Sob o controle de técnicos estrangeiros, iniciam-se os trabalhos de construção no ano de 1907, na Vila do Barreiro. Um ano após o início da construção e a laborar com 100 operários, arranca a primeira unidade industrial de produção de óleo de bagaço de azeitona, componente do fabrico de sabão, que é comercializado no mercado interno e também exportado. São igualmente dessa época as primeiras fábricas de superfosfatos e de ácido sulfúrico, uma central de energia eléctrica, um bairro operário, posto médico e quartel de bombeiros. Em 1908, após a aquisição da Companhia de Tecidos Aliança, arranca uma unidade têxtil nas fábricas do Barreiro. Desta unidade sai a sacaria destinada ao embalamento e venda de adubos, bem como as lonas que compõem as velas da frota marítima privada da CUF, garante das ligações fluviais entre o Barreiro e Lisboa.
Nas palavras de Caetano Beirão da Veiga, amigo pessoal de Alfredo da Silva, proferidas em 1910: "O Barreiro é já outro pelo aspecto, pelo movimento, pela vibração das ruas, pelo ritmo nervoso dos que trabalham, pelas altas chaminés (nota: ex-libris das fábricas da CUF) que fumegam dia e noite, pelo odor horrível das emanações químicas que se espargem no ar (nota: que pioravam notóriamente quando o vento soprava de Nordeste e que eram, igualmente, responsáveis pelos fortes nevoeiros que se faziam sentir na Vila), pelas aspirações sociais impetuosas de centenas de operários que se concentram nesse colosso industrial permanentemente arfando".
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