29.4.05

O BARREIRO E A CUF (3)

Em 1917, após a aquisição de novos terrenos, a CUF dava emprego a 2.000 operários e ocupava uma área de 200.000 m2. Dispunha-se geográficamente no conjunto fábricas, anexos e bairros operários, a Este do Barreiro "velho" e à beira rio, num espaço fechado ao exteriror, de frente para o Tejo, de costas para a Vila.
A República e a I GGuerra conduzem a uma crise económica nacional e internacional, que condicionam o desempenho da unidade industrial, abrandando significativamente o ritmo de crescimento que vinha ostentando. Este facto deve-se, essencialmente, à dificuldade no abastecimento de combustíveis, à paralização do sector dos transportes marítimos, à dificuldade de obtenção de bens de equipamento e à contratação de mão-de-obra técnica e especializada oriunda do estrangeiro. Igualmente a desvalorização da moeda portuguesa implica um aumento no custo de aquisição das matérias-primas e subsidiárias, sobe a inflacção, diminuindo o poder aquisitivo da economia e levando ao encerramento temporário de algumas das unidades fabris.
O ano de 1919 marca a recuperação e alteração do caminho traçado pela CUF, decidido em Assembleia Geral nos seguintes termos: "...diversificar a produção dentro dos ramos existentes e mesmo iniciá-la noutros sectores de actividade - o comércio, os transportes, as indústrias extractivas".
Mais à frente especificava-se a orientação estratégica: "...indústrias dos corpos gordos, óleos de quaisquer espécies, azeites, gorduras,....a indústria dos transportes terrestres, fluviais ou marítimos, ...o comércio de matérias-primas ou outros produtos manufacturados". A CUF mostrava assim a vontade de diversificando, transversalizar a sua actividade e, igualmente importante, verticalizar a sua influencia, desde o controle sobre as matérias-primas até ao consumidor final, ganhando tanto quanto possível independencia nos processos produtivos em que se encontrava envolvida. (continua)

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