a questão levantada em volta da herdade Portucale, pertença do grupo ES, e a dificuldade de a reconverter para utilidade turística - muito embora já existam na área 2 campos de golfe de 18 buracos, que apontam claramente o caminho a seguir - é fortemente elucidativa da manipulação passível de ser exercida, através de forças obscuras, por não serem claros os contornos dos interesses que defendem - Quercus - num Portugal de extremos, onde a permissividade se mistura, perigosamente, com a ortodoxia mais "dura", de um fundamentalismo irracional, tanto quanto a ligeireza com que são tratados os assuntos de Estado.
Os extremos tocam-se, de facto!
Não importa agora se a autorização de abate de cerca de 3.000 sobreiros vem acompanhada de uma obrigação de plantar cerca de 5.000 árvores da mesma espécie, que por sinal já estão plantadas há muito; ou se a criação de 400 postos de trabalho na zona são de enorme importância; ou ainda, se existem em Portugal muitos locais que poderão juntar o útil ao agradável - contribuir para o PIB em mais do que um sector de actividade.
O que importa verdadeiramente é questionar a pertinácia de 3 (três) ministros viabilizarem um empreendimento 4 dias antes de cessarem funções, por imperativo de eleições, já para não mencionar o facto de se encontrarem sómente em funções de gestão.
Cheira mal, quer queiram quer não!
A temporalidade, para além de inoportuna, é altamente questionável.
Mesmo que se pretendam perseguições pessoais, a cheirar a praia e a serra, não é admissível que se tomem medidas que não são essenciais a um governo de gestão - porque implicam interesses económicos - por membros proeminentes da vida governativa, polítca e social do País.
O processo foi célere, demais para os hábitos instituídos, mas foi pertinente e esse facto pesa.
Em simultâneo coloca-se em causa um empreendimento que, em momento algum, questiono como válido, necessário e importante. Os métodos para a sua viabilização não terão sido, contudo e supostamente, os mais indicados e, se assim fôr, igualmente o promotor falhou redondamente.
A preocupação que subjaz, pelo menos na minha óptica, não é determinar do interesse do investimento (que reitero de importante): é determinar se o empreendimento é travado porque os "interlocutores" foram mal escolhidos, no tempo e no espaço.
Sem comentários:
Enviar um comentário