22.5.05

APRENDER COM OS ERROS ALHEIOS

A crise que assola a Europa e que conduz a uma desconfiança crescente dos agentes económicos, sejam investidores ou consumidores, levando a que dúvidas sistemáticas com tendencias perenes e existencialistas se instalem, colocando em causa, de uma forma firme e sustentada, os erros cometidos pela UE, em nome de falsas estabilidades que acabam a morder no próprio "dono", deveriam ser objecto de análise à luz de outras situações económicas muito complicadas e motivo de preocupação quanto ao enunciar de soluções passíveis de conduzir à sua resolução.
Crise japonesa: O problema imediato da economia japonesa não é incapacidade da oferta, da longa lista de dificuldades estruturais possível de enumerar, mas sim da falta de procura. A economia não está a utilizar a capacidade produtiva disponível, o Japão vive em deflação. No geral, nenhuma economia deveria viver longos períodos de inadequação na procura. Para resolver este problema bastaria que o banco central japonês emitisse mais moeda ou que o governo elevasse a despesa pública. Poderá contudo pensar-se que o limite de actuação do banco central está limitado, pela existência de taxas de juro já de si bastante baixas, ou que a despesa publica não pode ser aumentada sem que com isso aumente a divida publica. Cremos que não corresponderá de facto à verdade, atentada a situação do Japão.. A capacidade de oferta de moeda dos bancos centrais não está limitada. Estes são capazes de aumentar a circulação de moeda bem como as reservas monetárias bastando para tal comprar o equivalente em dívida publica.. Mesmo que um aumento tão grande não provoque uma diminuição acentuada nas taxas de juro, por se encontrarem algo baixas, (na Europa poderia significar, contudo pelo menos 1,5 %), o aumento de circulação de moeda iria implicar um estímulo nas despesas, abrindo os bolsos dos consumidores, levando também os bancos, inundados de dinheiro, a aumentar a sua disposição para a concepção de empréstimos, ou mesmo os particulares, vendo aumentada a sua pouca vontade para investir. Mas mesmo que não ocorra nenhum dos factos atrás descritos sempre seria possível o banco central liquidar empréstimos governamentais, aumentando assim a base para o aumento das despesas ou a baixa dos impostos, ou ambas as coisas.
Mas não será esta uma atitude inflacionista? Se não for possível alterar as políticas, a população simplesmente poupará mais. O aumento de inflação pelo aumento de oferta da moeda só acontece se provocar um aumento dos gastos sem a devida contrapartida na oferta, ou seja, se for excedida a capacidade de oferta da economia. Não é possível argumentar que a política monetária é ineficaz como meio de aumentar a procura e de imediato rejeitar a proposta de imprimir dinheiro afirmando que irá gerar inflação. ejamos então os problemas económicos e as dúvidas resultantes da crise japonesa:

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