente a sua função de descodificador face aos interesses do exterior e, simultaneamente, interprete correctamente o papel difusor do interesse nacional no exterior.
A transparencia, a circulação de informação, a clareza na definição dos objectivos nacionais são condições fundamentais para um correcto funcionamento num ambiente mundial complexo, proporcionando em simultaneo o crescimento de uma identidade nacional mobilizadora de uma ambição comum.
O mundo será tanto mais estável quanto mais flexível se tornar. E a flexibilidade implica liberdade e autonomia.
JHF
A efetivar-se o "SIM" á constituição europeia, seja qual for o texto da sua redacção, tal facto apenas legitimará o triunfo do sonho de Napoleão Bonaparte - "a criação do Império Europeu", duzentos anos após o seu malogro.É óbvio, é evidente que as constituições só alcançam legitimidade real quando são o resultado prático da vida e dos costumes dos povos que as proclamam. O que não é o caso.A União Europeia enquanto tratado económico, tem interesse pois permite a união de esforços através do maior denominador comum - O Económico. A generalidade das pessoas ainda não compreenderam que após a aceitação do Tratado de Constituição, em tese, qualquer Estado que se rebele poderá ser invadido "legitimamente" e obrigado a aceitar a vontade da maioria dos outros estados. Dirão: "isso nunca irá acontecer". Cuidado! Lógico que poderá acontecer desde que seja por nós ratificada essa constituição.Veja-se a guerra da Secessão Americana.Qual a causa? A libertação dos negros? Não, a vontade dos Estados do Sul de se libertarem da Federação. Cuidado! Muito cuidado...
LuisdoBrasil
No caso de Portugal, a suposta vantagem económica da integração é uma miragem. Na óptica dos novos conceitos económicos de criação e desvio de comércio, que nascem pela necessidade de explicar as uniões aduaneiras, Portugal apresenta um claro desvio de comércio, não equilibrado pela esperada criação de comércio. Por outras palavras, económicamente estamos em perca desde a integração e esta situação justifica, por si só, os epítetos de economia atrasada, não concorrencial e incapaz de gerar riqueza. Consome-se muito importado sem se ser capaz de ganhar competencias que nos distingam nos mercaods externos. Voltarei a este assunto. Sempre direi, contudo, que para o bem-estar são preferíveis as Zonas de Comércio Livres.
Quanto à Constituição, esta prevê no art. 59º nº1, o direito de secessão, prevendo no nº 2 as condições de saída. Gostaria de ver a reacção à saída de países que foram receptores líquidos de contribuições comunitárias (ou deveria chamar-lhe indemnizações). Concordo consigo: seria o "bom e o bonito"!
Na generalidade das Constituições, estas começam por referir de imediato que são redigidas pelo povo e para o povo. Na constituição europeia os termos que encontramos são: "Tomando como Inspiração"; "Acreditando"; "Convencidos que"; "Determinados a";" Gratos por". Sintomático.
A diferença é enorme, no conteúdo e na motivação.
JHF
Dada a atitude generalizada dos povos e governantes Europeus que só conseguem olhar para o próprio umbigo (veja-se as negociações de fundos Europeus e a crise do Iraque) parece-me haver um longo e árduo caminho a percorrer até que comecemos a sentir a Europa além dos interesses puramente económicos.
Se os dirigentes nacionais e europeus não entenderem que sem os povos não iremos a lado nenhum, o fim é previsivel resumindo-se a uma questão de tempo. Faz-me imenso sentido a frase já proferida por outros " fazemos referendo, mas é proibido votar não" . Qual será desta vez o "PAPÃO" com que nos irão castigar se nos portarmos mal?
Diria que o receio que deveremos ter, acima de todos os outros, é o do convencimento de uma classe política perfeitamente identificada no pensamento e nas intenções, poder alcandorar-se o direito de pensar sequer, que nos guiamos todos, cega e ordeiramente, pelas suas cabeças.
O inverso será fundamental: sermos, todos nós, o "PAPÃO" dessa classe política!
JHF
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