8.4.05

QUANDO A HISTÓRIA DA CUF E DO BARREIRO SE CRUZAM (1)

Em Fevereiro de 1907, Alfredo da Silva, administrador gerente da Companhia União Fabril, compra no Barreiro, à família Bensaúde, o lote de terreno onde virão a nascer as futuras instalações fabris. Com idêntica finalidade adquire também a Quinta do Nicola e terrenos adjacentes, numa extensão só possível de compreender conhecendo o próprio local. A localização era excelente: de frente para Lisboa, com cais acostável e ligação ferroviária à estação da vila.
A estação de caminhos de ferro do Sul e Sueste e gare marítima teve origem num projecto do engº Miguel Paes e foi inaugurada em 1884.
O dessenvolvimento de indústria química de apoio à agricultura tinha tudo a beneficiar com a proximidade ao Alentejo, quer nas ligações ferroviárias, como com a proximidade a Lisboa, através das ligações fluviais entre as duas margens, das rotas internacionais que cruzavam o porto de Lisboa e, igualmente, da proximidade às instituições financeiras, sediadas na capital. A referida compra mostra-se fundamental quer para a CUF, quer para o Barreiro.
O Barreiro, à data de 1910, contava com uma escola oficial, uma escola técnica e sete(7) professores particulares, podendo constatar-se pelos dados referidos o nível de desenvolvimento técnico e cultural da vila no início do séc. XX.
É assim, no Barreiro, já de si nó ferroviário estratégico do Sul do País, com uma indústria corticeira fortíssima, que Alfredo da Silva decide construir a mais poderosa e moderna unidade industrial do país. O crescimento da CUF no Barreiro virá a atingir dimensão gigantesca, quando comparada com a dimensão do país e mesmo à dimensão ibérica. (continua)

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